A coluna Notas Avulsas cedeu o seu espaço para a publicação de um convite para o velório do futebol de Pernambuco que será realizado na Rua Dom Bosco, e logo após cremado para não deixar vestígios da sua mediocridade.
Com apenas um clube na Série B, no caso o Sport, dois na C, e alguns na D e os demais hibernando, fomos ultrapassados pelo Ceará e Alagoas, e a Bahia mantendo um representante.
Tudo que aconteceu com os nossos times era uma morte anunciada de forma prévia. Nunca na história tivemos gestores tão fracos e sem a noção mínima do planejamento esportivo.
A queda do Sport na tarde de ontem foi nada mais, nada menos, do que já estava delineado pelos Deuses do Futebol. Um clube mal dirigido, com uma mudança de quatro técnicos em uma temporada, dezenas de jogadores contratados, sem pagar os salários dos seus profissionais, obvio que só tinha um destino que era o abraço amigo da Caetana.
Quem acompanha o blog sabe bem que passamos o ano alertando sobre o destino do velho Leão e do nosso futebol, não erramos, e na última rodada do Brasileirinho tudo foi confirmado.
Os quatro clubes que estavam na zona do rebaixamento, foram encaminhados para a Caetana que estava presente na Ilha do Retiro. Os nossos prognósticos estavam corretos.
O maior culpado dessa debacle do rubro-negro foi o seu Conselho Deliberativo que engavetou um pedido dos sócios para a convocação de uma Assembleia Geral para debater a situação do clube. Tudo teria sido resolvido.
Sem a menor duvida o Leão nesses dois anos teve uma das piores gestões de toda a sua história, onde a arrogância predominava, as loucuras financeiras prosperavam e o barco afundando. O que mais nos preocupa é o processo eleitoral, cujos candidatos não dão a garantia de que irão resolver os problemas de um clube que entrou em um atoleiro e a dificuldade de retira-lo é grande.
O Sport que recebeu R$ 40 milhões pelos direitos de transmissão, terá apenas em 2019, R$ 8 milhões, e isso demandará uma grande engenharia financeira, que não é um tema para qualquer um. O clube da Ilha do Retiro está em processo de falência.
A nossa imprensa teve uma boa parcela de culpa pelo ocorrido, quando não alertava sobre o que estava acontecendo, fingindo que estava na Ilha da Fantasia.
O velório terá as carpideiras para que possam chorar pelo defunto.
Enquanto isso, o Brasileirinho foi encerrado na tarde de ontem, como um dos mais medíocres de todos os tempos. O Palmeiras recebeu o seu troféu das mãos do presidente eleito Jair Bolsonaro para tristeza de alguns jornalistas do Sudeste.
Quanto aos clubes que estavam na batalha contra o rebaixamento, a Chapecoense repetiu a sua síndrome de Fênix ressuscitando no final com uma vitória de 1x0 sobre o São Paulo, o Fluminense derrotou o América-MG por 1x0, com o Coelho perdendo um pênalti no primeiro tempo, e o mais emocionante de todos foi o sofrimento do fraco time do Vasco da Gama rezando para que os minutos passassem e que o empate de 0x0 contra o Ceará permanecesse.
Um drama por conta do placar do jogo Sport e Santos. No final os vascaínos comemoraram como um título.
Aliás pelo que apresentaram todos deveriam ser rebaixados.
Os Deuses do Futebol pregaram uma peça contra o time da Ilha do Retiro, com os demitidos Claudinei Oliveira e Leandro Pereira, que foram os responsáveis pela vitória do time de Chapecó.
O futebol de Pernambuco meteu-se no buraco que tanto merecia, e vai viver mais uma vez de um mequetrefe estadual, e das divisões inferiores.
Nós merecemos.
* Imagem da Caetana é da Primeira Página Produções.
Comentários
0#8RE: O VELÓRIO DO FUTEBOL DE PERNAMBUCO —
Jairo Braga04-12-2018 00:06
Triste fim do futebol de um estado que já foi o melhor do nordeste
0#3RE: O VELÓRIO DO FUTEBOL DE PERNAMBUCO —
ANTONIO CORREIA03-12-2018 10:48
JJ: O Futebol de Pernambuco há muito que já tinha falecido. Náutico e Santa Cruz na Série C e continuando por mais uma temporada já era o reflexo do seu final. Na tarde de ontem o Sport bateu o último prego no seu caixão.
0#2RE: O VELÓRIO DO FUTEBOL DE PERNAMBUCO —
RUBRO-NEGRO03-12-2018 10:45
JJ: Quem acompanha o blog esse final não foi novidade. A queda do Sport sempre foi prevista em suas postagens. Concordo inteiramente com a sua postagem com relação ao Conselho Deliberativo do clube e sobretudo com relação a uma diretoria desastrada.
0#1A obra está completa —
André Ângelo03-12-2018 10:36
Enfim, a obra do Sr. Arnaldo Barros está completa. Entregará o clube na Série B e numa situação financeira gravíssima, com muitos débitos e poucas receitas. E ainda foi castigado, ou melhor, premiado pela própria incompetência, vez que, além de os responsáveis pela salvação da Chapecoense (Claudemir Oliveira e Leandro Pereira) terem sido dispensados do Sport, ainda teve o gol irregular da classificação validado por ausência de VAR (isso sem falar na bola na mão do jogo Chapecoense x Sport). E sabem quem votou contra o uso do VAR no campeonato brasileiro? O atual presidente do Sport Clube do Recife. As coisas não acontecem por acaso no futebol. Tudo de bom é resultado de muito trabalho, de competência e apenas um pouco de sorte. E tudo de ruim é resultado de um trabalho mal feito, de incompetência e de um pouco de azar. O Sport teve um pouquinho de azar nesse campeonato brasileiro, mas sobrou muito nos quesitos trabalho mal feito e incompetência. Essa gestão errou quando nomeou o filho para a diretoria de futebol. De diretor não foi nada. Apenas virou um "parça" de Diego Souza nas saídas dele pelo Recife. Quando se coloca o filho como diretor de futebol está se mostrando muito amadorismo ou então se mostra que se considera como sendo "dono" do clube. Esse foi o primeiro erro. O segundo erro foi a falta de cuidado com a parte financeira, pois a atual gestão herdou um clube que pagava uma pesada folha salarial em dia. Mas pagava em dia. E o que foi feito? O atual presidente passou a pagar uma folha salarial mais pesada ainda, mas com a agravante de estar inchando a folha com a contratação de jogadores ruins. Somente tentou baixar a folha salarial este ano, quando a situação já era insustentável. Assim, ao invés de procurar enxugar a folha salarial e ter mais critérios na contratação de jogadores, fez-se justamente o oposto. Passou a trazer jogadores sem nenhum histórico de boas atuações nos clubes anteriores e com altos salários. Alguém estava ganhando com isso. O terceiro e principal erro foram as contratações realizadas pela gestão. A gestão contratou dezenas de jogadores que não tinham a menor condição de jogar uma Série A, tanto em 2016, como em 2017 e agora em 2018. Vimos vários zagueiros, volantes, meias e atacantes serem contratados sem nenhum critério técnico. Não se olhava as estatísticas desses jogadores quanto aos números em campo e fora de campo. Se tinha histórico de lesões; quantos jogos entrou como titular ou veio do banco de reservas; o número de passes certos, desarmes, assistência e (sobretudo) o número de gols marcados. E o principal, por quais clubes jogou e por que não permaneceu mais de uma temporada no mesmo clube. Afinal, jogador que passa apenas uma temporada num clube ou é ruim (ou muito ruim) ou é porque fez uma grande temporada e foi contratado por um clube maior. Apenas como exemplo, vejam as indicações de jogadores durante o período de Falcão à frente do clube. Todas, sem exceção, todas as indicações dele foram um fracasso no Sport. Naquele ano ainda foi possível reforçar o time e escapar do rebaixamento. Este ano não deu justamente pela falência financeira da gestão. Vejam os jogadores contratados pelo Sport para 2018. Carlos Henrique, Felipe Bastos, aquele outro atacante que veio do interior de São Paulo e não fez nenhum gol, Nonoca, Ferreira, Ortiz, enfim, vários e vários jogadores que não têm a menor condição de jogar no Sport ou em outro clube da Série A. Enfim, a falta de critério nas contratações e, sobretudo, a falta de conhecimento futebolístico para enxergar os bons jogadores que atuam no interior do Nordeste ou de São Paulo ou mesmo na região norte e centro-oeste foram cruciais para a derrocada do clube. Passou-se a "terceirizar" a contratação de atletas com a delegação dessa responsabilidade para os diretores "remunerados" ou "managers" como são pomposamente chamados. Diretor remunerado só funciona com clube que detém um talão de cheque muito forte para contratar bons jogadores. Clube como o Sport, pode ter um Guardiola como manager que não fará contratações boas, pois não tem dinheiro para competir com os clubes do Sul-Sudeste. Mas isso não pode ser usado como desculpa. A prova disso está na permanência do Ceará e na promoção de Fortaleza e CSA, pois formaram bons times com muito menos dinheiro que o Sport. Então a solução é investir naqueles jogadores que querem "estourar" num clube grande como o Sport. Para tanto, o clube tem de investir em peneiras de jogadores jovens no interior da região nordeste e na contratação de olheiros nos estados nordestinos. E isso não vem sendo feito. Basta ver quantos jogadores da base conseguem se firmar no time principal do Sport. Outro erro dessa gestão (embora não seja de agora) é a política equivocada de transformar o Sport num clube satélite, isto é, num clube barriga de aluguel. Vários jogadores vieram emprestados para o Sport. A cada 10 jogadores trazidos, apenas 1 ou 2 davam retorno em campo (logo 8 ou 9 só serviam para completar elenco e inchar a folha salarial). E o que acontecia depois que faziam uma boa temporada? Iam embora sem deixar numa compensação financeira para o Sport. Por que a atual diretoria, ao invés de trazer os "Nonocas", "Felipes Bastos", "Carlos Henriques" da vida não investiu em jogadores do interior do Nordeste? Por que não prospectou jogadores jovens e promissores que já viessem com o "passe" preso ao Sport, ao invés de servir de estágio e vitrine para jogadores de Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Corinthians, São Paulo, Fluminense e outros? Enfim, o atual presidente vai deixar um clube financeiramente arrasado, com jogadores entrando na Justiça do Trabalho para obter a liberação do vínculo e sem uma base para iniciar 2019. Parabéns, Arnaldo Barros! Você entrou para a galeria do ex-presidentes que não deixaram saudades, ao lado de Luciano Bivar e outros. E faça um favor a você mesmo e ao Sport, afaste-se da vida política do clube. Limite-se a ser sócio e torcedor.
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E ainda foi castigado, ou melhor, premiado pela própria incompetência, vez que, além de os responsáveis pela salvação da Chapecoense (Claudemir Oliveira e Leandro Pereira) terem sido dispensados do Sport, ainda teve o gol irregular da classificação validado por ausência de VAR (isso sem falar na bola na mão do jogo Chapecoense x Sport).
E sabem quem votou contra o uso do VAR no campeonato brasileiro? O atual presidente do Sport Clube do Recife.
As coisas não acontecem por acaso no futebol.
Tudo de bom é resultado de muito trabalho, de competência e apenas um pouco de sorte.
E tudo de ruim é resultado de um trabalho mal feito, de incompetência e de um pouco de azar.
O Sport teve um pouquinho de azar nesse campeonato brasileiro, mas sobrou muito nos quesitos trabalho mal feito e incompetência.
Essa gestão errou quando nomeou o filho para a diretoria de futebol. De diretor não foi nada. Apenas virou um "parça" de Diego Souza nas saídas dele pelo Recife.
Quando se coloca o filho como diretor de futebol está se mostrando muito amadorismo ou então se mostra que se considera como sendo "dono" do clube.
Esse foi o primeiro erro.
O segundo erro foi a falta de cuidado com a parte financeira, pois a atual gestão herdou um clube que pagava uma pesada folha salarial em dia. Mas pagava em dia.
E o que foi feito? O atual presidente passou a pagar uma folha salarial mais pesada ainda, mas com a agravante de estar inchando a folha com a contratação de jogadores ruins.
Somente tentou baixar a folha salarial este ano, quando a situação já era insustentável.
Assim, ao invés de procurar enxugar a folha salarial e ter mais critérios na contratação de jogadores, fez-se justamente o oposto. Passou a trazer jogadores sem nenhum histórico de boas atuações nos clubes anteriores e com altos salários. Alguém estava ganhando com isso.
O terceiro e principal erro foram as contratações realizadas pela gestão.
A gestão contratou dezenas de jogadores que não tinham a menor condição de jogar uma Série A, tanto em 2016, como em 2017 e agora em 2018.
Vimos vários zagueiros, volantes, meias e atacantes serem contratados sem nenhum critério técnico. Não se olhava as estatísticas desses jogadores quanto aos números em campo e fora de campo. Se tinha histórico de lesões; quantos jogos entrou como titular ou veio do banco de reservas; o número de passes certos, desarmes, assistência e (sobretudo) o número de gols marcados. E o principal, por quais clubes jogou e por que não permaneceu mais de uma temporada no mesmo clube.
Afinal, jogador que passa apenas uma temporada num clube ou é ruim (ou muito ruim) ou é porque fez uma grande temporada e foi contratado por um clube maior.
Apenas como exemplo, vejam as indicações de jogadores durante o período de Falcão à frente do clube. Todas, sem exceção, todas as indicações dele foram um fracasso no Sport.
Naquele ano ainda foi possível reforçar o time e escapar do rebaixamento. Este ano não deu justamente pela falência financeira da gestão.
Vejam os jogadores contratados pelo Sport para 2018. Carlos Henrique, Felipe Bastos, aquele outro atacante que veio do interior de São Paulo e não fez nenhum gol, Nonoca, Ferreira, Ortiz, enfim, vários e vários jogadores que não têm a menor condição de jogar no Sport ou em outro clube da Série A.
Enfim, a falta de critério nas contratações e, sobretudo, a falta de conhecimento futebolístico para enxergar os bons jogadores que atuam no interior do Nordeste ou de São Paulo ou mesmo na região norte e centro-oeste foram cruciais para a derrocada do clube.
Passou-se a "terceirizar" a contratação de atletas com a delegação dessa responsabilidade para os diretores "remunerados" ou "managers" como são pomposamente chamados.
Diretor remunerado só funciona com clube que detém um talão de cheque muito forte para contratar bons jogadores. Clube como o Sport, pode ter um Guardiola como manager que não fará contratações boas, pois não tem dinheiro para competir com os clubes do Sul-Sudeste.
Mas isso não pode ser usado como desculpa. A prova disso está na permanência do Ceará e na promoção de Fortaleza e CSA, pois formaram bons times com muito menos dinheiro que o Sport.
Então a solução é investir naqueles jogadores que querem "estourar" num clube grande como o Sport. Para tanto, o clube tem de investir em peneiras de jogadores jovens no interior da região nordeste e na contratação de olheiros nos estados nordestinos. E isso não vem sendo feito. Basta ver quantos jogadores da base conseguem se firmar no time principal do Sport.
Outro erro dessa gestão (embora não seja de agora) é a política equivocada de transformar o Sport num clube satélite, isto é, num clube barriga de aluguel.
Vários jogadores vieram emprestados para o Sport. A cada 10 jogadores trazidos, apenas 1 ou 2 davam retorno em campo (logo 8 ou 9 só serviam para completar elenco e inchar a folha salarial). E o que acontecia depois que faziam uma boa temporada? Iam embora sem deixar numa compensação financeira para o Sport.
Por que a atual diretoria, ao invés de trazer os "Nonocas", "Felipes Bastos", "Carlos Henriques" da vida não investiu em jogadores do interior do Nordeste? Por que não prospectou jogadores jovens e promissores que já viessem com o "passe" preso ao Sport, ao invés de
servir de estágio e vitrine para jogadores de Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Corinthians, São Paulo, Fluminense e outros?
Enfim, o atual presidente vai deixar um clube financeiramente arrasado, com jogadores entrando na Justiça do Trabalho para obter a liberação do vínculo e sem uma base para iniciar 2019.
Parabéns, Arnaldo Barros! Você entrou para a galeria do ex-presidentes que não deixaram saudades, ao lado de Luciano Bivar e outros.
E faça um favor a você mesmo e ao Sport, afaste-se da vida política do clube. Limite-se a ser sócio e torcedor.
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