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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A PENHORA DOS TROFÉUS DO SANTA CRUZ

* A maré não está para peixe no futebol de Pernambuco.

No dia 27 de novembro passado, o Santa Cruz, por determinação da Doutora Roberta Viana Jardim, Juíza da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Capital, teve os seus mais importantes troféus penhorados para o pagamento de um débito de R$ 97.639,44.

O auto da penhora foi cumprido e o dirigente João Caixero ficou como o fiel depositário.

Tal medida foi tomada por conta do tricolor não ter recursos para quitar a divida, cujo processo já tinha sido julgado.

Lamentável. 

NOTA 2- UM BOM PÚBLICO E POUCOS GOLS

* O Brasileirinho foi encerado no último domingo com uma rodada que foi dedicada aos desesperados na luta contra a Caetana e de muitos amistosos com times alternativos.

Apesar disso, pela primeira vez uma rodada obteve uma média de 33.113 pagantes por jogo, para um total de 331.129 torcedores.

No entanto aqueles que estavam presentes nos dez estádios tiveram poucas emoções nas comemorações dos gols. Foram apenas 17, com uma média ridícula de 1,70 por partida.

Mais uma vez os mandantes foram os donos, com 6 vitórias, contra 1 dos visitantes e 3 empates. Tivemos quatro 1x0, dois 0x0, um 1x1, dois 2x1 e um 3x2.

Nos 380 jogos que foram realizados o difícil é a escolha de um de boa qualidade. Os mandantes somaram 202 vitórias, os visitantes com apenas 68, e 110 empates. A competição foi dos abarrancados e do 1x0 sendo uma goleada.

Foram anotados 827 gols com a pior média desde 1990, com 2,18 gols por partida.

O público pagante teve um bom crescimento, subindo de 6.020.076 em 2017, para 7.171.266. A média foi a maior da era dos pontos corridos, com 18.872 pagantes por jogo.

Trata-se de uma contradição, desde que a competição foi a pior dos últimos anos, e a melhor em público.

Só Freud poderia explicar.

NOTA 3- PERNAMBUCO SUMIU DO MAPA DO FUTEBOL

* Com a volta do Goiás, e o acesso do CSA, mesmo com a queda do Sport o número de estados aumentou de 9 para 10 com participantes na Série A Nacional.

São Paulo e Rio de Janeiro com 4 times cada um, são os que tem uma maior participação.

O Ceará pela primeira vez na era nos pontos corridos terá dois representantes (Ceará e Fortaleza), mesmo número de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Paraná, Goiás, Bahia e Alagoas, todos com um, completam os vinte clubes que estarão nos gramados em 2019.

O Sport se juntou ao Vitória como um dos quatro rebaixados o que representou 50% dos clubes nordestinos no Brasileirinho de 2018. O buraco foi fechado por conta dos acessos de Fortaleza e CSA, sendo que esse último retornou à elite após 31 anos.

Outro ponto interessante foi por conta do rebaixamento que continuou com a mesma média encontrada nos anos da competição, quando pelo menos dois clubes que tiveram o acesso foram degolados. Nessa temporada os que saíram abraçados pela Caetana foram o América-MG e Paraná.

Na realidade quem saiu em baixa, mesmo, foi o futebol de Pernambuco, que não terá representantes na Primeira Divisão pela primeira vez  desde 2011. O rubro-negro retornou à Segunda pela primeira vez desde 2013. O cenário piora ainda, quando se tem Náutico e Santa Cruz na Terceira Divisão.

Pernambuco saiu do mapa do futebol brasileiro, e por isso os domingos serão dedicados para que os torcedores assistam os jogos da Premier League e do Brasileirão.

São coisas de um futebol mal planejado.

NOTA 4- EU SOU VOCÊ AMANHÃ

* Um dos clubes mais tradicionais do futebol italiano foi vendido no último sábado. Maurizio Zamparini, presidente do Palermo, time da Série B do Campeonato Italiano, anunciou a sua venda pelo preço simbólico de 10 euros, cerca de R$ 43.

Não foi explicitado o nome do comprador, mas trata-se de um grupo empresarial inglês.  A nota publicada no site do clube, assinada pelo presidente informou a negociação com o seguinte texto: ¨ Pensando apenas no futuro do clube e em seus torcedores, eu, com um nó na garganta, anuncio minha saída¨, disse Zamparini ao confirmar a negociação.

Por outro lado o novo proprietário assumiu o compromisso de pagar a divida do Palermo no total de 22,8 milhões de euros, cerca de R$ 99 milhões.

No comunicado oficial, Zamparini ainda contou que a empresa londrina implementará ¨as atividades para a construção de um estádio e de um centro de treinamento¨.

Com mais de 100 anos, o Palermo lidera a Série B italiana.

Na verdade tal fato mostra que mesmo com tantos anos de existência, e uma bonita passagem no futebol da Itália, as dividas atrapalharam o clube e o único caminho que foi encontrado para a sua salvação foi essa negociação simbólica. 

O Palermo mandou o recado para alguns clubes do Brasil: ¨Eu sou você amanhã¨.

NOTA 5- O SANATÓRIO GERAL EM SÃO PAULO

* O Bloco dos Napoleões Retintos está desfilando nas ruas de São Paulo. É um dos componentes do Sanatório Geral que tem sede no Rio de Janeiro.

O Brasil é um país surreal, em especial no futebol.

O Corinthians protagonizou algo de inusitado ao demitir o técnico Jair Ventura após o encerramento da competição. É o 29º treinador na temporada de 2018 a sobrar na dança das cadeiras.

A sua demissão era uma morte anunciada. Todos sabiam que iria acontecer, e o técnico fingia que nada acontecia. Obvio que não iria pedir demissão por ter um contrato em vigor até dezembro de 2019, com uma multa contratual de R$ 700 mil.

Foi um processo em que a ética ficou de lado quando o seu clube sem informa-lo já anunciava a contratação de Fabio Carille, que também não teve um bom procedimento, desde que deveria ter comunicado ao demitido.

Querer que essa palavra faça parte do futebol brasileiro, é o mesmo que acreditar em Papai Noel.

Nessas duas transações o alvinegro de São Paulo irá desembolsar R$ 3,5 milhões, com o pagamento das indenizações tanto de Ventura, como do novo técnico que tem uma clausula no seu contrato com o time árabe que determina uma multa por sua rescisão.

Se os dirigentes corintianos tivessem um pouco de inteligência em suas cabeças, as indenizações não existiriam e para tal bastaria que Carille tivesse continuado, mas a vaidade de Andrés Sanchez não permitiu, contrataram um novo técnico até 2019, e um ano após foram buscar o antigo comandante.

Isso não pode ser chamado de gestão, e sim de indigestão.

NOTA 6- METADE DOS CLUBES DA SÉRIE B SÃO DE SÃO PAULO E DO PARANÁ

* A Série B de 2019 terá algo de inédito quando 50% dos seus participantes serão clubes de São Paulo e do Paraná.

O Sul e o Sudeste terão 14 representantes na competição com sete times cada uma.

No Sudeste seis serão de São Paulo, e um de Minas, o América.

Na região Sul, dos sete, quatro são times paranaenses, dois de Santa Catarina e um do Rio Grande do Sul.

O Nordeste terá apenas três times na competição: Sport, Vitória e CRB, e o Centro-Oeste também com três: Cuiabá, Atlético-GO  e Vila Nova.

O Norte com a queda do Paysandu para a Série C ficou sem um único representante nessa divisão.

Um fato que deve ser que destacado é que entre os 40 clubes das duas maiores divisões nacionais, a Região Nordestina tem sete clubes atuando nessas, o que representa apenas 17,5% do total.

Comentários   

0 #1 Nota 3André Ângelo 04-12-2018 10:07
A última notícia na Ilha do Retiro é que a chapa da situação, encabeçada por Augusto Carreiras, retirou a candidatura.
Isso mostra duas coisas.
Primeiro, que eles só teriam coragem de tentar consertar o estrago feito por Arnaldo Barros e cia. (entenda-se: eles mesmos dessa chapa) se permanecessem na 1ª Divisão, pois os recursos seriam maiores. E ainda saem da disputa lançando nota dizendo que estão saindo por amor ao Sport. Me engana que eu gosto.
A segunda coisa é o fato de que sabem que seria muito difícil ganhar a eleição dado a alta rejeição à atual gestão. Por isso, viram que não compensa assumirem a condição de chapa branca de uma gestão desastrosa e, ao mesmo tempo, pegar um clube em situação de "terra arrasada".
Espero que vença a chapa que represente realmente a mudança no Sport, assim como ocorreu no Bahia, que, de clube bagunçado e financeiramente quebrado, hoje se mostra um clube que sabe contratar e paga em dia aos atletas.
O Sport desaprendeu o que vinha ensinando aos outros clubes, que era fazer gestão com os pés no chão e compromisso com as finanças.
Vai ter que cortar na carne agora para poder começar tudo do zero.
De fato, praticamente quinze anos de cuidados com as finanças e redução de dívidas foram jogados fora com as últimas gestões (temerárias?) no clube.
Enfim, acho até difícil o Sport montar um time com chances de retornar à Série A no ano que vem dado o grau de endividamento e a ausência de fontes de recursos para contratar e pagar bons jogadores.
Vamos sentir os efeitos negativos das duas últimas gestões por um bom tempo na Ilha do Retiro.
Lamentável.
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