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Escrito por José Joaquim

Os clubes nordestinos mais uma vez não fizeram uma boa campanha no Brasileirinho. Dos quatro participantes dois dançaram, Sport e Vitória, o Ceará escapou da Caetana na bacia das almas, e o Bahia com uma campanha de mediana para baixo.

Somos meros figurantes, sem direito à fala durante o filme. Os times jogam para a manutenção, sem nenhuma perspectiva de algo mais, e isso influência na captação de investimentos, que os deixam na linha da pobreza.

O prazer que o torcedor sente numa competição é de masoquismo, desde que vão aos jogos para torcerem contra uma queda, nunca pela conquista de um resultado maior. Além das diferenças de receitas, sofremos com péssimas gestões que ensejaram uma queda na qualidade do futebol regional.

Na verdade fingimos que temos futebol, quando somos apenas figurantes que trabalham de graça em busca de uma pontinha, para serem descobertos pelos agentes.

Quando olhamos para a parte mais alta do mapa do país, a região Norte, no período dos pontos corridos só teve três participações na maior divisão, nos anos de 2003, 2004 e 2005, que foi o último ano. São 14 temporadas sem uma única presença de um clube do Pará, que é um estado com uma boa demanda.

No Nordeste, nenhum clube da Paraíba, Alagoas, Sergipe, Piauí e Maranhão. Do Rio Grande do Norte apenas em 2007 com o América-RN, rebaixado no mesmo ano. Dai em diante o estado foi riscado do mapa maior do futebol nacional. Na Bahia, Vitória e Bahia se reversam, algumas vezes participando juntos. Nos anos de 2005, 2006 e 2007, o estado não teve representantes.

A situação pernambucana se agravou no século XXI. Nos anos de 2003, 2004, 2005, 2010, 2011 e na próxima temporada mais uma vez não terá nenhum representante.

O Santa Cruz no período dos pontos corridos jogou apenas por duas vezes na Série A (2006 e 2013), sendo rebaixado nos mesmos anos. O Náutico tem apenas 5 presenças.

O Sport teve o seu melhor momento entre 2014 e 2018 quando participou na maior divisão. Em 17 temporadas (incluindo 2019) tem 9 participações nessa.

O mais preocupante com relação a essa tema, é que os dirigentes dessas regiões não acordaram, e continuam sendo submissos ao atual sistema medieval implantado pelo Circo do Futebol, que não vislumbrou a demanda dessas regiões, e continua trabalhando para o Sudeste.

Norte e Nordeste não existem, e quando participam de uma festa maior é para divertimento sem maiores pretensões, resultante de uma péssima distribuição de renda e de uma cartolagem sem a menor noção do que seja uma gestão esportiva.

Quando assistimos no último domingo o sofrimento do torcedor do Sport que acreditava no impossível de que o clube iria fugir da Caetana, ficamos na certeza de que chegamos ao fundo do poço.

Comentários   

0 #6 RE: OS FIGURANTESBLOGDEJJ 07-12-2018 18:14
[quote name="Valter Barros"]Será que o futebol do N-NE, um dia, já foi protagonista no futebol brasileiro? É contado nos dedos de uma única mão o número de conquistas dessa região. Assim como hoje, tínhamos os estaduais para nos enganar...[/quot

Prezado Walter: As distancias eram menores e que permitiam participações bem melhores. Hoje o buraco aprofundou-se e ficou do tamanho do Grand Canyon.
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0 #5 RE: OS FIGURANTESValter Barros 07-12-2018 16:32
Será que o futebol do N-NE, um dia, já foi protagonista no futebol brasileiro? É contado nos dedos de uma única mão o número de conquistas dessa região. Assim como hoje, tínhamos os estaduais para nos enganar...
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0 #4 RE: OS FIGURANTESCLOVIS ARRUDA 07-12-2018 14:01
JJ; Depois que li o comentário de Guilardo achei melhor assinar em baixo. Perfeito como o artigo que mostrou a verdadeira cara do futebol das regiões Norte e Nordeste.
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0 #3 RE: OS FIGURANTESBLOGDEJJ 07-12-2018 13:42
Citando guilardo:
Caro amigo. Li todas as crônicas do editor durante a semana, entretanto não pude dar pitaco. Só hoje tenho condições. O trato sobre o Sport e sua atual situação é fato pretérito, cantado por você, mas atenção alguma foi dada. Deu no que deu. O clube caminha a passos largos para se tornar um novo Santa Cruz. Quatro meses de salários atrasados, jogadores e funcionários. Dívidas se avolumando, impostos não pagos. Desastre total. Semana passada o amigo escreveu sobre a venda de ovos no Santa Cruz, prestando até uma subliminar homenagem a Caixero. Sei da sua refinada educação, mas não concordo. O Santa chegou ao clímax de abandono, má gestão e contumácia de dívidas. Sabe que o Arruda não pode ser penhorado porque o terreno é da Prefeitura. Dessa forma, e eu já tinha denunciado dois anos atrás, faz um time por ano e paga a quem quer. Aquele que se atrever a jogar no tricolor, chega sabendo que poderá receber um mês ou dois, ou até mesmo não receber nada. Sujeitar-se-á inclusive a passar fome. Isso passou a ser regra. Mas amigo, a pobreza extrema e a humilhação desmedida afastaram os caracteres dos seus dirigentes. Criar 30 galinhas para vender ovos, como se isso fosse um empreendimento mercantil, leva a pensar na debilidade ou senilidade descontrolada dos gestores dessa granja. Cabe mesmo, sem dó, a exposição ao ridículo e ao anedotário. Mas o Sport, meu Deus. Tudo foi mantido em segredo, tal qual fez Dilma com relação ao Brasil. Quando se descobriu já era tarde. O leão, devedor enrustido, escondeu-se no escuro da sua cova para remoer as dívidas. Nunca mais rugiu, dedicando-se tão somente a miados efeminados e trôpegos. Não comparemos, pois o Santa já passa pela miséria absoluta há mais de vinte anos. Acostumou-se à lama e à latas de lixo. O grande felino não. Sempre foi altivo e imponente, vestindo black tie frequentava as festas dos poderosos. Pousava de magnata, mas por dentro a sua cueca estava rota, em frangalhos. Andava de limousine alugada, mas os cheques passados à locadora foram devolvidos. Enfim, um primo pobre de parentes ricos e remediados. Parece agora que a casa caiu. Voltou-se a lembrar dos míseros co irmãos, desvalidos, falidos e famintos. Pegou o beco à procura do terreno onde o velho Santa Cruz cria suas galinhas de capoeira para vender os ovos. Quer associa-se à cobrinha, só não sabe como abordá-la. Tem vergonha do que foi, dos engodos, e de quem agora é. Outro miserável que ainda ostenta uma antiga casaca de rico, para não perder a pose. Fiquem certos os amigos, que Santa e Sport farão uma sociedade, cujo plantel de galinhas de capoeira poderá atingir o dobro do atual, pobres trinta galináceos.

Prezado Guilardo: Um comentário magnifico que enriqueceu o artigo. Parabéns.
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0 #2 RE: OS FIGURANTESguilardo 07-12-2018 13:05
Caro amigo. Li todas as crônicas do editor durante a semana, entretanto não pude dar pitaco. Só hoje tenho condições. O trato sobre o Sport e sua atual situação é fato pretérito, cantado por você, mas atenção alguma foi dada. Deu no que deu. O clube caminha a passos largos para se tornar um novo Santa Cruz. Quatro meses de salários atrasados, jogadores e funcionários. Dívidas se avolumando, impostos não pagos. Desastre total. Semana passada o amigo escreveu sobre a venda de ovos no Santa Cruz, prestando até uma subliminar homenagem a Caixero. Sei da sua refinada educação, mas não concordo. O Santa chegou ao clímax de abandono, má gestão e contumácia de dívidas. Sabe que o Arruda não pode ser penhorado porque o terreno é da Prefeitura. Dessa forma, e eu já tinha denunciado dois anos atrás, faz um time por ano e paga a quem quer. Aquele que se atrever a jogar no tricolor, chega sabendo que poderá receber um mês ou dois, ou até mesmo não receber nada. Sujeitar-se-á inclusive a passar fome. Isso passou a ser regra. Mas amigo, a pobreza extrema e a humilhação desmedida afastaram os caracteres dos seus dirigentes. Criar 30 galinhas para vender ovos, como se isso fosse um empreendimento mercantil, leva a pensar na debilidade ou senilidade descontrolada dos gestores dessa granja. Cabe mesmo, sem dó, a exposição ao ridículo e ao anedotário. Mas o Sport, meu Deus. Tudo foi mantido em segredo, tal qual fez Dilma com relação ao Brasil. Quando se descobriu já era tarde. O leão, devedor enrustido, escondeu-se no escuro da sua cova para remoer as dívidas. Nunca mais rugiu, dedicando-se tão somente a miados efeminados e trôpegos. Não comparemos, pois o Santa já passa pela miséria absoluta há mais de vinte anos. Acostumou-se à lama e à latas de lixo. O grande felino não. Sempre foi altivo e imponente, vestindo black tie frequentava as festas dos poderosos. Pousava de magnata, mas por dentro a sua cueca estava rota, em frangalhos. Andava de limousine alugada, mas os cheques passados à locadora foram devolvidos. Enfim, um primo pobre de parentes ricos e remediados. Parece agora que a casa caiu. Voltou-se a lembrar dos míseros co irmãos, desvalidos, falidos e famintos. Pegou o beco à procura do terreno onde o velho Santa Cruz cria suas galinhas de capoeira para vender os ovos. Quer associa-se à cobrinha, só não sabe como abordá-la. Tem vergonha do que foi, dos engodos, e de quem agora é. Outro miserável que ainda ostenta uma antiga casaca de rico, para não perder a pose. Fiquem certos os amigos, que Santa e Sport farão uma sociedade, cujo plantel de galinhas de capoeira poderá atingir o dobro do atual, pobres trinta galináceos.
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0 #1 RE: OS FIGURANTESRUBRO-NEGRO 07-12-2018 12:51
JJ: O futebol brasileiro está entregue ao Sudeste, onde existem maiores recursos. Esses números mostrados pelo artigo mostra a realidade de duas regiões que se apequenaram nos últimos anos. O Santa Cruz em 19 anos só esteve na Série A por vezes. A sua atual situação é o reflexo disso.
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