Um tema que já discutimos por várias vezes e que voltamos a abordar nesse artigo, está relacionado a necessidade de se refundar o futebol de Pernambuco.
Esse esporte é um bom negócio que precisa de demanda, e os clubes contemplam essa necessidade, desde que possuem boas torcidas, as quais formam um valioso mercado consumidor.
Quando observamos as campanhas de nossos times, especialmente aqueles que são chamados de grandes nas diversas competições, verificamos que as gestões não estão sendo delineadas para atender as suas necessidades. O amadorismo impera.
O futebol de nosso estado, como na maioria do Brasil continua atolado no imediatismo, na insensatez das cobranças. O debates são paupérrimos e não levam a nada.
Na realidade os times de Pernambuco não entenderam a necessidade de mudar o sistema atual, que dá muita validade a um estadual que nada representa, e que não pode, nem deve servir de parâmetro para projeções futuras.
A própria Copa do Nordeste, que poderia ser um bom torneio, a qualidade técnica é baixa, e a conquista do título não pode servir como referência para as disputas em competições maiores.
O futebol de Pernambuco teve bons momentos, quando cuidava de suas bases, e os elencos eram formados na maioria por jogadores produzidos internamente, ou então na própria região. Tínhamos boas participações nos eventos nacionais.
O modelo foi abandonado, dando a preferência as importações de pouco conteúdo, e os resultados são bem visíveis. Os clubes no inicio da temporada contratam caminhões de jogadores.
Existe uma necessidade de se refundar o futebol local, ouvindo todos os segmentos e sobretudo especialistas do setor, para que possam debater ideias na busca das modificações necessárias. A derrocada técnica e financeira é absurda. Todos os segmentos que o envolvem tem conhecimento, mas nada fazem para a mudança do sistema.
Termina um estadual e mesmo uma Copa do Nordeste, quais os talentos que são aproveitados? Isso demonstra que não existe trabalho de base, e quando acontece é mal feito, para atender os empresários.
O futebol brasileiro apequenou-se no geral, mas o de Pernambuco está na zona do rebaixamento, em função da falta de uma linha de procedimento e, sobretudo, de um projeto a longo prazo para que volte a ser o que já foi um dia.
O interior foi destroçado.
Enquanto existir uma parede separando os clubes profissionais, que não conseguem conversar entre si, só ira beneficiar a Federação local, que pouca se importa com o que acontece, e em janeiro irá dirigir um estadual destruidor para todos os participantes.
Todos são culpados pelo momento atual, inclusive a imprensa e os torcedores, que nada fazem para que o sistema seja alterado.