Se discute muito sobre a nova geração que está sendo cooptada para torcer por times europeus, em especial os ingleses, alemães e espanhóis.
A comprovação se dá quando vamos aos shoppings, em especial os de São Paulo, quando as camisas desses clubes proliferam e concorrem com as do país.
Obvio que a globalização motiva tal fato. O mundo ficou plano e o que acontece lá fora chega no tempo real em qualquer parte do planeta.
O caminho para esses jovens torcedores certamente foi delineado por conta das comparações efetuadas, quando de um lado, um futebol organizado, bem produzido, o europeu, e, do outro, uma bagunça total, jogos adiados, troca de locais por venda dos mandos de campo, péssimas arbitragens, times mistos por conta de diversas competições, entre outros ingredientes, o nacional.
No Velho Continente os torcedores assistem os jogos sentados, sem violência nas arquibancadas, com a presença das torcidas dos times disputantes. Sem duvida um excelente ambiente que reflete no gramado.
No Brasil é o inverso, todos de pé, começando pela fila da frente que obriga as demais a abandonarem os assentos. Um exercício de no mínimo 96 minutos de sofrimento.
Algo grotesco e sem cabimento.
Trata-se de um problema cultural, adotado por uma sociedade que gosta da bagunça e detesta as coisas civilizadas. O interessante é que na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, todos os jogos foram assistidos nas cadeiras, e quando alguém levantava o que estava atrás chamava a atenção.
Dentro do gramado o nosso futebol é pobre, franciscano, na maioria das partidas, sem qualidade, poucos destaques, excesso de faltas, passes errados, chutões, violência, e arbitragens que modificam os resultados.
O cai-cai e as simulações fazem parte do futebol padrão do Circo. Quando um jogador vai ser substituído, recebe um aviso prévio para cair, esperar a maca para ganhar tempo, no caso do seu time ter a vantagem no placar.
Na Europa nada disso acontece, a bola rolando sempre está entre 65 e 70 minutos, os clubes não são desfalcados por conta de suas seleções. Quando essas jogam as suas competições param, pois possuem um calendário bem elaborado, enquanto o nosso é uma verdadeira obra prima da imbecilidade.
Quando os jovens comparam tantas diferenças, certamente não podemos culpa-los pela opção da escolha para torcer por um time do Velho Continente, já que lá existem pessoas comprometidas com o futebol, que é tratado como um grande negócio, que é organizado de forma a atender o mercado, e como consequência o consumidor, enquanto no Brasil o espantam em virtude da bagunça que tomou conta desse esporte.
Infelizmente essa é uma realidade que já perdura há muitos anos, e que vem crescendo cada vez mais, para a felicidade dos canais fechados das televisões, que transmitem dezenas desses eventos com boas audiências.
Para que se tenha uma ideia dessa realidade, os Canais do TNT e Space da Turner que substituíram o Esporte Interativo está com 4,6 pontos de audiência nos jogos da Liga dos Campeões, dando uma goleada nos concorrentes.
Na verdade o futebol brasileiro é a cara do Brasil, cuja melhor oferta para um jovem é o aeroporto.
São coisas de um mundo plano e transparente, que não pode ser escondido.
Comentários
0#1RE: COMPARANDO AS REALIDADES —
PLINIO ANDRADE14-12-2018 16:32
JJ: Realmente ao compararmos a realidade, ficamos cientes de que estamos atrasados com uma distância gigantesca entre a Europa e Brasil. O nosso futebol está na idade da pedra.
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