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Escrito por José Joaquim

O falecido compositor e cantor Dominguinhos, nos deixou um legado musical por demais importante, com belas composições, e entre essas a que tem o título ¨Isso aqui tá bom demais¨, que nos lembra do futebol brasileiro por conta dos seus versos iniciais.

¨Olha, que isso aqui tá muito bom,

Isso aqui tá bom demais,

Olha quem tá fora quer entrar,

mas quem tá dentro não sai,

Pois é¨.

Será que esse teve o sentimento de homenagear o forró, ou estava se referindo ao modelo de nosso futebol, que é o ¨daquele que está dentro não sai¨.

Clubes, Federações e Confederações retratam esse sistema, quando existem os que desejam entrar para mudar, mas são barrados por aqueles que estão se usufruindo da festa que não temos duvida é excelente para esses.

Quantas vezes ouvimos dirigentes afirmarem que não aguentavam mais as críticas, que estavam cansados, mas ao mesmo tempo não víamos nenhum movimento para deixarem os comandos. Era apenas uma pirotecnia, e uma encenação teatral para chamar a atenção, e o desvio dos problemas.

Obvio que algo de bom está embutido em seus cargos.

Os clubes mudam de cartolas, mas os que saem continuam no sistema, participando de suas atividades, e ocupando outros cargos. É estressante, mas é divertido para eles. O que estão fora não entram, porque o modelo não permite com a atuação de fantasmas. Todos ficam cantando ¨Isso aqui tá bom demais¨.

Quando se parte para as Federações, existem dirigentes que estão há décadas, Conhecemos um desses no Acre, que na época que estávamos no Basquetebol, na década de 80, o personagem era presidente de uma entidade eclética que contemplava esse esporte, junto com o futebol.

Hoje, Antônio Aquino, o Toniquim, ainda continua no comando da entidade, e sendo eleito como um dos vice-presidentes regionais do Circo na Chapa do Caboclo,  e apesar desse longo tempo pouco fez pelo esporte da chuteira do estado nortista.

Enquanto isso, Aquino está feliz, cantando que ¨Tá bom demais¨. Certamente tem algo positivo para ficar tantos anos no poder.

Como ele existem dezenas que estão no sacrifício, mas não largam o ¨ossinho¨, que lhes concede tantas benesses, fazendo com que esqueçam os estresses da vida.

Continuam sobrevivendo por conta de Clubes Amadores da Capital e de Ligas, que só existem para a manutenção do poder. Quando sentem um sobressalto, vão para uma sala fechada e produzem novos eleitores. É bom demais.

Dominguinhos tinha razão. Quando chegamos na Confederação, aí é que ¨Tá bom demais¨, quando um grupo assumiu o seu comando por mais de 30 anos, e nesse período três dos seus ex-presidentes foram afastados por suspeitas de corrupção e de organização criminosa, e um deles está numa prisão dos Estados Unidos.

Apesar disso o grupo que está instalado na Barra da Tijuca é o da continuação do sistema, e as muitas criticas e ofensas continuam as mesmas.

Como alguém pode ser ofendido e não tomar providencia para deixar o cargo? Uma resposta simples: faz parte do sacrifício, cuja recompensa vem através de benesses, ou das negociatas como as promovidas pelos defenestrados.

Os que estão de fora que desejavam entrar não conseguem, desde que os cartolas circenses durante as caladas da noite modificaram os valores dos votos, ferindo a legislação, para se perpetuarem no poder, que é de sacrifício, mas tem algo de bom demais dentro dele.

Como na música, a vida se repete no futebol brasileiro, cujo comando vive no verdadeiro forró, sob o som de um bom acordeon (sanfona), que insiste no refrão: Isso aqui, tá bom demais, quem tá fora não entra, e quem tá dentro não sai¨.

Não sai por que? O único que não está bem é o futebol. Difícil de entender.

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