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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- AS COTAS DA TV SÃO TRAIÇOEIRAS

* Nessa temporada que está sendo iniciada, entrará em vigor o novo sistema de distribuição de cotas de transmissão de TV, com R$ 1,1 bilhão para dividir entre os clubes. Essas ficaram mais gordas, e ao mesmo tempo tornaram-se traiçoeiras para as gestões, que deverão ser profissionais para que não possam ser atropeladas.

Segundo um estudo da Ernst & Young, em parceria com a Grafietti, Cesar Finance e Mgmt Consuting, e que foi publicado pelo jornalista Thiago Noronha, do jornal ¨O Tempo¨, de Belo Horizonte, esse modelo trará um impacto no fluxo de caixa dos clubes que poderá causar problemas sérios no inicio do ano. Aliás, tal fato já tinha sido destacado em um artigo do blog.

¨O mínimo é fazer um planejamento financeiro para esse ano. Só assim vão conseguir honrar os compromissos¨, disse Pedro Daniel, gerente sênior de consultoria ao mercado esportivo da EY. Na realidade quem entendeu a nova fórmula adotada pela Globo, deve ter se antecipado e planejado, e terá uma vantagem competitiva no primeiro semestre.

O fato real é que os empréstimos não poderão usar o contrato com a TV, como garantia, desde que ninguém sabe o valor real do seu final. A dona dos direitos de transmissão pagará 40% do montante do ano divididos igualitariamente (R$ 22 milhões por clubes), com recebimento de 75% do valor entre janeiro e junho, e 25% entre julho e dezembro, mensalmente. A parcela de audiência (30%) será paga entre maio e dezembro, e os 30% referentes ao desempenho serão pagos em dezembro. A Turner segue modelo bem parecido.

Esses dois últimos itens são favoráveis aos clubes com maiores torcidas. O PPV tem R$ 600 milhões a distribuir, e nesse quesito os times mais populares levarão uma grande vantagem, em especial, Flamengo e Corinthians, que irão abocanhar cada um 20% do total.

No final da história os que sempre foram beneficiados continuarão a sê-lo, e os demais se contentando com boas migalhas.

NOTA 2- A PREMIAÇÃO DA LIBERTADORES E OS TIMES ALTERNATIVOS 

* Já tivemos um exemplo em 2018 por conta dos valores que foram pagos principalmente na Copa do Brasil, que levaram a utilização de times alternativos no Brasileirinho.

O fato irá agravar-se nessa temporada com as novas cotas que serão pagas pela Conmebol aos participantes da Libertadores. A conquista desse torneio será bastante atrativa para os participantes e sobretudo para o campeão. 

O valor que é destinado ao vencedor foi dobrado em relação ao ano anterior, garantindo-lhe um premio de US$ 12 milhões, ou seja, R$ 45 milhões, próximo às cifras concedidas ao campeão da Copa do Brasil, R$ 50 milhões. O time ainda embolsa 25% da bilheteria da final única.

Os números são mais gordos. O valor final da premiação é ainda maior dependendo do acumulado em cada fase. Desta maneira um time campeão que entrou no torneio desde a primeira fase pode receber uma bolada de US$ 23,4 milhões (R$ 88,2 milhões).

Sem duvida os oito clubes brasileiros que disputam a competição darão prioridade à essa, desde que a premiação do Brasileirinho que foi de R$ 18 milhões ao campeão, fica bem longe dos números da Conmebol.

A história se repetirá.

NOTA 3- PLATAFORMA PARA EMPRESÁRIOS E CLUBES DE PAPEL

* A Copa São Paulo de Juniors começou em 1969 com cinco clubes, em conjunto com outras modalidades esportivas.

Em 1971, a Prefeitura paulista a ampliou para 16, com convites para alguns times de outros estados. Em 1973 o Sport participou.

Era um evento que contemplava os cubes que foram campeões de cada federação estadual, e que tinha uma visão de fomentar o trabalho de base.

No decorrer do tempo foi se agigantando e no final se transformou numa plataforma de empresários e clubes de papel para mostrarem os seus talentos ao mercado.

Na verdade perdeu o seu objetivo e abraçou a causa dos agentes de futebol que chegam a alugar clubes para que possam ser utilizados como mostruário de seus jogadores.

Quando analisamos os diversos grupos da atual competição com 128 disputantes, uma boa parcela é totalmente desconhecida no sistema, mas fazem parte dessa plataforma de negociações que transformou uma competição que poderia ter uma boa influência na formação de atletas em um balcão de negócios.

Por outro lado temos um pensamento sobre competições de base que tem um foco no título, quando na verdade essas servem para revelar jogadores e para os seus amadurecimentos.

Um fato grave é que a competição teve momentos de um paraíso da ¨gatolândia¨.

Uma festa com farra e folia.

NOTA 4- O BOM EXEMPLO DO COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO 

* O blog do jornalista Marcondes Brito nos trouxe uma informação que não poderíamos deixar passar despercebida. Algo bem diferente do que acontece com os diversos segmentos dos esportes do Brasil.

O CPB anunciou no primeiro dia útil do ano que abriu uma consulta pública para discutir um aperfeiçoamento e atualização do seu estatuto. O objetivo proposto é o de dar voz a todos os setores sem intermediários. As propostas devem ser encaminhadas no período de 2 a 25 de agosto.

Obvio que trata-se de um avanço do Comitê Paralímpico que poderia servir como exemplo para as Confederações esportivas, Federações e clubes que insistem na manutenção das suas caixas pretas.

Um avanço como esse jamais seria adotado pelo Circo do Futebol Brasileiro, que muda os estatutos nas caladas na noite, sem ouvir os clubes filiados, como aconteceu no ano passado ao modificarem o peso das Federações no Colégio Eleitoral, para que pudessem eleger o Caboclo, continuador da ¨obra¨, de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, que mesmo expulso do futebol pela FIFA continua sendo o dono do pedaço.

Esse Comitê nos mostrou que ainda existe vida digna nos esportes brasileiros.   

NOTA 5- NEM FREUD PODERIA EXPLICAR A GESTÃO DO CORINTHIANS

* Já repetimos várias vezes que o futebol brasileiro sofre por conta das suas gestões, e a cada dia isso é comprovado pelos fatos.

Um péssimo exemplo vem do Corinthians, com relação a Felipe Bastos. O alvinegro contratou o jogador no inicio de 2017, vindo dos Emirados Árabes, com uma salário de 300 mil. Passou um ano com pouco aproveitamento, sentado no banco de reservas.

Foi emprestado ao Sport, com o Corinthians pagando 50% dos seus salários. No rubro-negro também não firmou-se na titularidade. Agora em 2019, Bastos foi emprestado ao Botafogo, com seu clube de origem pagando 70% dos seus proventos. 

Nem Freud conseguiria decifrar esse enigma da manutenção de um atleta que não está nos planos do seu clube, colocando-o em outras agremiações e pagando para tal.

Não seria mais rentável um acordo liberando em definitivo o jogador, do que torrar dinheiro dos seus cofres sem que esse esteja jogando com a sua camisa?

Por isso é que o futebol brasileiro continua rolando a ladeira.

NOTA 6- A VITÓRIA DA HUMILDADE DE GUARDIOLA

* Pep Guardiola sabia da força do Liverpool de Klopp e formatou o seu time com mais cuidado na espera de uma bola salvadora. Deu certo e o Manchester City acabou com a invencibilidade do líder da Premier League, salvando a competição que continua aberta.

Foi uma partida tática, com poucas finalizações.

Aos 19 minutos do primeiro tempo uma triangulação do time da terra dos Beatles acabou na trave, e no rebote, Stones ao rebater a bola, essa bateu no goleiro Ederson, e não entrou na meta por conta de 11 milímetros quando foi rebatida pela defesa do City.

Um verdadeiro jogo de xadrez com dois dos maiores técnicos do mundo mexendo as pedras. Aos 40 minutos Aguero com um lance sem ângulo, mas com um petardo abriu o marcador.

No segundo tempo a equipe vermelha voltou bem melhor e aos 63 minutos numa bobeada de Danilo saiu o gol de empate que seria um bom resultado para essa.

Quando o Liverpool dominava o jogo, numa jogada dos pontas do Manchester City terminou no desempate com um gol de Sané. Os Citzens ainda perderam o terceiro gol nos pés de Sterling.

A humildade de Pep Guardiola foi a responsável por essa vitória, com o seu time algumas vezes dando chutões, retrancado, e no final foi recompensado com o placar que o aproximou da liderança.

Um fato que deve ser destacado foi o da presença de seis brasileiros no gramado. Firmino, Alisson e Fabinho pelo Liverpool, e Fernandinho, Danilo e Ederson pelo City. Gabriel de Jesus estava no banco dos Citzens.

No final uma grande partida entre dois times de alto nível com um futebol limpo, sem simulações, sem reclamações, e com o aplauso das duas torcidas. 

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