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Escrito por José Joaquim

As entrevistas de Milton Bivar, presidente do Sport sempre terminam em choro por conta da situação do clube. Chorar não resolve e sim planejar um novo futuro que possa tirar o clube desse caminho tortuoso. O Leão já teve varias fases difíceis como essa, e sempre conseguiu se reerguer. Necessita apenas de competência.

O maior exemplo se deu na década de 90, quando as dificuldades eram bem maiores do que as atuais, e um projeto de refundação do qual participamos nos primeiros quatro anos, conseguiu impulsionar a sua modernização e sobretudo o seu crescimento.

No ano de 1991, o Sport não tinha crédito para a compra sequer de um lápis e, em dezembro de 1994, teria para a compra de qualquer coisa que desejasse. Tudo isso se explica graças a um trabalho planejado, que foi cumprido pela diretoria para um período que foi estipulado de dez anos.

O clube tornou-se uma referência nacional em estrutura. Era dono de um passivo de 120 ações trabalhistas, que foram sendo quitadas de acordo com negociações com os credores. Um trabalho árduo, mas com sucesso. Ninguém chorava pelos cantos, trabalhava.

A informatização criou as condições para o acompanhamento do seu dia a dia, principalmente no setor financeiro e da arrecadação, sobressaindo-se o incremento dos sócios pagantes, que de 1.200 em 1991, chegaram a 12.000 em dezembro de 1994.

Pela primeira vez o clube obedeceu a um orçamento previamente traçado, e que era cumprido por todos os seus departamentos. A centralização do caixa acabou com o que acontecia anteriormente, diversificado em vários setores.

O patrimônio cresceu, era bem cuidado.

Em 10 anos o futebol conquistou oito estaduais, numa época em que esses valiam alguma coisa, e devemos referenciar que o projeto tinha a visão de dez. Chegou perto. No mesmo período participou de todos os campeonatos da Série A.

Com essas conquistas o número de torcedores evoluiu. Os jovens de 10 anos em diante tomaram o posicionamento a favor do vitorioso, e isso foi sentido nas pesquisas realizadas posteriormente.

O trabalho de base, apesar das precariedades, foi sem duvidas bem feito, e rendeu frutos. O time profissional tinha um número elevado de jogadores da casa. Não tinha empresários.

O Sport da década de 90 pode ser considerado como parâmetro até hoje, pois demonstrou que o planejamento é demais importante para o desenvolvimento de um clube, e que infelizmente foi jogado fora pelo açodamento dos dirigentes, e com a perda da filosofia que hoje cada dia fica mais distante, ou seja os interesses do clube estão acima dos pessoais.

Tudo isso foi realizado com o bom senso, com lógica, principalmente com a razão, sem nenhuma paixão, que na realidade cega a quem dirige, e devemos ressaltar que nos anos iniciais foi realizado sem recursos da televisão e do Clube dos 13. Foi um grande projeto que ainda está vivo, e que deveria ser estudado por nossos cartolas.

Chorar não resolve. 

Comentários   

0 #2 RE: CHORAR NÃO RESOLVECLAUDIO LEITE 10-01-2019 12:47
Tudo isso se resume a uma palavra- competência. Hoje não temos mais isso. Parabéns pelo artigo.
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0 #1 RE: CHORAR NÃO RESOLVERUBRO-NEGRO 10-01-2019 11:22
JJ: Sou testemunha desse trabalho desde que também participei desse. O momento atual não é pior do que aquele e o projeto de refundação funcionou e tirou o Sport do buraco. Parabéns pelo artigo.
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