Todo candidato a presidência de um clube sócio-esportivo deveria ter um espelho mágico em sua residência, para que pudesse fazer uma simples pergunta: ESPELHO MEU, ESPELHO MEU, SERÁ QUE TENHO CONDIÇÕES DE ASSUMIR O COMANDO DO MEU CLUBE? Esse certamente iria dar uma resposta, como o fazia com a madrasta da Branca de Neve.
James Harrigton foi um pensador inglês do século XVII, que nos deixou uma frase antológica e que define as atividades humanas: ¨O que não se pode controlar , não se pode medir¨. Nos idos de 1600 um pensador retratou uma realidade pertinente em nosso mundo, e em especial nos esportes, através de seus gestores.
No futebol, os dirigentes de clubes e os executivos, assumem muitas vezes encargos sem medirem os seus tamanhos e sem a convicção de que podem controla-los, ou seja, não tem a percepção do tamanho da profundidade do que é gerenciar um clube sócio-esportivo. Irão fazer experiências, cujos resultados finais muitas vezes terminam em tragédias.
Os números de nosso futebol vão ao encontro da frase de Harrigton, por conta dos gestores que tomaram conta da Confederação, Federações e Clubes, que não contam com dirigentes preparados e bons profissionais capacitados, tanto no nível acadêmico, como na parte prática do seu dia a dia.
Quando se elege um presidente, ou se contrata um profissional do setor, deveria ser feita uma pergunta: O que é um gestor esportivo?
O dirigente é amador, apaixonado e torna-se irracional no trato das coisas do seu clube. Para ele um título vale mais do que a estabilidade financeira e o preparo para um futuro de grandes conquistas. Tudo acontece no seu devido tempo. Um bom exemplo, é quando gastam mais do que arrecadam, no sentido de conseguir algo maior, que muitas vezes não chega.
Enquanto isso, um gestor esportivo profissional terá que ter a noção de planejar a vida do clube, com base científica e com métodos de administração.
Na maioria dos clubes brasileiros os dirigentes eleitos não podem ser remunerados, e por conta disso torna-se obrigatório a contratação de um profissional para que a gestão possa ter um futuro mais promissor, desde que um pequeno equívoco como acontece no dia a dia, poderá se transformar em uma bola de neve, com efeitos negativos e muitas vezes insolúveis.
Na verdade existe a necessidade de um comando que possa decifrar o porque dos acertos e tampouco dos erros para não serem repetitivos. Esse é o segredo de uma boa gestão.
Os esportes e em especial o futebol que manipula fortunas, necessita de bons profissionais, que além da competência devem ser providos de seriedade, para que possam seguir uma agenda de gerenciamento de resultados, e com uma mente bem clara de saber discernir sobre o que está administrando.
Estamos entregues a muitos apedeutas, que motivam as lambanças que acontecem nos seus clubes, e que muitas vezes não conseguem mudar o rumo por falta de competência.