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Escrito por José Joaquim

Ao abrirmos os jornais ou ao ligarmos a televisão, lemos e ouvimos matérias sobre a crise financeira da boa parte dos clubes brasileiros, e por outro lado as riquezas de Palmeiras e Flamengo.

As agremiações que sofrem com problemas financeiros gastaram mais do que receberam e os seus balanços atestam essa deficiência na programação do orçamento. O alviverde de São Paulo e o rubro-negro da Gávea são pontos fora da curva real que existe.

A UEFA adotou o Fair Play Financeiro, visando disciplinar os altos gastos na contratação de atletas e outros atividades de controle na gestão das finanças dos seus filiados, que foi sem duvida uma excelente iniciativa. No Brasil as medidas foram tímidas e não resolveram por falta de cobranças.

Na maioria dos clubes europeus existe a restrição para os clubes que atrasam os salários e não pagam os devidos impostos, inclusive com diversas penalidades. Em nosso país existe um regulamento de ficção, e as agremiações não cumprem com os seus compromissos, posto que tudo parece normal, e dá um calote faz parte do sistema.

O mais interessante de tudo isso é que o modelo do futebol europeu não é uma inovação, porque já tivemos em nosso país o Fair Play Financeiro em 1943, quando o profissionalismo era incipiente e estava dando os seus primeiros passos.

O nosso modelo de controle das finanças dos clubes, criado há 76 anos atrás, é muito parecido com o da entidade europeia, mostrando que fomos pioneiros no sistema e no decorrer dos tempos o abandonamos, dando lugar a anarquia.

Pela Deliberação nº 17/43 de 13/04/43, o CND- Conselho Nacional de Desportos estipulou o seguinte:

1- Nenhuma Associação Desportiva poderá contratar mais de 22 atletas profissionais de futebol, e estes deverão estar registrados;

2- Nenhuma Associação Desportiva poderá dispender em pagamentos de atletas, importância superior ao valor da renda que tenha arrecadado em jogos oficiais e amistosos da divisão extra de profissionais no ano desportivo anterior;

3- Não poderá inscrever-se no campeonato da divisão extra de profissionais, a Associação Desportiva que deixar de remeter à sua Federação boletins mensais do movimento financeiro do Departamento Profissional correspondente.

Na ocasião, a UEFA não existia, e o Brasil já pensava no controle externo, que era representado pelo CND, que foi certamente o primórdio de uma Agência Reguladora.

Eram medidas adequadas à sua época, e representavam um grande avanço para o futebol que começava a desabrochar com intensidade.

Quando elogiamos a tomada de posição da UEFA, nos esquecemos que um órgão dos esportes brasileiros já tinha se antecipado há dezenas de anos atrás, o que vem caracterizar a necessidade da atuação da APFUT, a atual agência de regulação que nada faz como controladora do futebol brasileiro, para que fossem evitados os problemas que hoje permeiam o setor.

Éramos felizes e não sabíamos.

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