O futebol brasileiro é uma nau sem rumo em alto mar, por conta da falta de um comando. Os fatos positivos levam uma goleada com relação aos negativos. Nada de novo e de bom acontece nesse reino podre da bola. O último domingo sem duvida foi o ato final da peça que poderá levar ao afundamento do barco.
Entra governo e sai governo e as medidas para coloca-lo no rumo não aparecem, e as esperanças se esvaem. Os gestores estão fora da realidade, e olhando apenas para os seus interesses. Falta um Plano Nacional dos Esportes bem elaborado por pessoas sérias que por incrível que pareça ainda achamos no Brasil.
Existe a necessidade urgente das diretrizes básicas para o setor, e que pudesse traçar um caminho mais tranquilo para as todas as modalidades esportivas. A Lei Pelé caducou no tempo e no espaço e não foi renovada. Vivemos do empirismo e sem nenhuma perspectiva de melhora, visto que os pontos fundamentais são esquecidos para dar os seus lugares aos pontuais.
Até hoje não temos uma legislação que proteja os clubes formadores de atletas, deixando o setor entregue a empresários, que o dominam totalmente.
Falta um calendário esportivo sério, que contemple a qualidade e não a quantidade. A ausência de uma regulamentação para a distribuição das diversas rendas entre os clubes provoca o abismo, e as atuais discrepâncias, com alguns com muito e a maioria com pouco.
O continuísmo nas entidades foi extirpado, com exceção do Circo do Futebol, mas os laranjais foram sendo criados, para que os laranjas assumam as cadeiras por um período, guardando-as para os antigos donos. Os colégios eleitorais das entidades que administram o futebol são imorais e não permitem as renovações.
Precisamos de um fair-play financeiro, que discipline os gastos dos clubes, e que só permita as suas participações nas competições, mediante a apresentação das certidões negativas e de um plano de aplicação financeira na temporada.
Precisamos de uma Justiça Desportiva livre e independente das amarras financeiras das entidades de administração, para que as suas decisões não sejam delineadas pelo poder dominante, que paga os seus custos.
Um fato grave e que é desprezado pelos que comandam esse esporte no Brasil, está localizado na sazonalidade dos clubes, onde a maioria não tem um calendário anual, e nada se faz para modificar o sistema.
Necessitamos da criação de um Fundo Esportivo para o futebol, que seria alimentado com todos os recursos destinados ao segmento, e distribuídos de forma isonômica entre todos, mas infelizmente nada é feito e a sociedade também não cobra as mudanças necessárias.
Faltam as diretivas para os esportes brasileiros, e em especial no futebol, e isso só interessa aos oportunistas, que enchem as suas sacolas, enquanto os que são a razão de ser do esporte agonizam.
Na verdade chegamos a um impasse, ou muda ou a nau irá afundar.
* Crédito da foto: O boletim.com.br
Comentários
0#1RE: UMA NAU SEM RUMO —
ANTONIO CORREIA19-02-2019 13:39
JJ: O futebol brasileiro é um Titanic que afundou com a orquestra tocando. O amigo é uma raridade nesse meio quando levanta temas relevantes como esse. Tem razão falta ao setor um Plano Nacional e a limpeza das entidades.
Comentários
Assine o RSS dos comentários