A Operação Lava Jato continua nas ruas em todo o Brasil, mostrando que os tentáculos da corrupção continuam agindo com todo vigor. Muitos políticos e empresários presos, inclusive um ex-presidente da República que está numa cadeia de Coritiba.
Certamente isso representa o novo na luta contra a impunidade, que é sem duvida a mola mestra de todas as mazelas que acontecem em nosso país. Quando assistimos as cenas de cada Operação, pensamos no futebol brasileiro que é o intocável e um paraíso da impunidade.
O maior exemplo vem do Circo do Futebol com três ex-presidentes afastados, um preso numa cidadezinha da Pensilvânia, nos Estados Unidos, os outros dois soltos nas ruas cariocas sem poderem sair do país.
O incrível é que isso acontece no esporte da chuteira, e não ouvimos nenhuma manifestação contrária ao sistema de parte das pessoas que pensam em nossa sociedade. Uma alienação total.
A entidade maior do futebol brasileiro não se preocupa com o esporte em si, e sim com o seu marketing, quando vende a marca do ¨país do futebol¨. Deixa de lado o básico, as suas competições e o trabalho de formação. Vive de sua seleção que é a vaca leiteira. O que aconteceu no Ninho do Urubu, do Flamengo é a demonstração da falta de uma fiscalização mais perene nos Centros de Formação.
As Federações são verdadeiras sinecuras e cabides de empregos, pouco fazem pelo esporte. Por sua vez, os clubes são dirigidos na sua maioria por amadores, passionais, e às vezes aproveitadores, além da influência dos empresários.
Nos gramados os milionários treinadores mataram o que tínhamos de melhor, a qualidade do jogo, o passe, o drible, e hoje utilizam o processo de não perder e se puder empatar, e por último ganhar.
No último domingo antes da barbárie do Maracanã, assistimos cenas do bicampeonato mundial do Santos, ficamos mais convictos com a relação à pobreza que tomou conta de nossos gramados. Nesse mesmo estádio, 130 mil torcedores estavam presentes para aplaudir um time paulista, sem nenhum incidente, com um espetáculo que motiva a necessidade de se repensar essa estrutura podre que tomou conta do esporte que era a paixão do brasileiro.
Quando passamos para a formação de talentos, os responsáveis pelo setor dão lugar aos mais altos e mais fortes, na preparação de futuros brucutus. Esquecem a formação do homem e do cidadão, e muitas vezes criam verdadeiras cobras. Atletas jovens que mal tocaram na bola nos gramados só pensam no Velho Continente como local para atuarem.
As torcidas organizadas tomaram conta do pedaço e proibiram a presença dos verdadeiros torcedores em nossos estádios.
E assim vai o futebol brasileiro navegando em um barco furado, marchando na contramão da história, permanecendo ainda na idade da pedra, onde de tudo pode acontecer.
Ou a sociedade que gosta desse esporte se une para apoiar uma transformação radical, ou então iremos continuar com os predadores destruindo o que resta do antigo e bom futebol brasileiro.
O silêncio de todos, compartilhado com a falta de uma ação concreta, é sem duvida uma força motriz para a continuidade do atraso.
O segmento futebol ou muda, ou morre.
Comentários
0#1RE: UMA TRANSFORMAÇÃO RADICAL —
ANTONIO CORREIA20-02-2019 14:17
JJ: O que acontece no futebol brasileiro é surreal e seu artigo reflete uma realidade que só tem uma saída, que é o da transformação radical.
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