* O Regulamento do Campeonato Pingadinho é um dos favoritos para a conquista do ¨Troféu Cangalhas de Ouro¨.
Foram realizados 45 jogos do nada para o nada, com um único objetivo da preferencia pelo mando de campo. A pontuação dos clubes e suas performances não valem nada nas fases seguintes.
Depois de tantos jogos foram eliminados apenas dois times, e oito continuaram na competição.
Obvio que tal fato é surreal, desde que o correto seria a classificação de quatro participantes com as melhores pontuações para a fase de semifinais.
Vamos dar um exemplo claro da deformidade desse Regulamento, ou seja: o Sport somou 21 pontos, terminou na liderança, e irá enfrentar o 8º colocado, o Petrolina, que conquistou apenas 8 pontos nos 27 disputados.
Apesar da longa distância entre os dois clubes, ambos entram nas quartas de final com as mesmas possibilidades. Se houver um empate a decisão irá para os pênaltis.
Para que serviu a boa campanha do rubro-negro da Ilha do Retiro?
É latente que esse seja favorito desde que o futebol tem a sua lógica e essa sempre é determinante, mas por uma fatalidade o adversário fechar a sua defesa com um ônibus, conseguindo um 0x0, vai para a cobrança das penalidades e se classifica.
Uma campanha meritória jogada fora.
O mesmo se dará com os outros três clubes que tiveram as melhores pontuações.
Já que os ¨gênios¨ que fazem o futebol formularam um Regulamento ridículo, pelo menos quando do empate nas decisões, o clube de melhor pontuação passaria para a fase seguinte. Seria mais lógico e prudente.
Não podemos culpar apenas os cartolas da Federação que na verdade não sabem fazer Regulamentos e Tabelas, mas a culpa é mais expressiva para os dirigentes dos clubes filiados que aprovam o modelo da competição de forma açodada sem uma leitura correta do que estava escrito.
Uma chuva de cangalhas caiu na Rua Dom Bosco.
NOTA 2- O TRITURADOR DE TÉCNICOS
* A única utilidade dos moribundos estaduais é a de demitir técnicos. Um verdadeiro triturador. No final da semana dois profissionais perderam as cadeiras na famosa dança.
A derrota de 3x0 para a Ponte Preta, no Dérbi de Campinas, derrubou Osmar Loss técnico do Guarani. A demissão foi confirmada pela diretoria do clube.
O presidente do Bugre, Palmeron Mendes Filho, classificou a derrota como vergonhosa, e que não poderia segurar o profissional.
Loss em 12 jogos no comando do time obteve 4 vitórias, 2 empates e 6 derrotas.
Enquanto isso, Claudinei de Oliveira teve a sua dança logo após a derrota do time da Chapecoense para o Joinville, completando a terceira queda seguida.
O time de Chapecó é o terceiro colocado do estadual catarinense.
Na realidade a Chapecoense tinha um bom modelo de administração, mas entrou na vala comum e juntou-se aos demais clubes que tem como alegria derrubar técnicos.
Para completar a relação, a música parou para Marcelo Chamusca, que foi degolado na tarde de ontem após a eliminação do Vitória na primeira fase do estadual baiano.
Anteriormente o rubro-negro saiu de forma bem precoce na Copa do Brasil. No comando de Chamusca o Vitória participou de 14 jogos, com 3 vitórias, 7 empates e 4 derrotas.
O modelo do futebol brasileiro é autofágico.
NOTA 3- A CANETADA DE W.W.
* Wilson Witzel, governador do estado do Rio de Janeiro reuniu parte de secretariado e anunciou, em uma entrevista coletiva realizada na manhã de ontem, o rompimento unilateral do contrato de concessão do Maracanã.
Com a medida que ainda será publicada no Diário Oficial, o poder público retoma o controle do estádio.
O estranho foi que a Concessionária Maracanã que administrava o local, só tomou conhecimento do fato quando foi avisada pelos jornalistas.
Uma decisão da Justiça de setembro do ano passado determinava que a parceria firmada entre o Estado do Rio de Janeiro e a IMX-Holding S.A, que administrava o estádio apresentava ilegalidades. A parceria foi firmada em 2013 para um período de 25 anos.
Segundo o governador, a decisão foi motivada principalmente pelas dívidas do consórcio que atingem R$ 38 milhões. O valor se refere às parcelas da outorga.
Com o fim do vinculo, será encerrado automaticamente, de acordo com o governador, os contratos da concessionária com os clubes cariocas, que ainda não se manifestaram sobre a decisão do governo estadual. Com o fim do contrato não vai alterar a programação do estádio.
Era algo que já se esperava.
O Maracanã tornou-se um desastre financeiro nos dias de jogos, por conta dos prejuízos que os clubes apresentavam. As taxas eram massacrantes. Na verdade o estado não tem a mínima condição de administra-lo, e certamente irá promover uma nova licitação.
Desde o ano de 2013 o Consórcio Maracanã assumiu o comando do estádio, e os atritos eram frequentes.
Primeiro com o governo, desde que não foi cumprido o que estava acordado na licitação, como as demolições do Parque Aquático Julio Delamare, do estádio de Atletismo Célio de Barros para a construção de um complexo de lojas, restaurantes e estacionamento para a Copa do Mundo.
Por outro lado o contrato previa a construção de um novo estádio de atletismo e um parque aquático alternativo em diferentes locais da cidade. Nada foi feito.
Os problemas com Flamengo, Vasco e Fluminense, por conta dos altos custos para atuarem no estádio, eram cotidianos.
Na realidade a posição tomada pelo estado foi correta, mas é bem obvio que não poderá assumir a sua administração.
O ideal seria um consórcio dos três clubes para administra-lo, mas com exceção do Flamengo, os outros dois não estão em situação para assumirem um encargo como esse.
O Maracanã que era o grande palco do futebol brasileiro tornou-se um empecilho.
NOTA 4- LÍDER E INVICTO O TÉCNICO DO PAYSANDU FOI DEMITIDO
* Sempre temos afirmado que o futebol brasileiro é surreal. No último domingo o técnico do Paysandu foi demitido, mesmo com o seu time na liderança, invicto há oito jogos, com cinco vitórias e três empates.
A vitima foi João Brigatti, que deixou o clube após o empate de 1x1 contra o Castanhal pelo estadual paraense.
Ricardo Gluck Paul, presidente do Papão não gostou do resultado do seu time jogando em casa, no Curuzu, e ceifou a cabeça do seu treinador, mesmo com a liderança do time na tabela.
O inesperado empate foi o motivo, o que mostra de forma clara o modelo dos cartolas brasileiros, que não permitem um trabalho mais longo, e por um percalço após rodadas com sucesso os técnicos dançam.
São coisas do futebol brasileiro, onde tudo pode acontecer.
Por isso o futebol paraense está no fundo do poço. O time vai bem e um resultado fora da curva derruba um profissional.
Só mesmo no Brasil.
NOTA 5- A DANZ E A FOX SPORTS
* Recém chegada ao mercado brasileiro, a DANZ poderá dar um largo passo para a sua afirmação em nosso pais.
A empresa que é considerada como a ¨Netflix dos Esportes¨, está próxima de comprar a Fox Sports.
Trata-se de uma empresa de streaming que cresce na área esportiva e vem ganhando bastante espaço no Brasil, e que entrou forte na briga para se tornar a dona dos canais que possuem o direito de transmissão da Libertadores e de outras tantas competições.
A venda dos canais Fox Sports é uma exigência do Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Isso porque o mesmo órgão aprovou a fusão dos grupos Disney e Fox, mas como a Disney já é dona da ESPN-Brasil a venda do canal esportivo FOX é necessária para evitar o monopólio.
A Dazn tem como foco apenas o esporte, e já existe no mundo desde 2016, quando foi lançado o serviço na Áustria, Alemanha, Japão, Suíça e Canadá.
Está em fase de experiência no Brasil, mostrando alguns jogos de times da Europa, nos campeonatos da França e Itália, e até o final desse mês de março estará vendendo os seus pacotes para a transmissão da Copa Sul-Americana, Ligue 1 da França e a Série A da Itália, todos com exclusividade até 2021.
Sem duvida alguma, uma novidade excelente para quem acompanha os esportes.
Não aguentamos mais o monopólio que é pernicioso.
NOTA 6- TELÊ É O ÚNICO BRASILEIRO ENTRE OS 50 MELHORES DA HISTÓRIA
* A famosa Revista France Football publicou ontem a sua lista dos melhores técnicos da história, com apenas um brasileiro presente, Telê Santana que ficou na 35ª posição.
Bi-campeão da Libertadores e Mundial pelo São Paulo, e comandante da histórica seleção brasileira de 1982.
O primeiro lugar ficou com o técnico holandês, Rinus Michels, que foi o treinador da seleção da Holanda na Copa do Mundo de 1974, com a famosa Laranja Mecânica, que provocou uma revolução no futebol mundial.
JJ: NOTA 1- Os dirigentes ao aprovarem um regulamento como esse mostram que não o leram. Como um time que soma quase três vezes mais do que o adversário, e que numa decisão se empatar decidirá a sua continuidade nos pênaltis, é algo acima do grotesco. O Troféu Cangalhas de Ouro será sem duvida para a cartolagem e para a FPF.
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