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Escrito por José Joaquim

Quando acompanhamos o atual futebol brasileiro, retrocedemos no tempo, analisando o que foi o de ontem, assim como visualizamos o que será o seu futuro.

O futebol não poderia ser um fato isolado no contexto do país. O praticado em épocas passadas não tinha a cara de rico como o atual, mas a compensação era dada pelos bons jogos, especialmente pelos grandes craques.

O Brasil do passado sem duvida não era o rico de hoje, mas não tínhamos crianças nas ruas. A educação tinha como base a escola pública, que era de primeira qualidade, e além de dar a educação, servia para fomentar grandes atletas.

Nos lembramos da década de sessenta, onde estudávamos em uma faculdade que 50%/60% dos alunos eram provenientes dos colégios públicos, e nos duros vestibulares eram aprovados nas provas escritas e orais, com ótimas notas.

No Brasil rico de hoje, a escola pública tem como única atração com raras exceções, a merenda escolar. O aluno comparece às aulas não para aprender, e sim para se alimentar.

Quando pensamos no ontem, vislumbramos pessoas sentadas nas portas de suas casas, em conversa com seus vizinhos, andando pelas ruas na madrugada. Hoje, aqueles que podem, se trancam em condomínios fechados, se isolam do mundo, e andam em carros blindados. Os que não tem condições muitas vezes terminam no IML.

No futebol de ontem imperava a democracia. Os estádios recebiam bons públicos que se acomodavam juntos sem a separação de torcidas. Eram torcedores organizados. Brigas quase não existiam, a não ser as discussões pontuais.

No futebol de hoje tal fato torna-se impossível de acontecer, desde que as torcidas organizadas tomaram conta do pedaço, e tiraram dos estádios os tradicionais torcedores. A violência impera.

No passado não muito remoto tínhamos craques nos gramados, principalmente, jogadores formados em suas próprias regiões.

No passado jogávamos de igual para igual com os grandes clubes do Sudeste e Sul do Brasil. Hoje dificilmente conseguimos nos impor perante esses. Somos apenas figurantes.

Finalmente, no Brasil de ontem existia a concentração de renda praticamente nas mesmas proporções a de hoje, que tem em dois estados 45,6% do PIB (São Paulo e Rio de Janeiro), mas não era tão explicita como no futebol atual, que estabeleceu uma desigualdade nunca dantes acontecida.

Um país rico, com distribuição de renda igual a muitos países africanos, e com um futebol concentrado nas mãos de um pequeno grupo em detrimento da grande maioria.

São comparações para que todos nós possamos reavaliar o que vem acontecendo nos esportes brasileiros e, fundamentalmente, pensar em seu futuro, que por mais que procedermos com análises, só temos um única convicção de que o futuro pertence aos Deuses, pois se depender dos homens nada teremos o que comemorar.

Comentários   

0 #3 RE: O ONTEM, O HOJE E O AMANHÃCLOVIS ARRUDA 29-03-2019 13:21
JJ: Um artigo que é a fotografia da realidade brasileira e de seu futebol. Nós tivemos um bom ontem, um hoje esfacelado e um amanhã sem perspectiva.
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0 #2 RE: O ONTEM, O HOJE E O AMANHÃANTONIO CORREIA 29-03-2019 13:18
JJ: Um artigo de alto nível que mostra a realidade do país e em especial do futebol. Parabéns pelo bom texto.
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0 #1 RE: O ONTEM, O HOJE E O AMANHÃJOSE CARLOS DA SILVA 29-03-2019 12:59
Excelente texto JJ.
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