O nosso futebol tem momentos de profissionalismo ao mesmo tempo que envereda para o amadorismo.
O maior exemplo dessa metamorfose se retrata na forma como o seu maior torneio é programado. As datas mudam ao sabor dos ventos
Os clubes que disputam outras competições tem seus jogos remarcados. De repente, alguns estão em uma certa rodada, enquanto outros estão com jogos atrasados. Na tabela de classificação aparece o asterisco.
O futebol europeu vende com antecedência de quase um ano os seus ingressos para toda temporada. Lá se tem o conhecimento real que o jogo Chelsea e Manchester United será realizado em tal data, e isso realmente acontece. No Brasil algumas partidas que estão marcadas para determinadas datas, são realizados quase um mês depois.
Como poderemos vender ingressos antecipados, se não cumprimos com o calendário dos jogos. Os cartolas acham mais conveniente o modelo grotesco que é adotado na aquisição dos bilhetes em nosso futebol. São raros os clubes que adotam a internet como veículo de vendas.
Começa a competição, e os jogos são programados para 21 horas do sábado. Como não acontece a boa demanda de público nem a audiência para a televisão, modificam e colocam para 18 horas, sem consultar os maiores interessados: os consumidores.
Por outro lado, o futebol brasileiro passou a fazer parte da grade de televisão, e por conta desse fato os jogos do meio da semana são programados para 21h30 horas.
O futebol é tratado como um produto de segunda qualidade, desde que depende da novela, e as partidas só começam após o seu final. Um torcedor noturno chega em casa de madrugada, e obvio que irá optar pela televisão, reduzindo a demanda do jogo e apequenando as receitas. Por isso a média de publico do Brasileiro é menor do que o Campeonato da Segunda Divisão da Inglaterra.
Retrato de uma realidade existente com dirigentes sem a altivez para o combate a tais procedimentos. Os recursos distribuídos por conta dos direitos de transmissão calam as suas bocas.
O problema maior é que somos um futebol dito profissional, dirigido por amadores, e em alguns casos por espertalhões.
O esporte da chuteira no Brasil se apequenou, com os atletas muito mais preocupados com os seus cabelos, com as suas tatuagens, recebendo para isso o apoio de uma mídia juvenil, e esquecem o fundamental, que é o de jogar futebol.
O Brasileiro está bem próximo do seu chute inicial, e esperamos que os amadores o olhem como um verdadeiro esporte profissional, e não uma brincadeira de João e Maria.