Existem frases que ficam para a eternidade e uma dessas sem duvida foi dita após a conquista da Copa do Mundo em 1970 pela seleção que na época ainda era brasileira, quando o cineasta e poeta italiano Pier Paolo Pasolini afirmou que a Itália jogou como prosa e o Brasil como poesia.
Hoje o que nós temos é a mediocridade. sem prosa ou poesia.
Obvio que o futebol de nosso país não é mais o mesmo, e o declínio técnico é bem visível se comparado aos anos anteriores. Os nossos maiores clubes são apenas razoáveis. Os exemplos estão nos dois mais poderosos, Flamengo e Palmeiras.
Os problemas que afligem o nosso futebol influenciaram na queda de clubes tradicionais, como Santa Cruz, Náutico, Portuguesa de Desportos, Juventude de Caxias, Remo, Paysandu, Nacional de Manaus, Rio Negro, também de Manaus, Treze de Campina Grande, Campinense, ABC, América de Natal, e tantos outros que vivenciaram dias de glorias e ao mesmo tempo dias de tragédias. Alguns desapareceram do cenário, e outros, apesar dos problemas ainda contam com uma massa de torcedores apaixonados.
Vamos dar um exemplo que aconteceu com algumas empresas, isto é, a falta de uma gestão que pudesse acompanhar a modernização, a tecnologia que o mundo alcançou, e foram ultrapassadas por uma concorrência ansiosa de atender uma nova massa de consumidores.
Uma boa gestão tem que acompanhar as inovações oferecidas pelo mundo, as novas tendências, e o futebol não fica isento de tais fatos, desde que é um produto a ser comercializado e tem que ser bem gerenciado para a obtenção do sucesso.
O mercado futebolístico ainda leva uma vantagem, pois já tem uma demanda fiel, que é representada por seus torcedores, e que ainda dão uma sustentação razoável para a manutenção de seus clubes, entretanto, para tudo tem um limite, e apesar do amor destes, aos poucos vão se distanciando, não em busca de outro clube nacional, e sim de outros eventos que irão substituir aqueles que participavam, e deixam de consumir os produtos que são oferecidos por estas agremiações. O escape está sendo dirigido para o futebol europeu.
É preciso renovar os conceitos de gestão, moderniza-la, atendendo a nova demanda totalmente insatisfeita na busca de novos produtos, e deixar a ilusão de que a repetição de glórias do passado advirão com um mesmo modelo, fato esse que nunca acontecerá.
O mais importante para uma gestão moderna é o investimento nos recursos humanos, captando profissionais altamente qualificados, para que possam dar o rumo necessário para que voltem aos bons momentos de sua história.
Um clube com uma boa gestão, com pessoas com mentalidades modernas nos seus pensamentos, tem tudo para dar certo, em um país em que os esportes fazem parte de sua população.
O futebol brasileiro já foi poesia, foi da Bossa Nova, hoje é do Funk.
Comentários
0#4RE: O FUTEBOL BRASILEIRO JÁ FOI POESIA —
CLEITON LIMA05-04-2019 14:24
JJ: Parabéns pelo artigo, Um retrato fiel do futebol de hoje que já foi poesia, e que transformou-se em Funk.
0#3RE: O FUTEBOL BRASILEIRO JÁ FOI POESIA —
RUBRO-NEGRO05-04-2019 14:19
JJ: Como sempre o comentário de Guilardo é de alto nível. Representou a realidade. Depois de tê-lo lido, resolvi assinar embaixo. O artigo está espetacular e o comentário o acompanhou.
0#2RE: O FUTEBOL BRASILEIRO JÁ FOI POESIA —
guilardo05-04-2019 12:13
O FUTEBOL JÁ FOI POESIA- Caro amigo, durante toda a semana passada e mais esses dias evitei comentar seus artigos de fundo e todas as intervenções dos brilhantes colegas. É que além de você, o Blog está muito bem representado pelos partícipes. Hoje, entretanto, ouso a dar um pitaco, de mais elogios ao capitão desse time, escriba dos mais gabaritados. Da Bossa Nova ao Funk é pouco. A queda abissal do nosso futebol, diz respeito diretamente aos componentes científicos, estudados ao longo dos anos pelos europeus.Explico. Nos idos do fim dos anos cinquenta aos setenta, o futebol mundial caminhava na esteira do nossol. Perguntavam-se os europeus. Como parar Pelé, Garrincha, Didi, Vavá, Tostão, Rivelino e outras dezenas de jogadores ? O esquema utilizado pelo Brasil, à época, o velho 4-2-4, facilitava o uso dos pontas, terreno fácil para jogadores como Garrincha. Daí a mudança nos esquemas europeus, dedicando-se à marcação cerrada para eliminar os ponteiros. Feito isso, passamos a utilizar o 4-3-3, tentando ainda forçar, que ao menos um ponta fizesse o serviço sujo de acabar com as defesas adversárias. Mas, aliados à técnica e o treinamento físico vigoroso, os homens de lá conseguiram domar as feras da América do Sul. A coisa inverteu. Passamos então a copiar aqueles esquemas defensivos. Só que plagiados por técnicos obtusos e ignorantes, como C Coutinho e depois Dunga, estrelas da ignorância tática, que ouviram o galo cantar, sem saber aonde. O declínio foi inexorável, as formações táticas foram mudando, os europeus aperfeiçoando, o Brasil e o restante regridindo. Jogadores que podiam jogar e mostrar seu futebol de forma livre e graciosa, ficaram amarrados à esquemas complicados, de pura marcação, pelos quais, primeiro se pensa em não perder, e ganhar só em último caso. Um desastre que jamais consertaremos. Nem copiar sabemos, somos uma nação ímpar no contexto mundial, onde nada, absolutamente nada, dá certo. Aproveitemos então o que nos resta, o Funk é a pedida da vez.
0#1RE: O FUTEBOL BRASILEIRO JÁ FOI POESIA —
CARLOS ALFREDO05-04-2019 12:00
JJ: O blog vem dando uma contribuição espetacular para quem gosta de esportes. Com uma mídia fraca, só nos resta artigos como esse para mostrar a realidade do futebol brasileiro.
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