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Escrito por José Joaquim

Brasil está vazio na tarde de domingo, né? 

Olha o sambão, aqui é o pais do futebol

Brasil está vazio na tarde de domingo, né?

Olha o sambão, aqui é o país do futebol, né?

Esse é o refrão de uma música gravada pela fenomenal e saudosa cantora Elis Regina. Nos lembramos dessa por conta dos domingos vazios de bons jogos. Passaram para o sábado e agora às 21 horas.

Tivemos a rara oportunidade de vivenciarmos Elis Regina, e sem um saudosismo piegas, na verdade éramos felizes e não sabíamos, visto que se comparamos com o que temos hoje na vida musical brasileira, com poucas exceções , ficamos certos de que participamos de um grande momento da vida brasileira.

Essa música do Brasil, país do futebol, retratava uma época que esse fato aconteceu. O país parava para assistir aos seus jogos, inclusive nas peladas de bairros, que foram extintas pelo desenvolvimento urbano e seus espigões em nome do progresso.

O futebol tinha a mesma qualidade musical de Elis Regina, quando perfilavam nos gramados, um Pelé, um Garrincha, um Didi, um Rivelino, um Gerson, um Tostão, um Dirceu Lopes, um Carlos Alberto Torres, entre tantos outros. Uma verdadeira sinfônica.

Elis morreu feliz, pois no ano do seu falecimento, tivemos a ultima seleção brilhante do futebol brasileiro, a de 1982, sob o comando de Telê Santana, e contando com jogadores do mais alto nível. 

Mesmo sem conquistar o título ficou marcada na história do futebol brasileiro e mundial. Hoje sofremos quando acompanhamos esse esporte. Em primeiro lugar já não é o pais do futebol, nem o melhor do mundo. Esse esporte passou a ser de resultados, escola essa introduzida por técnicos gaúchos a partir de Luiz Felipe Scolari, quando do mundial de 2002. O modelo tomou conta e nada foi acrescentado.

Na última segunda feira assistimos um jogo que mostrou de forma clara esse sistema, quando o Corinthians colocou um biarticulado na frente de sua área para impedir a chegada do Santos. Uma vergonha.

Um exemplo da escola pragmática, dominada pelos brucutus, pelas bolas Infraero, onde a marcação supera a técnica e o campo se limitou as linhas laterais. É o futebol dos chutões e das bolas paradas.

As tabelinhas famosas entre os atacantes desapareceram. O toque de bola com raras exceções faz parte do passado, que serviu de escola para o moderno futebol europeu, e os meias armadores com talento desapareceram.

Tínhamos o futebol arte, e hoje temos o futebol previsível. Por conta disso as arquibancadas ficaram ociosas, e o domingo transformou-se em dia do futebol inglês, do shopping, do cinema, da praia e outras atividades de lazer.

Alguns alegam que passado é coisa de museu, mas para esses podemos afirmar que a história é mestra da vida, e um país sem passado não tem história, principalmente quando ela foi brilhante como nessa época que foi retratada. 

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