Estivemos relendo alguns trabalhos do advogado Eduardo Carlezzo, um profundo conhecedor do Mercado de Capitais e que tem analisado a situação do futebol nacional, e as possibilidades de transformação dos clubes em empresas.
Um projeto de lei para implantar esse sistema em nosso país, corre de gaveta em gaveta no Congresso Nacional.
Ele tem a percepção de que isso poderá acontecer no Brasil, mas demandará algum tempo, desde que é fundamental a mudança do comportamento. A transparência é um pressuposto importante para qualquer empresa com ações na Bolsa. E isso não temos.
Na verdade, o que Carlezzo quis identificar na cultura futebolística brasileira, são alguns fatos que afetam na forma significativa no seu cotidiano, e que trazem repercussões no mercado. A administração do clube, como transações de atletas, tem que ser reportadas ao público investidor.
Os papeis em bolsas são interligados as variações do humor do mercado, que é realmente muito sensível aos noticiários, e o futebol é pródigo, principalmente em nosso país, desde que o sentimento do investidor ficará atrelado a uma vitória do clube, uma classificação para uma grande competição, ou se esse está em uma zona de rebaixamento do seu campeonato.
Até as contratações de jogadores repercute profundamente no meio esportivo, assim como punições disciplinares que tirem o atleta por um bom tempo e diminui a potencialidade de vitória. A cultura europeia é muito diferente da nossa, que vive somente em busca de resultados.
Concordamos com alguns dos princípios, mas entendemos que uma SAD é fundamental para o futebol brasileiro, que irá dar-lhe as normas necessárias para um planejamento e lucros. Bolsa de Valores é um futuro não muito distante, mas irá precisar do amadurecimento dos clubes e dos seus acionistas, que certamente irá chegar.
Na verdade somente o futebol será uma empresa, enquanto o clube social continuará independente desse.
Para que se possa chegar a tal ponto, serão necessárias mudanças radicais, e que as atuais associações possam realizar o seu trabalho, partindo de um projeto desportivo, que as organizem e proporcionem governança cooperativa entre os sócios e administradores.
Por outro lado, o gerenciamento das receitas, tais como contratos de televisão, marketing, sócios e rendas dos jogos, é passo fundamental para as suas estruturações, onde as despesas sempre deverão ser limitadas às receitas, e sempre evitando-se o endividamento fora do limite que é concendido pela capacidade de pagamento.
São pontos que poderão transformar os nossos clubes em boas e rentáveis empresas, posto que os acionistas estarão cobrando resultados financeiros para que possam usufruir dos dividendos no final do exercício, o que não acontece hoje, quando os sócios sequer tomam conhecimento dos seus balanços.
Trata-se de um caminho a ser percorrido, sem pensar em bolsas por enquanto, que certamente fará parte do seu futuro.
Se fossem empresas, os clubes não estariam contratando jogadores e treinadores com salários acima da realidade, porque os acionistas estariam exercendo o poder de fiscalização.
Quando os nossos cartolas correm da ideia, é de que uma empresa para dar bons resultados tem que ser bem administradas, e os improvisos, e as espertezas, não poderão ser concretizadas.
Comentários
0#1RE: FUTEBOL EMPRESA —
RUBRO-NEGRO11-04-2019 11:34
JJ: Nesse futebol de aloprados, isso só irá acontecer se virar lei. Fora disso é sonhar com os olhos abertos.
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