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Escrito por José Joaquim

Jorge Sampaoli é um personagem de um dos diálogos de Platão, ¨A Divina Loucura¨, ou o da atriz americana Bettti Midler no filme com o mesmo nome (Divina Loucura), quando interpretava uma cantora que apresentava baladas nostálgicas dos antigos sucessos.

Na última quinta-feira ao assistirmos o jogo do Santos e Atlético-GO, voltamos aos antigos tempos de nosso futebol, quando o gol era a sua essência e a beleza do espetáculo.

O futebol brasileiro morreu há tempo por conta dos retranqueiros, do futebol dos resultados, dos três volantes brucutus, e dos ônibus biarticulados, do ganhar se puder, tirando a sua essência.

Os artilheiros dos bons tempos faziam dezenas de gols nos estaduais e em outras competições. Pacoty, do Sport em 1958 marcou 38 gols, Bita, do Náutico, 24 em 1964, Dário, do Sport, 32 em 1975, Baiano, do Náutico, 40 em 1983 e Washington, do Santa Cruz, 22 em 1993. Hoje com 7 e 8 gols já são os maiores.

Perdemos a alegria do gol, para dar lugar aos resultados apertados e sem emoções. O tento e o futebol são irmãos siameses, inseparáveis. Perdemos a essência em todos os setores.

Temos que aguentar comentaristas de Escolas de Samba analisando um jogo, ou um narrador que não percebe que está na televisão, ao sair do seu limite de contar onde a bola está e com quem está, passando a focar fatos paralelos com comentários de temas fúteis.

Deveríamos ter no futebol brasileiro dezenas de Sampaolis, com o seu futebol alegre, de passes na busca do gol. Infelizmente são personagens raros e algumas vezes ridicularizados por aqueles que preferem o Fabio Carille com a sua retranca, ou o Scolari com um futebol superado de bola aérea.

No jogo pela Copa do Brasil contra o Atlético-GO, um time que nos surpreendeu pelo bom futebol, Jorge Sampaoli nos presenteou com a sua Divina Loucura.

O seu time ganhava por 2x0, garantindo  a passagem para a quarta fase, mas não utilizou os mesmos procedimentos que assistimos no dia a dia nos gramados, ou seja para segurar o placar sempre nas substituições trocam um atacante por um defensor, pelo contrário, o Santos foi na busca de mais um gol, e por conta disso tomou duas bolas na trave que não pertubaram o técnico, e no final ainda marcou mais um.

Gostamos de futebol de raiz, de técnicos inteligentes que mudam o sistema de jogo várias vezes nos noventa minutos. Sampaoli nos trouxe de volta a alegria que foi roubada.

Sabemos que pelas condições do seu clube, inclusive financeiras, dificilmente irá conquistar o titulo do Brasileiro, mas de uma coisa temos a certeza de que o técnico portenho trouxe de volta para os torcedores o verdadeiro futebol.

Com sua bicicleta pela orla de Santos e peladas na praia, Sampaoli é o personagem do esporte nacional, embora não seja o queridinho das mídias.  

Comentários   

0 #4 RE: A DIVINA LOUCURA DE SAMPAOLICARLOS ALFREDO 13-04-2019 16:51
JJ: Sampaoli e Fernando Diniz são as grandes novidades nesse medíocre futebol. O que acontece com o técnico portenho é sem duvida por esse ser um estrangeiro dando aula. Parabéns por esse brilhante artigo.
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0 #3 RE: A DIVINA LOUCURA DE SAMPAOLIJOSE CARLOS DA SILVA 13-04-2019 12:20
Viva Sampaolii!!!
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0 #2 RE: A DIVINA LOUCURA DE SAMPAOLIPLINIO ANDRADE 13-04-2019 11:38
JJ: O seu blog é a minha salvação. Esse apresenta artigos como esse que mostra uma realidade do futebol nacional. Sampaoli faz um trabalho diferente, mas não tem o apoio de uma mídia que gosta do atraso.
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0 #1 RE: A DIVINA LOUCURA DE SAMPAOLIRUBRO-NEGRO 13-04-2019 09:07
JJ; Uma única palsvra sobre o artigo:Sensacional.
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