* A dança das cadeiras com a saída de técnicos dos nossos clubes é uma cultura nefasta implantada pela cartolagem do futebol.
Obvio que a manutenção de um profissional no comando de um time por um espaço maior, os frutos colhidos serão da melhor qualidade.
Mano Menezes no Cruzeiro é um excelente exemplo, desde que está à frente do time Celeste a partir do mês de julho de 2016. Nesse período foi bicampeão da Copa do Brasil, e apontado como um dos melhores times do país na atual temporada.
Para efeito de comparação de gestões diferentes nos dois maiores clubes de Minas Gerais, quando a bola rolar amanhã no Mineirão, na primeira partida decisiva do Campeonato Mineiro, entre Cruzeiro e Atlético-MG, Mano Menezes estará encarando o sexto treinador diferente no comando atleticano desde que iniciou a sua segunda passagem pela Toca da Raposa.
Em setembro de 2016, o rival era comandado por Marcelo Oliveira, em 2017 foi a vez de Roger Machado e Oswaldo de Oliveira. Só não duelou com Rogerio Micale, que treinou o Galo entre os dois. No ano passado foram cinco clássicos em que teve Thiago Larghi no banco de reservas contrário. Neste ano na primeira fase do Mineiro, enfrentou Levir Culpi.
No jogo de amanhã mais uma cara diferente no banco de reservas de forma interina, Rodrigo Santana.
Os números mostram o acerto do longo prazo, desde que a Raposa teve boas colocações no Brasileiro, conquistou duas Copa do Brasil, enquanto o Galo se contentou com dois estaduais que na verdade não tem muita significância.
Fica claro que a permanência de um técnico por um maior tempo é salutar.
NOTA 2- O BLOCO DOS NAPOLEÕES RETINTOS
* No final da manhã de ontem o Bloco dos Napoleões Retintos que sai do Sanatório Geral, ganhou mais um componente por conta da dança das cadeiras.
Nós vivemos em um país totalmente surreal onde o rabo balança o cachorro e a vaca é colocada em um poste.
O futebol tem o maior número de participantes desse bloco, desde que o sabor dos dirigentes muda a cada partida de seu clube, e uma derrota a música para de tocar e um treinador dança. Tal fato acontece pela falta de planejamento das agremiações, e das enormes lambanças da cartolagem.
Já sabíamos que a última vitima iria ser degolada, e após a vitória justa do Juventude contra o Botafogo, o técnico Zé Ricardo perdeu a cadeira. Como é de praxe, uma Nota Oficial fez a comunicação.
O técnico não suportou a pressão após a eliminação precoce no Campeonato Carioca, e a queda na terceira fase da Copa do Brasil. Esse comandou o alvinegro em 40 jogos, 17 vitórias, sete empates e 16 derrotas.
Na realidade o clube de General Severiano está entre aqueles que aos poucos vão se apequenando, com um futuro sendo delineado de um novo América.
Um dos maiores clubes do Brasil na década de 60, transformou-se hoje em um mero figurante.
Não vamos contabilizar as demissões dos técnicos de clubes que estão nas divisões inferiores, desde que a lista é extensa, mas na Série A, 25% dos seus participantes já trocaram comandantes antes do inicio do Brasileirinho.
Em fevereiro André Jardine dançou no São Paulo. Em março foi a vez de Claudinei Oliveira, da Chapecoense. Ainda em março a bola da vez foi Enderson Moreira, do Bahia. Em menos de 15 dias de abril, já tivemos duas danças, Levir Culpi, do Atlético-MG e agora Zé Ricardo, do Botafogo.
Que futebol é esse?
NOTA 3- UM PASTOR EM CARGO DE ATLETA
* O governo de Jair Bolsonaro que cantou em prosa e verso que iria exigir competência e currículo para quem for assumir um dos 24 mil cargos comissionados caiu por terra.
Segundo o competente jornalista José Cruz, a Secretaria Nacional de Alto Rendimento, um órgão importante da Secretaria do Esporte do Ministério da Cidadania, que sempre foi ocupada por ex-atletas e expoentes da comunidade esportiva brasileira, terá como secretario o pastor João Manoel dos Santos, que tem como especialidade gritar Aleluia em suas rezas.
O cargo foi entregue por indicação politica do MDB do Maranhão, através de Jose Sarney, pai de Fernando Sarney, vice presidente do Circo. O ex-presidente é amigo intimo do pai do pastor, o ex- senador João Alberto, famoso por receber ordens de Marco Polo Del Nero.
Na realidade um ato como esse banaliza o esporte, e o reduz a nada.
Se for perguntado ao Pastor João Manuel o que é o alto rendimento a resposta será rápida- os dízimos de sua igreja.
Entra presidente e sai presidente, e os esportes continuam no ralo.
É de fazer chorar.
NOTA 4- SEM LENÇO OU DOCUMENTO
* O futebol brasileiro é como um viajante sem destino, sem lenço ou documento.
Quando são criadas normas corretas para punir os clubes caloteiros, o Supremo Tribunal Federal que deveria estar mais preocupado com os problemas nacionais, inclusive os seus, está bem próximo de derrubar um artigo da Lei 13.156/2015, que inseriu no Estatuto do Torcedor um programa fiscal para o futebol brasileiro.
Um dos pontos que está sendo retirado é o da punição dos clubes por atrasos de salários e encargos tributários.
Segundo o Ministro Alexandre de Moraes, relator da ADI, a medida provocaria a ¨morte civil¨ dos clubes de futebol. Aliás essa morte já está bem próxima por conta do modelo associativo dos clubes que está implantado no Brasil, que é o responsável pelo enfraquecimento do futebol, assim como pela corrupção, a falta de transparência, e o amadorismo explicito.
O formato mundial desse esporte é cada vez mais profissional e corporativo, e muito difícil de ser encarado por equipes em formatos associativos como o nosso.
Clubes grandiosos sendo adquiridos por grandes conglomerados financeiros, e no Brasil o sistema continua sem um modelo que possa concorrer com o resto do mundo, com os clubes atolado em dividas.
Em nosso país ainda não entenderam que o futebol é uma indústria geradora de renda, empregos e tributos (Fernando Ferreira).
Na verdade não temos nem lenço ou documento, e sim um grupo de amadores brincando de fazer futebol.
NOTA 5- A DECISÃO DO 3º LUGAR DO ESTADUAL
* Uma decisão que está sendo esquecida no Pingadinho Estadual, é a busca da terceira colocação que dará ao vencedor uma vaga na Copa do Brasil.
Para Salgueiro e Afogados trata-se de algo importante, em especial para o time de Afogados da Ingazeira que poderá fazer história com essa conquista.
Na noite de hoje no Estádio Cornélio de Barros os dois times estarão se confrontando, abandonados pelas mídias, desde o que importa é a decisão do Campeonato entre Náutico e Sport.
Só não gostamos escala da arbitrgem, desde que por mérito deveria ser Debora Cecilia, que vem com excelentes atuações.
A bola gelada deve ter funcionado.
Estamos torcendo pelo time comandado por Pedro Manta, para que o nosso futebol tenha uma novidade, desde que o Salgueiro já é uma realidade.
NOTA 6- O VAR NA EUROPA SE APROXIMANDO DOS 100%
* Pierlugi Collina, responsável pelo Departamento de Arbitragem da FIFA, deixou largos elogios ao sistema de vídeo árbitro (VAR).
O antigo árbitro foi um dos oradores do World Soccer Congress, que está sendo realizado em Barcelona.
Apoiando-se nos números, Collina apontou a eficácia e garantiu que esse sistema veio para ficar. ¨Antes do VAR, os árbitros em média acertavam 95,6% das decisões. É uma percentagem alta, mas decerto que os treinadores e jogadores queiram que não exista erros: 100% de eficácia. E esse sistema ajuda-nos a estar mais perto disso. Neste momento com o VAR os árbitros acertam 99,34% das decisões, sendo que no Mundial não teve uma decisão errada¨, explicou a plateia.
Em jeito de curiosidade, Collina explicou que após a introdução do vídeo de árbitro no Mundial da Rússia foi possível notar um aumento de penalidades assinaladas (13 em 2014, para 29 em 2018), mas um decréscimo nas expulsões (10 em 2014 e quatro em 2018).