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Escrito por José Joaquim

Certamente quando os nossos visitantes leram o título desse artigo devem ter pensado que iriamos falar de algo publicado nas revistas de celebridades e não dos nossos esportes, que é o objetivo desse fórum de debates.

Na verdade, o mote nos foi oferecido pelo atual momento do futebol brasileiro quando o comparamos com o que acontece no resto do mundo. A cada jogo que assistimos do futebol europeu, até das segundas divisões de algumas Ligas, ficamos mais convictos que estamos no fundo do poço na qualidade desse esporte. A falta de uma boa formação está matando o nosso esporte da chuteira.

Hoje um menino de 12 anos trabalha na parte física nas escolinhas de futebol, algo que é totalmente equivocado. A base é o futuro, mas no Brasil os trabalhos não levam a nada, e não dão os ensinamentos básicos para os futuros jogadores, que sentem o problema quando ascendem ao profissionalismo.

Já postamos vários artigos sobre esse tema, ao mostrarmos que a ausência das antigas peladas, que eram comuns nas ruas das cidades brasileiras são as maiores responsáveis pela falta de talentos.

Os praticantes de peladas se acostumavam com os ¨rombos¨ nos pés,  driblarem obstáculos, a jogarem seis contra seis, ou mesmo um contra um. Tornavam-se habilidosos e prontos para uma nova etapa no processo futebolístico. O muro muitas vezes servia de tabela para uma boa jogada.

As crianças hoje são enfurnadas em seus condomínios, não sentem o prazer de participarem de uma pelada de rua, que fazia parte da democracia brasileira, onde somavam-se ricos e pobres, na luta pela bola.

Os terrenos foram ocupados pelos gigantes espigões do progresso, e os governantes esqueceram dos espaços de lazer, e pouco fizeram para que os jovens tivessem um lugar em seus bairros, onde pudessem jogar as suas peladas. O COMPAZ no Recife é uma andorinha fazendo o verão. Uma iniciativa boa da Prefeitura que deveria ser ampliada.

As escolas poderiam ter substituído as ruas, e tornarem-se um foco para as praticas dos esportes. As famosas escolinhas prosperaram, onde se paga para treinar, inclusive em clubes, num vã ilusão de que poderão ser um dia uma celebridade nos gramados mundiais. Nelas, pouco aprendem, pois são obrigado a jogar e jogar, inclusive fazer a parte física. A maior parte da população fica alijada desse processo, desde que não apresentam condições para enfrentarem os custos de suas participações.

Os craques desapareceram, desde que as fábricas que os produziam fecharam as suas portas, e o que vale hoje são os brucutus que assumiram os seus lugares, e são reverenciados pelas mídias juvenis como celebridades. 

Nada mais chato hoje do que um jogo de futebol realizado no Brasil. Pragmático, defensivista, as bolas alçadas na área, com muitas faltas e as toucas desfilando nos gramados. Algo terá que ser feito nesse trabalho de formação de novos atletas, e aí entra a escola, que deveria ser a base de tudo.

Ou mudamos os nossos conceitos, ou então ficaremos marchando na contramão da história. 

Comentários   

0 #1 RE: PELADAS NA RUAANTONO CORREIA 06-05-2019 21:24
JJ: Um artigo para um amplo debate. O amigo focou muito bem o que acontece na realidade do futebol brasileiro e em particular na sua formação.
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