O futebol brasileiro já teve a sua identidade e o reconhecimento mundial. Era respeitado e por conta disso conquistou cinco títulos mundiais. Parou no tempo e no espaço, enquanto o Velho Continente crescia e assumia o protagonismo.
Para que se tenha uma ideia exata da disparidade entre os vinte maiores clubes da Europa na comparação com os vinte brasileiros da primeira divisão, é que esses tem receitas equivalentes aos que os europeus tinham na década de 90.
Levantamento da consultoria Deloitte indica que os 20 clubes globais movimentaram na temporada passada, 7,4 bilhões de euros (cerca de R$ 25,4 bilhões), bem longe dos brasileiros. Obvio que a economia produz seus efeitos, mas nunca aconteceu um abismo tão profundo como esse.
O futebol brasileiro perdeu a sua identidade e não conseguiu recupera-la. A sua qualidade técnica caiu muito, por falta de um melhor trabalho de formação, e de bons gestores.
O problema maior atende pelo nome de gestão, que conta com uma alienação geral, com a colaboração dos cartolas, imprensa e torcedores, que não souberam reagir e cobrar mudanças no setor.
Os cartolas são amadores, apaixonados e em alguns casos espertos. Foram levando o futebol como uma brincadeira de João e Maria, fingindo que não viam o que estava acontecendo em seu entorno, com os alicerces sendo corroídos pelos cupins.
O Circo do Futebol Brasileiro (CBF) há anos que representa o que de pior existe no setor. Os três últimos presidentes estão sendo investigados. As entidades locais são dirigidas de forma medieval, e cujos dirigentes sustentam-se no poder por conta de Ligas e Clubes Amadores.
O que se pode esperar desse sistema?
Com raras exceções, os dirigentes dos clubes pouco se importam com os seus futuros. São representantes apenas de um presente. Não planejam, gastam mais do que arrecadam. Poços de vaidades.
Do lado da imprensa, principalmente aquela de maior visibilidade, está presa aos seus editores, com poucas exceções conseguem mostrar as mazelas existentes no futebol. Por outro lado, a parte juvenil prefere discutir a namorada de Neymar, ou as baladas de Adriano.
Um grande protagonista pela debacle do futebol nacional é sem dúvida a Rede Globo, por conta do monopólio, mandando nas tabelas, colocando horários indecentes, e sobretudo segurando os clubes com as antecipações de receitas, matando o amanhã.
Os torcedores que são os responsáveis pela existência do esporte, ficam satisfeitos com uma contratação, que muitas vezes deixará um rombo nos cofres dos seus clubes. O bons amofinaram por conta das facções organizadas.
Esses são os ingredientes que colocados numa panela, provocou uma comida estragada, e foi isso que aconteceu com o nosso futebol, que vive de ilusões fomentadas por aqueles que saboreiam o status quo reinante.
Para que uma nova identidade seja adquirida, torna-se necessário uma faxina geral em todos os segmentos, para que o seu lado bom possa fazer acontecer.
JJ: AINDA BEM QUE O AMIGO CONSEGUIU RESOLVER O PROBLEMA DO BLOG, E COM A NOVIDADE DA ABERTURA PARA OS COMENTÁRIOS. ESSE ARTIGO É A REALIDADE DE NOSSO SISTEMA, E UMA AULA PARA TODOS NÓS. O SEU BLOG SALVA AQUELES QUE DESEJAM UM BOM DEBATE.
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