A Sports Value especialista em marketing esportivo acabou de publicar sua analise anual sobre as finanças dos clubes brasileiros, utilizando a mais longa série histórica desse mercado, criando uma maior validade ao trabalho.
A empresa avaliou o tamanho do mercado do futebol no Brasil, considerando as receitas dos clubes, das 27 Federações e do Circo. Não tem nada a ser comemorado.
O volume total gerado do mercado atualmente é de R$ 6,5 bilhões, sendo que os clubes de futebol são responsáveis por 88% do total. Isso representa R$ 5,7 bilhões.
Os 20 maiores times em receitas cresceram 2,4% em 2018.
O volume gerado por esses foi de R$ 5,26 bilhões no ano passado, frente aos R$ 5,14 bilhões de 2017. O crescimento foi muito afetado pelas receitas com transferências de jogadores que atingiram R$ 1,3 bilhão em 2018, o maior da história.
Sem essas o buraco seria profundo.
As receitas de TV caíram 0,2% e estão no patamar de 2017. As transferências cresceram 32%. Em dois anos essas evoluíram mais de 70%. A bilheteria cresceu 3% e atingiu R$ 421 milhões. As receitas com os sócios torcedores caíram 3,7%, somando R$ 632 milhões em 2018.
O mais grave foi a queda com patrocínios que caíram 18%, e estão no mesmo patamar de 2015. Foi o pior resultado da história. Uma perda efetiva de mais de R$ 115 milhões de um ano para o outro. Vamos imaginar o que irá acontecer em 2019 sem o patrocínio da Caixa.
O Palmeiras se tornou o clube com as maiores receitas do futebol brasileiro, com R$ 654 milhões, crescimento de 30%. Na sequência aparecem o Flamengo, R$ 453 milhões, Corinthians, R$ 470 milhões, São Paulo, R$ 424 milhões e Grêmio, R$ 42O milhões.
As perdas dos times em oito anos seguidos foram de R$-699 milhões (superávits - déficits).
As dividas dos 20 clubes atingiram R$ 6,9 bilhões em 2018, frente aos R$ 6,6 bilhões de 2017, alta de 5,7%. Nos últimos oito anos essas subiram 86%, enquanto a inflação acumulada no período foi de 60%.
Os cartolas deveriam analisar os dados oferecidos pela empresa, e certamente irão verificar algo que já mostramos por um bom tempo, sobre a regressão do futebol brasileiro que só ira evoluir em termos econômicos se os seus dirigentes colocarem em prática as modernas técnicas de uma gestão corporativa, criarem uma Liga profissional e deixarem o seu modelo politico atrasado para trás.