O futebol brasileiro há mais de uma década está emperrado, e sem um futuro delineado. Tornou-se uma mesmice de sempre que vai dos cartolas, passa pelos atletas, pelos treinadores, torcedores e atinge o jornalismo esportivo.
Os maiores campeonatos do mundo são realizados por diversas Ligas independentes, bem dirigidas profissionalmente, com seriedade dos seus dirigentes, e com conhecimento do segmento. A tradução de tal profissionalismo tem o nome demanda, chama-se consumidores, e enquanto o Campeonato Brasileiro não consegue chegar a 19 mil torcedores de média por partida, nos países europeus supera 30 mil e em alguns casos, 40 mil.
Trata-se de uma distorção de quem sempre teve um bom futebol, como é o nosso caso, e um continente que soube entender a nova sistemática da indústria de entretenimento, da qual esse esporte faz parte. O Circo do Futebol Brasileiro organiza as competições à sua maneira. O que mais interessa a essa entidade são os salários dos seus componentes, e a continuidade do sistema.
Na realidade os nossos clubes que são os verdadeiros artífices do futebol nacional tornaram-se dependentes da entidade, sem grandes interferências, já recebendo os seus campeonatos como verdadeiros pratos feitos, e pela falta de planejamento acumulam dívidas ano a ano.
Existe uma acomodação dos atletas, sempre mal informados e centrados nas redes sociais. A politica do Circo é destrutiva para os clubes brasileiros, desde que optou por sua seleção, que é a vaca leiteira de seus dirigentes, em detrimento do futebol nacional. Os três últimos presidentes foram afastados por corrupção.
As agremiações sofrem com a falta de projetos de suas entidades, no caso a Confederação e as Federações estaduais, que se preocupam apenas em realizar competições, sem um planejamento sério para o esporte, e que aceitam tudo, permitem tudo, e fecham os olhos para os acontecimentos.
Dirigentes são os mesmos há décadas, e por conta da nova legislação que não permitiu reeleições infinitas, sempre são substituídos por parentes, e o ciclo continua.
Infelizmente é a nossa realidade, que não consegue projetar o futuro desse esporte, e com a gravidade de que o apoio da sociedade está sendo reduzido, e hoje já temos um percentual que chega a 30% de consumidores que não gostam do futebol, que é muito grande para um pais que já foi chamado da ¨Pátria da Chuteira¨.