O jornalista Mauro Cezar Pereira, um dos poucos pensadores sobre o futebol, em um programa do último domingo na ESPN-Brasil disse que a Copa América e o Futebol Sul-Americano são duas porcarias.
Temos o mesmo pensamento e as postagens que publicamos sobre o assunto, mostram que o futebol brasileiro perdeu a sua essência, e com isso a sua antiga qualidade. Além disso perdeu as suas raízes históricas, quando os craques proliferavam nos gramados, e o futebol era um espetáculo, e não o evento grotesco que assistimos no dia de hoje.
O mercantilismo tirou a magia desse esporte, que era constituída fundamentalmente por grandes jogadores que desfilavam em nossos gramados, com a maioria formada em casa, ou das próprias regiões.
O trabalho a ser desenvolvido, além de uma limpeza na cartolagem, será o de trazer de volta a magia futebolística, que foi destruída pela falta de competência e criatividade dos cartolas.
O físico passou a dominar, superando a parte técnica. Os brucutus tomaram conta, instigados muitas vezes por seus treinadores. Hoje o jogador mais badalado é Everton, o Cebolinha, que há anos atrás iria brigar por uma vaga em qualquer bom time.
O volume de recursos que chega ao futebol é mal aproveitado nesse sistema de mercantilismo, que ajudou bastante para a penetração da corrupção.
Criou-se no futebol ¨moderno¨ uma nova fórmula de jogo, a de não querer ganhar e também o de não perder. Esse esporte virou uma prova de Fórmula 1, onde quem corre mais ganha. Os gramados ficaram pequenos por conta do defensivismo. Vários ônibus são postados à frente das defesas.
O cabelo, as baladas, as namoradas dos jogadores representam para os marqueteiros, muito mais do que esses apresentam em campo. Vivemos em uma época em que o marketing é grande, e o futebol bem pequeno.
O improviso desapareceu, os atletas se transformaram em robôs. As táticas dos novos professores motivaram essas transformações.
O futebol tornou-se previsível em seus resultados, quando hoje se disputa uma competição, sabemos quem vai ganhar ou perder, tornando-se quase impossível que um clube menor tenha condições de chegar disputando a final de um grande campeonato.
Todos jogam de forma igual, mas parecendo os presos das cadeias norte-americanas, e a criatividade deixou de existir. Até as camisas dos clubes foram estupradas, perderam as suas verdadeiras cores, e deram os seus lugares ás ¨obras de arte¨ dos marqueteiros, com um verdadeiro arco-íris.
Na realidade, o que gostaríamos seria o retorno aos bons tempos, quando o futebol era um espetáculo, com as bolas vazando as redes, um lazer que foi transformado em uma grande enganação.
Mauro Cezar tem inteira razão, esse transformou-se em uma grande porcaria.