O São Paulo é um exemplo do modelo falido do futebol brasileiro, quando de um time organizado passou a ser desestruturado, vivendo de empréstimos e adiantamentos de receitas.
Os vizinhos do Rio de Janeiro estão em processo de falência, sem recursos para a quitação de suas folhas salariais. Vasco da Gama, Botafogo e Fluminense são apenas fantasmas que vagam pelas ruas cariocas.
Como esses, temos dezenas de clubes pelo Brasil afora que passam pelos mesmos problemas, inclusive em nosso estado. Tais fatos representam na realidade o retrato do sistema que está implantado nesse esporte em nosso país.
Já postamos vários artigos sobre esse tema, todos os dias tomamos conhecimento através das diversas mídias dos problemas financeiros das agremiações, ficamos convictos que modelo atual está falido.
Com efeito de comparação, analisamos 12 dos maiores clubes do mundo, e entre esses apenas dois são sociais, o Barcelona e Real Madrid, dois são Sociedades Anônimas com capital próprio de 51%, com a maioria das ações (Bayern de Muniique e Borussia Dortmund), e oito que pertencem a proprietários (Manchester United, Chelsea, Arsenal, Liverpool, Manchester City (todos ingleses), Milan e Juventus (Itália) e o Paris Saint Germain (França).
Em Portugal todos os clubes são Sociedades Anônimas Desportivas, que para nós é o melhor modelo, inclusive na distribuição das ações de forma idêntica ao do futebol alemão. A Bundesliga exige que todos tenham 50% e mais uma ação no seu capital social.
O modelo brasileiro é da idade da pedra e das cadernetas de antigas vendas, e está totalmente superado, quando se mistura o clube social com o futebol. Uma separação causaria um bom efeito.
Para mudarmos o sistema teríamos que romper com barreiras que se apegam as tradições, e que não permitem que as mudanças sejam procedidas.
Os dirigentes preferem ver os seus clubes no atoleiro de dívidas a dividirem o poder com os acionistas, e ao mesmo tempo ficarem sujeitos ao rigor das fiscalizações, a transforma-los em empresas rentáveis, sobretudo com boas participações nos eventos esportivos.
Poucos produtos tem uma demanda tão expressiva e cativa, mas esse esporte não tem credibilidade junto aos investidores, visto que os cartolas insistem em manter clubes sociais, que ficam livres de cobranças. Alguns fazem do futebol um meio de vida.
Produzem diversos gastos em suas entidades que vão muito além de suas capacidades financeiras, e com muitos débitos sem condições de pagamentos. Ano a ano vão se acumulando.
Todos preferem as bancarrotas a clubes fortes e grandiosos.