O futebol brasileiro não conseguiu chegar ao século XXI por conta dos seus procedimentos. Parou no tempo e no espaço, não se atualizou, não se reformou, com a gravidade de não ter comando que o possa leva-lo ao ano de 2019.
O trem estacionou na primeira estação no ano 2000, emperrou e não conseguiu um maquinista para movimenta-lo.
O desempenho da maioria dos clubes nas mais diversas competições, evidencia uma falência de gestão esportiva na principal modalidade do país.
Os recursos afloraram, e voaram impulsionados por um vendaval das gastanças, quando os cartolas pensaram que apurado era lucro. Deu no que deu, uma quebradeira generalizada, afetando aos grandes e pequenos. Eles estão no tempo da brilhantina e da caderneta das antigas vendas de bairros.
No futebol brasileiro existe uma brincadeira que é a de contratar jogadores. A cada DVD uma nova figura vestindo a camisa do clube. As rescisões fazem parte do cotidiano. Algumas terminam na Justiça do Trabalho.
A contratação de treinadores é feita por sorteio, assim com as suas demissões. As multas são pagas de forma virtual e on-line, e nunca chegam aos bolsos dos que foram demitidos, que correm com os seus advogados também para a Justiça do Trabalho. Um débito de R$ 100 mil, termina em R$ 1 milhão, e com contas bloqueadas.
No século XX alguns dirigentes tiravam recursos dos seus bolsos para sustentarem os clubes. Tivemos a era dos coronéis. Hoje os salários não são pagos.
O futebol era romântico, tornou-se profissional para todo o mundo, menos para o Brasil, que continua com os mesmos procedimentos.
O atual século é o da profissionalização, do clube empresa, mas esse modelo está demorando a chegar ao esporte da chuteira de nosso país, com gestores que saibam manejar os recursos, que possa evitar investidores que se apossam dos ativos dos clubes, e no final o vermelhão nos balanços.
Na década de 50, um presidente de um dos nossos grandes times, após pagar com seus recursos altos investimentos, e o retorno não aparecia, fez uma pergunta ao treinador: ¨O que está faltando?¨ O profissional respondeu: ¨entrosamento¨. De volta, o mandatário afirmou: ¨Quanto custa? Contrate o entrosamento.
Sem duvida, como paramos no tempo e no espaço, e continuamos no século XX, cedo ou tarde irá aparecer um cartola pedindo compra de tal entrosamento.
Nesse futebol brasileiro de tudo pode acontecer, e isso seria mais um fato para ¨enriquecer¨ a sua história.