Jorge. técnico do Flamengo, tem o sobrenome de Jesus e está sendo crucificado pelas mídias brasileiras depois da derrota do rubro-negro frente ao Emelec, do Equador. Tudo que aconteceu foi por sua culpa segundo os diversos analistas.
Na verdade observamos alguns erros, mas não se pode execrar um profissional com pouco tempo no Brasil, e que na semana anterior era aplaudido pelos executores de hoje, após a goleada de 6x1 contra o Goiás. A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Jorge Sampaoli técnico do Santos, apesar da sua performance até hoje sofre criticas.
Na realidade, o futebol brasileiro tem resistência aos treinadores de fora, e a maioria daqueles que aqui estiveram saíram por conta de cobranças exageradas dos torcedores, e da imprensa, que não via com bons olhos tais presenças. Existe um sentimento de xenofobia embutida.
Nos lembramos da perseguição ao tecnico argentino Ricardo Garega, demitido do Palmeiras com pouco tempo de comando, e após a sua saída os resultados pioraram.
Vivenciamos o sentimento do torcedor do Cruzeiro em um jogo no Mineirão em que estávamos presentes, com as vaias ao português Paulo Bento, que no outro dia foi demitido. Passou 75 dias no seu comando. Vários outros que aqui passaram sofreram com os mesmos problemas.
Se observarmos os técnicos nacionais, os melhores são medianos, apesar de que muitos desses pensarem que são estrelas, mas estão bem longe daqueles que habitam os grandes clubes do mundo. Esses tem muito a aprender.
O Brasil em épocas distantes teve excelentes técnicos estrangeiros, e todos bem recebidos. Vivíamos em outro mundo. O húngaro Nicolas Ladanyl, por exemplo foi importantíssimo para o futebol nacional nos anos de 30, quando dirigiu o Botafogo. Outro húngaro, Bela Guttman, fez uma revolução nesse esporte, em sua passagem pelo São Paulo.
O argentino Filpo Núñez, comandou a Academia do Palmeiras e também foi o único técnico estrangeiro a dirigir uma seleção que na época era ainda brasileira, numa partida em que os palmeirenses representaram o Brasil.
Pernambuco teve excelentes técnicos estrangeiros. Os uruguaios Ricardo Diez, que dirigiu os três clubes da capital, e os argentinos Dante Bianchi e Alfredo Gonzalez, que trabalharam também nos grandes do estado, sendo que esses dois últimos conhecemos de perto.
Na verdade, os que fazem o futebol brasileiro, em especial os seus técnicos tem receio com a presença de treinadores estrangeiros, o que é um grande erro, pois esses poderão contribuir para a melhora do esporte da chuteira no país.
Um bom exemplo aconteceu nos esportes olímpicos que evoluíram por conta de técnicos estrangeiros que fizeram escola no país.
Jorge de Jesus é um grande técnico, com mercado na Europa, e com toda a certeza irá fazer do Flamengo um time competitivo.