Transparência é uma palavra tão desmoralizada, que está na relação do spam de uma boa parte de nossa sociedade, inclusive nos clubes de futebol, que resolvemos muda-la para o seu sinônimo, ou seja, a Diafaneidade que está faltando ao país.
Ontem ao lermos um relatório da Sindicância realizada pela Comissão Transitória de Apuração do Cruzeiro, observamos mais uma vez os abusos cometidos pela diretoria do clube, que são repetidos em outras agremiações.
Na verdade tudo seria simples se as gestões dos nossos clube fossem diáfanas e abrissem em seus sites as suas contas mensais, mostrando o que acontece em seus intramuros.
As agremiações mudaram, e para pior, quando os seus associados perderam o controle, e deixaram de ser seus donos, dando lugar a pessoas que delas se apossaram, que se consideram acima de tudo e de todos.
O que acontece hoje em um clube sócio-esportivo? A maioria dos seus Conselhos faz parte do jogo do poder, representando os que o dominam, e muitas vezes a qualidade é deixada de lado para atender os interesses de seus donos.
Alguns clubes do Sul e Sudeste, já adotam uma fórmula, que dá representação nos seus Conselhos, de membros da chapa derrotada nas eleições, quando usam a proporcionalidade pelo número de votos obtidos por cada disputante. Pelo menos torna esse órgão mais democrático, e palco para os debates.
Os Conselhos Fiscais são eleitos em conjunto com a chapa vencedora integralmente, quando deveriam ser também pelos percentuais de votos, e por conta desse comprometimento tornam-se os aliados do poder.
Os Conselhos Deliberativos quando são formados, tem o objetivo de servirem como o Amém de nossas missas, aprovando tudo que lhes apresentam. Temos um caso bem recente que aconteceu no Sport, quando o presidente eleito só tomou conta da triste situação após a sua posse. Quantos Conselheiros do clube questionaram o que estava acontecendo?
Na verdade, o que sentimos hoje é que as agremiações deixaram de ser dos seus sócios para ficarem em mãos de um poder dominante que as utilizam para os seus interesses pessoais, uma inversão de valores, quando sempre pertenceram ao seu quadro associativo.
Infelizmente as dificuldades do futebol nacional, cujos fatos estamos acompanhando, tem muito a ver com o que acontece nos clubes, quando esses são dirigidos por uma minoria de ungidos, que muitas vezes através de processos espúrios tomaram o poder.
A DIAFANEIDADE NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.
Comentários
0#1RE: A FALTA DE DIAFANEIDADE —
CARLOS EDUARDO02-08-2019 13:06
JJ: O artigo é o retrato da realidade dos clubes brasileiros. A transparência que é fundamental fica escondida em um baú com sete chaves. Esse só é aberto quando um escândalo aparece.
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