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Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro é aquele que tem mais especialistas no mundo. Todos os dias recebemos aulas desses cientistas da bola, com várias opiniões que dariam para formar uma volumosa Enciclopédia.

No meio de tantos debates não conseguimos detectar algo sobre a formação de jogadores que é o ponto principal para a evolução do futebol. Com a ocupação dos campos de bairros, a solução ficou para os clubes que não souberam aproveitar. Na verdade, formação no Brasil é uma piada de péssimo gosto. Poucos clubes trabalham de forma correta nesse segmento.

Os demais fingem que preparam seus atletas, e esses pensam em um dia se transformarem em um dos milionários da bola, coisa essa muito difícil de acontecer, visto que os jogadores com padrões de salários mais elevados, somam 3% do total dos atletas registrados.

Apenas 10% dos clubes brasileiros tem a estrutura necessária para contemplarem um trabalho formador de qualidade. Os demais tem alojamentos precários, profissionais inadequados, e com uma visão mercantilista de pensar apenas no retorno financeiro que poderá vir através de algum sucesso.

Os jovens que sonham em vestir a camisa de um grande clube formam um contingente de milhões, e os que alcançam os objetivos representam uma ínfima parcela, deixando assim uma frustação, que não é devidamente preparada pelos formadores.

Poucos clubes importam-se com a educação de seus atletas. Poucos são aqueles que frequentam de forma assídua uma escola, e uma boa parcela vive confinada em alojamentos coletivos, com condições mínimas de atendê-los. A falta da escola no esporte é sentida.

O verdadeiro início do trabalho de formação deveria ser procedido nos estabelecimentos de ensino, sem a interferência maligna dos mal intencionados caçadores de uma arca perdida, que são os talentos, e que vivem no entorno do nosso futebol.

A escola formaria um jovem até os 14 anos de idade. As competições deveriam ser escolares até esse período, longe dos clubes e das Federações. O atleta seria formado no binômio educação-esporte, e então seria encaminhado a uma agremiação já com uma boa base cultural formada, para que possa seguir a carreira desejada.

Escolinhas de futebol, peneiras são perniciosas para o processo, e deveriam ser substituídas por escolas, que poderiam formar o núcleo central da renovação do esporte brasileiro.

Quantos jovens talentos escondidos existem pelo país afora, que são barrados pelas mazelas que emperram a modernização do futebol?

Aprendemos com um técnico de basquete dos Estados Unidos, que em uma palestra mostrou que a evolução desse esporte no seu país se dava por conta da escolaridade dos atletas, que tinham uma maior visão crítica, e facilidades para aprender as táticas formuladas pelos treinadores.

Sabemos que a escola brasileira não tem estrutura para manter um trabalho de formação ideal, mas existem mecanismos que podem servir para atenuar os seus problemas, inclusive as instalações dos próprios clubes.

O investimento esportivo na escola poderá transformar o Brasil de todos os esportes, que a cada dia se apequena numa grandeza descomunal nos seus mais diversos segmentos.

O trabalho é para longo prazo, mas não temos duvidas de que ao tirarmos o início da formação dos clubes, entregando-a as escolas, o passo para a revolução estará sendo dado.

O difícil é tal sonho ser realizado, porque os setores que lidam com os esportes no Brasil ainda não entenderam que a formação integral dos jovens é a solução de todos os problemas.

O Brasil apodrecido de hoje, com uma corrupção desenfreada e a violência tomando conta, é o reflexo da falta de uma boa educação. 

Comentários   

0 #1 RE: FORMAÇÃO NAS ESCOLASANTONIO CORREIA 21-08-2019 11:29
JJ: Um artigo mais que perfeito. O amigo tem inteira razão com relação a escola que é a base de tudo. O Brasil só se encontra nessa situação por conta da miséria de sua educação.
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