* Para quem estuda o futebol e o analisa de forma correta, o Século XXI é sem duvida o espelho para que se entenda a atual situação do Santa Cruz, que há muito vem se apequenando, e os seus dirigentes não detectaram. Deu no que deu.
Se tivessem analisado o andar do tempo, certamente o tricolor não teria chegado ao buraco do tamanho do Grand Canyon.
Na verdade só quem sobrou no afundamento foi a torcida que apesar de tudo ainda o acompanhou. Nesse período o número de novos torcedores foram mais reduzidos, desde que esses sempre marcham com os vitoriosos quando da escolha de um time.
Nesses 20 anos do Século XXI o Santa Cruz esteve em duas divisões deficitárias, a C por seis anos, e a D por mais três. São nove anos de agonia, e com a gravidade de não ter uma reação.
Esteve na Série B por 8 anos, e não conseguiu formatar algo para o preparo de um time que objetivasse a Divisão Maior. Na Série A que é a mais rentável só jogou em três anos (2001, 2006 e 2016), e por apenas uma temporada. Subiu e caiu de imediato.
Qual o trabalho que foi realizado no clube para a sua recuperação? Obvio que não aconteceu, e nos últimos anos tornou-se um time das Séries C e D.
O endividamento aumentou de forma explosiva, não tem nenhuma promessa nas categorias de base para uma boa negociação, e esse setor não foi contemplado com um trabalho profissional de formação que poderia dar-lhe melhores dias.
O Botafogo do Rio de Janeiro, que vive com problemas financeiros tem 13 jogadores das categorias inferiores no time principal, e que está fazendo um Brasileiro regular.
Na realidade faltou gestão ao tricolor, não houve renovação dos dirigentes, e os que lá estavam não o prepararam para o futuro.
Foram perdidos vinte anos, e hoje a recuperação é impossível, a não ser que um grupo de investidores sérios o transformem em uma SAD e passem a administra-lo.
Caso contrário o Arruda será a morada dos fantasmas.
NOTA 2- A MÃO QUE AFAGA É A MESMA QUE APEDREJA
* O mundo dá muitas voltas. Um dia se está no céu, no outro nas profundezas do inferno.
No inicio da temporada futebolística do Brasil, o Palmeiras era o favorito para a conquista das três maiores competições, e Luiz Felipe Scolari era endeusado pelas mídias esportivas.
O alviverde em um curto período foi eliminado de duas Copas, a do Brasil e Libertadores, e por conta disso, no dia de ontem após a derrota no jogo contra o time do Grêmio, o técnico passou a ser apedrejado pelos mesmos que o endeusavam, e proclamavam que o seu time era o maior entre todos.
Na verdade nunca gostamos do sistema pragmático adotado por Scolari, com a sua retranca e contra-ataques, e com Felipe Melo o brucutu do gramado, algo que já está enterrado no futebol.
Assistimos vários programas esportivos, e o pau caiu na moleira do técnico, inclusive com indicações de um novo profissional para o seu lugar. Até José Mourinho foi citado como solução. Aquelas mãos que o afagavam, jogaram as suas pedras.
Uma pergunta: Se o Palmeiras tivesse ganho o jogo, como seriam as analises dos jornalistas de plantão?
NOTA 3- OS EXEMPLOS DO FORTALEZA, CEARÁ E BAHA
* O futebol pernambucano se apequenou nos últimos tempos. Saiu da página principal para o rodapé dos veículos de mídia.
Enquanto os nossos clubes eram arrastados para o fundo do poço, Fortaleza, Ceará e Bahia, clubes que passaram por recuperações em suas gestões estão na Série A.
Na realidade esses três estão contribuído para o incremento dos torcedores e com estádios lotados.
No Ranking das maiores médias de públicos do Brasileiro, logo atrás do Flamengo, São Paulo e Corinthians, está o trio Nordestino.
O Fortaleza em 5º tem uma media de 29.761 pagantes por jogo. Na sexta colocação está o Ceará, com uma média de 27.534 torcedores, e o Bahia é o sétimo, com 25.701.
Não são clubes milionários, mas foram estruturados para darem um salto gigantesco nesse esporte, e estão conseguindo.
Infelizmente a gestão do futebol de Pernambuco levou o estado para os confins do mundo.
NOTA 4- O REI RENATO GAÚCHO
* Enquanto Felipe Scolari era crucificado pelas mídias, do outro lado, Renato Gaúcho foi colocado no Panteão da fama, por ter provado mais uma vez que é especialista em mata-mata, ao menos pela Copa Libertadores.
O Grêmio vai para a terceira semifinal sob o comando do treinador.
O clube gaúcho mostrou ontem no jogo contra o Palmeiras, que o nome de 'Imortal' foi bem colocado. Ao todo, o tricolor vai para a sua 10ª semifinal de Libertadores, empatando com o São Paulo, antes no topo entre os times brasileiros.
Por outro lado, Renato Gaúcho vai ganhando o título de ¨copeiro¨ e especialista em Libertadores. Além de duas Copas do Brasil que tem no currículo, e do título da Libertadores em 2017.
Chegou a quatro semifinais, duas vezes foi à final (perdeu com o Fluminense em 2008), e tudo em cinco disputas. Apenas em 2011 o técnico caiu antes, nas oitavas de final.
Enquanto isso, o Brasileiro foi abandonando pelo Grêmio, que era um dos favoritos ao título, e hoje está em 12º lugar.
Renato Gaúcho hoje é a bola da vez.
* Dados do site o gol.com
NOTA 5- O SALTO GIGANTESCO DO AMÉRICA-MG NA SÉRIE B
* O turno da Série B foi encerrado na noite de ontem com dois jogos.
O América-MG venceu o São Bento por 2x0, completando uma série de quatro vitórias e um empate nas últimas cinco rodadas.
Disputou 15 pontos e somou 13. Pulou da lanterna da competição para o 13º lugar com 24 pontos.
Uma evolução sensacional.
No outro jogo, o Londrina foi derrotado por 1x0, pelo lanterna Guarani, continuando a sua queda com quatro derrotas e um empate em cinco jogos.
Estancou no 11º lugar, com 25 pontos.
Um verdadeiro cavalo paraguaio que disparou na largada e no meio do caminho parou.
Enquanto isso no Beira-Rio, em Porto Alegre, o Flamengo de Jorge de Jesus, empatou com o Internacional por 0x0, e passou para a fase da semifinal da Copa Libertadores, quando irá enfrentar outro time gaúcho, o Gremio.
Caro amigo. Sempre falo alguma coisa sobre o Santa, mas você esgota o assunto. Tenho a impressão que o relógio do tempo parou na última década do século passado. O Santa Cruz é um retrato pregado à uma parede, como se víssemos uma velha moldura com nossos avós. O Náutico é um pouco mais criativo. O Sport bem que tentou ultrapassar a virada da história, mas fantasmas não o deixam prosseguir. É o coronelismo no futebol. Vivemos ainda a era dos velhos coronéis dos sertões, cujos títulos foram comprados à Guarda Nacional. Tanto não servira para nada, que aí estão os resultados. Pernambuco e o seu futebol vivem ainda nas fantasiosas riquezas das das usinas, hoje todas falidas. Os nossos dirigentes pilotam reluzentes cavalos trazendo à cinta um Colt 45 importado do States. Regridimos décadas, e hoje, parece brincadeira, torço que a terceira divisão adote o mesmo sistema das outras( AeB) para que o Santa Cruz possa ter onde jogar, o ano todo. Não precisa subir mais não, a velha moenda impulsionada por peões, embaixo de choupanas, nos dá o mel e a cachaça necessários à sobrevivência. Para que mais ? Louvemos Tininho e os seus antecessores e que tenham vida longa.
JJ: NOTA 1- O artigo representa muito bem o que aconteceu no Santa Cruz nessas duas décadas. Sou torcedor do clube, e sei que a culpa de tudo que aconteceu foi dos dirigentes, que assistiram de forma passiva uma queda vertiginosa como essa. Parabéns.
Aproveitando o tópico da má gestão dos clubes pernambucanos, venho falar de um tema que a mídia noticia hoje: o interesse do Cruzeiro em Ezequiel. Antes o Cruzeiro estava interessado em Guilherme, mas parece que o Grêmio fez jogo duro e não reduziu o preço pelo jogador. Agora Rogério Ceni insiste em levar Ezequiel para o time azulino. Em primeiro lugar, acho que o Sport não tem como "segurar" Ezequiel ao time, pois a única coisa que o prende é uma multa contratual que, segundo informam, o Botafogo quer pagar apenas 20%. Em segundo lugar, o próprio jogador já declarou que "pensa no futuro da família", etc, etc... Ou seja, quer ir embora. Em terceiro lugar, entre perder Guilherme e Ezequiel, não tenho dúvidas que é melhor liberar esse último e permanecer com Guilherme, pois a tendência é que o Cruzeiro desista dele após contratar Ezequiel. Um ditado representa muito bem essa escolha: "vão-se os aneis, ficam-se os dedos". É assim que se faz gestão inteligente.
P.S. Se a diretoria do Sport usar de inteligência, libera Ezequiel por 50% da multa contratual e depois vai atrás de Negueba por empréstimo até o final do ano (junto ao Globo/RN ou ao clube da 1ª divisão que ele for vendido) ou mesmo vai atrás de Augusto do Santa Cruz (por empréstimo até o final do ano com ou sem opção de compra) para repor a saída de Ezequiel.
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Antes o Cruzeiro estava interessado em Guilherme, mas parece que o Grêmio fez jogo duro e não reduziu o preço pelo jogador.
Agora Rogério Ceni insiste em levar Ezequiel para o time azulino.
Em primeiro lugar, acho que o Sport não tem como "segurar" Ezequiel ao time, pois a única coisa que o prende é uma multa contratual que, segundo informam, o Botafogo quer pagar apenas 20%.
Em segundo lugar, o próprio jogador já declarou que "pensa no futuro da família", etc, etc... Ou seja, quer ir embora.
Em terceiro lugar, entre perder Guilherme e Ezequiel, não tenho dúvidas que é melhor liberar esse último e permanecer com Guilherme, pois a tendência é que o Cruzeiro desista dele após contratar Ezequiel.
Um ditado representa muito bem essa escolha: "vão-se os aneis, ficam-se os dedos".
É assim que se faz gestão inteligente.
P.S.
Se a diretoria do Sport usar de inteligência, libera Ezequiel por 50% da multa contratual e depois vai atrás de Negueba por empréstimo até o final do ano (junto ao Globo/RN ou ao clube da 1ª divisão que ele for vendido) ou mesmo vai atrás de Augusto do Santa Cruz (por empréstimo até o final do ano com ou sem opção de compra) para repor a saída de Ezequiel.
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