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Escrito por José Joaquim

Existe uma quase unanimidade com relação à rejeição do calendário do futebol brasileiro, que tornou-se um monstro. As únicas exceções são os dirigentes das Federações estaduais, que olham para os seus próprios interesses, e deixam de lado o coletivo, que poderia trazer para esse esporte uma nova roupagem.

Sempre nos preocupamos com a sazonalidade da maioria dos clubes brasileiros, em especial os de Pernambuco.

Existia na Federação local um torneio que agregava diversos times do interior, o aperfeiçoamos e fizemos a Copa Pernambuco, para que as equipes  tivessem uma temporada anual, já que o Circo não tinha atendido o pleito para a implantação de uma nova divisão nacional.

Evoluiu, contando com excelentes públicos, mas estagnou pela falta de objetivos, desde que a ideia era de que o campeão tivesse uma vaga na Copa do Brasil, e isso não conseguimos.

Fizemos uma competição intermunicipal com clubes campeões das Ligas do Interior, e foi um sucesso atendendo ao que debatemos há muito tempo, a municipalização do futebol.

O que acontece no Brasil, é que os três segmentos envolvidos, CBF, Federações e a emissora que detém os direitos de transmissão, se apossaram do direito de uma seleção financeira em nosso futebol.

Para eles vida longa para a elite, e exaltação de jogadores que são tratados como celebridades, enquanto a maioria absoluta é jogada em um campo de concentração, sem direito a nada, e hibernando durante a maior parte do ano.

O esporte precisa de Gabigol, Dedé, Bruno Henrique, Dudu, Everton (Cebolinha), e tantos outros, mas também necessita dos Severinos, Josés e Joões, pois eles fazem parte de uma cadeia produtiva para a sua formatação.

Estaduais da maneira como são realizados tornaram-se obsoletos, iguais aos cartolas que os promovem. Há muito tempo que estão agonizando. São três meses de um campeonato equivocado, e no final paralisam suas atividades por um longo período.

O que mais lamentamos é a falta de visão de uma sociedade elitista, que não verifica a perda da qualidade do futebol brasileiro, por não contar com talentos que vinham de clubes menores, e que serviam para abastecer e renovar os times de todo o país.

Quando não existiam as competições nacionais de diversas Séries, os estaduais representavam o futebol brasileiro, duravam o ano todo, e os gramados eram palcos de bons jogos, e se observava a existência de muitos talentos locais e regionais.

Hoje tudo mudou, esses campeonatos são aceitos por apenas 7% dos torcedores brasileiros, que demonstram a necessidade de uma reformulação, mas enquanto os cartolas que administram o esporte estiveram em seus cargos, nada mudará, pois eles só enxergam os seus umbigos, e não visualizam os Severinos, Josés e Joões que também fazem parte do sistema, e são apeados desse por conta de uma ditadura implantada no meio futebolístico nacional.

Na verdade uma Série E é fundamental para atender aqueles clubes que hibernam por um longo período. Os menos favorecidos devem ser incluídos no contexto.

Seleção financeira é como racial, e isso nos lembra do fascismo.

Comentários   

0 #3 RE: O FUTEBOL TAMBÉM PRECISA DOS SEVERINOS, JOSÉS E JOÕESRUBRO-NEGRO 13-09-2019 16:09
JJ: O comentário de Ival Saldanha já disse tudo que eu gostaria de comentar. O amigo definiu muito bem o que acontece no futebol brasileiro.
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0 #2 RE: O FUTEBOL TAMBÉM PRECISA DOS SEVERINOS, JOSÉS E JOÕESANTONIO CORREIA 13-09-2019 12:23
JJ: Um artigo que mostra a realidade de nosso futebol, com a gravidade de que os fatos acontecem e nada se faz para muda-los. Não existe uma saída sem a perenização dos clubes.
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0 #1 COM RELAÇÃO AO SEU ARTIGO "O FUTEBOL TAMBÉM PRECISA DOS SEVERINOS, JOSÉS E JOÕES" -IS/Ival Saldanha 13-09-2019 10:27
Até concordo com você caro JJ em relação ao Campeonato Estadual quando afirma que o que mais lamenta é a falta de visão de uma sociedade elitista, que não verifica a perda da qualidade do futebol brasileiro, não contar com talentos que vinham de clubes menores, e que serviam para abastecer e renovar os times de todo o país. Um dia caro amigo já foi assim. Parece que éramos mais inteligentes. Mas hoje, como manter esses tipos de jogadores por mais tempos jogando nas equipes pernambucanas nesse predadorismo financeiro dos dias atuais? Todos os Clubes vivem num verdadeiro deserto na secura dos seus cofres. Recebem muito, mas gastam mais ainda. E de forma desordenada. O exodo financeiro arrasador dos dias atuais não deixa jogador criar raizes no Clube e nem tampouco criar novos ídolos. O futebol pernambucano precisa de ídolos caro JJ. Nosso ídolo hoje estar sendo o VAR. Já pensou?!! Atualmente, só existem jogadores ocasionais e esporádicos que se formam em nosso futebol. Infelizmente!. Isto sem falar nos clubes do interior que se transformaram em verdadeiros times ocasionais, agonizando ano após ano. Gostaria que existisse muito uma fórmula mágica para trazer aquele brilhantismo de antes aos nossos Campeonatos Estaduais. Os "Severinos, Joões e Josés" caro amigo, hoje em dia estão apenas nas arquibancadas tendo raiva e com a pressão arteiral alterada em função do que assiste dentro e fora do campo do futebol penambucano. Nossos dirigentes parecem que pararam de pensar. A choradeira geral é que sem o dinheiro da Televisão, não sobrevivem ( é o que dizem ). De pires na mão e todos comprometidos, concordam sem reclamação nenhuma com aqueles horários esdrúxulos e famigerados e aquelas "formulas corrosivas" para a prática de uma competição que a TV, a CBF, assim como as Federações obrigam aos Clubes a jogarem, além dos preços dos ingressos caros para a qualidade apresentada em campo, não dando a mínima para os torcedores. O que estamos vendo nessa atual conjuntura caro JJ é realmente um reflexo do que demonstra o seu artigo. Um abração.
Ival Saldanha
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