* Depois de um jogo de bom nível entre os times do Flamengo e do Santos que empolgou os torcedores, tivemos de aguentar no mesmo sábado jogos de baixa qualidade que continuaram no domingo pela manhã.
O Circo do Futebol Brasileiro é o grande destruidor do seu maior campeonato, quando o nocivo calendário marca duas competições ao mesmo tempo obrigando os clubes disputantes a jogarem com times alternativos, ou reservas.
Isso aconteceu na matinal de ontem nos dois jogos realizados.
Na Arena da Baixada, o Avaí, lanterna da competição aproveitou o Athletico repleto de jogadores da segunda turma e venceu por 1x0, de forma justa. Foi um show de horrores no lugar do futebol.
Já no segundo encontro das 11h o Atlético-MG que vem caindo a cada rodada, não aproveitou-se do time reserva do Colorado, dentro do Independência e foi derrotado por 3x1. Também atuou com vários reservas.
O resultado negativo foi mais um dos últimos cinco do Galo Mineiro no campeonato. Em queda livre na tabela, o time já se desgarrou dos primeiros quatro colocados e hoje está ocupando a oitava posição, estacionado com 27 pontos.
O Internacional dominou completamente o time rival, numa grande atuação coletiva, chegando aos 33 pontos na tabela da competição, e subindo para o 4º lugar do G4.
Estamos vivendo uma ótima época de bons públicos, mas o sistema existente não percebe que está destruindo o futebol.
NOTA 2- MINELLI E SUA ENTREVISTA ANTOLÓGICA
* Se alguém perguntar aos nossos analistas do futebol, raros são aqueles que conhecem a trajetória percorrida pelo ex-técnico Rubens Minelli, desde que não estudaram a história desse esporte no Brasil.
Por conta disso, uma sua entrevista que foi dada aos jornalistas Alex Sabino e Toni Assis, do jornal Folha de São Paulo passou ao largo de nossas mídias que estão preocupadas com o varejo e não analisam o atacado.
Para avivar a mente de todos, Minelli foi campeão brasileiro quatro vezes, como treinador. O conhecemos de perto, quando dirigiu o Sport na década de 60, quando éramos Vice-presidente de Secretaria do clube, bem jovem.
Um profissional brilhante e sobretudo sério.
Com uma lucidez excelente, com os seus 90 anos, Minelli vê futebol feio e técnicos brasileiros sem mercado.
"É uma mesmice muito grande. Sem falar na violência, falta de respeito.
Aí você olha o futebol europeu e é tudo diferente. Veja os jogos do Campeonato Inglês.
Parece que os jogadores estão lutando por um prato de comida.
Aqui o atleta recebe a bola e não tem ninguém por perto. Marcação é antes de o jogador receber a bola, não depois¨.
Com 90 anos Rubens Minelli ainda é um pensador do futebol, e tudo que foi dito é a pura verdade.
O Brasil de hoje tem poucos técnicos de nível igual ao de Minelli.
NOTA 3- A ANÁLISE DO FUTEBOL POR MARIO CELSO PETRAGLIA
* O presidente do Conselho Deliberativo do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, em uma entrevista à Radio Sagres, de Goiânia, defendeu uma tese que há anos discutimos com relação ao mercado de futebol, ou seja com cidades que não tem a capacidade de comportar muitos times com o mesmo nível.
Para ele, tanto a capital do estado de Goiás, como Curitiba, não tem essa capacidade.
"Assim como em nossa Curitiba, não cabem três ou quatro clubes de primeira grandeza em Goiânia. No máximo dois, ou apenas um. Não tem mercado, não tem dinheiro. Futebol ficou muito caro. Não tem como cobrar caro o ingresso e a população não tem como pagar¨.
O mandatário reforçou que esse já é um discurso antigo de sua parte e usou o exemplo da atual situação dos demais times da capital paranaense para exemplificar como não há espaço para outros times grandes.
" Na primeira divisão os clubes vão faturar 300, 400, 500 milhões por ano. Como que Goiânia vai ter essa riqueza para alimentar dois ou três clubes? É impossível. Assim como em Curitiba. Eu sempre disse que aqui não caberiam três clubes de primeira grandeza. Estamos vendo aí. Temos apenas um na primeira divisão, e dois na segunda¨, detalhou.
Quem acompanha o nosso blog conhece bem o que pensamos sobre o assunto, dede que também percebemos que não cabem três clubes em nossa capital, como quatro no Rio de Janeiro.
Quando falávamos sobre isso, o mundo desabava em nossa cabeça.
NOTA 4- À TARDE DA MÃO DE ALFACE
* Maílson, goleiro do Sport quase que colocava a bola na sua meta em uma falha gritante no início do jogo. Uma verdadeira mão de alface.
Estava previsto nas tábuas de Moisés que iria levar um 'frangaço', e de fato aconteceu no final da partida em uma bola fraquinha chutada pelo atacante do Figueirense.
O frango virá com a sua bagagem.
Quanto ao jogo, o Sport ganhou por 2x1, jogando pedra em santo, contra um adversário do nível de nosso Íbis.
O rubro-negro deverá ter o acesso pretendido não por mérito, e sim por conta da mediocridade da competição, quando os menos ruins estarão no G4.
O Sport teve 35% de posse de bola, com duas oportunidades e marcou os seus gols, enquanto a equipe catarinense com 65% de posse, não teve muitas chances, e quando essas surgiram, as traves as seguraram por duas vezes.
Um show de horrores para quem gosta de futebol.
NOTA 5- O AVESTRUZ DE CÁSSIO E O SOFRIMENTO DO SÃO PAULO
* Nos jogos da Série A que foram realizados na tarde/noite de ontem fechando a útima rodada do primeiro turno Fluminense e Corinthians entraram em campo no Mané Garrincha, em Brasilia, com o tricolor saindo com uma vitória por 1x0.
O gol foi marcado por Paulo Henrique Ganso no fim do primeiro tempo, graças a um avestruz do goleiro Cássio do alvinegro de São Paulo.
Com esse resultado, o tricolor das Laranjeiras saiu dos braços da Caetana e entregou o Cruzeiro para o seu acolhimento. Além disso quebrou uma invencibilidade corintiana de 14 partidas.
O Corinthians começou melhor criando oportunidades de gol. À partir dos 25 minutos o Fluminense melhorou, e o alvinegro passou a errar. Aos 39, Ganso mandou de longe e o mão de alface Cássio deixou passar. Um avestruz dos maiores.
No segundo tempo o ritmo foi reduzido, e a bola aérea tomou conta, quando o time do Parque São Jorge levou algum perigo.
Um jogo com pouca qualidade.
Enquanto isso, o Grêmio comemorou o seu aniversário com uma partida de gala, derrotando o Goiás por 3x0. No primeiro tempo foi um atropelamento quando fez o placar.
Após o intervalo, a equipe gaúcha puxou o freio de mão, e passou o resto da partida cozinhando o Goiás que não teve nenhum minuto de perigo para o adversário.
Na Fonte Nova, o time do Bahia foi surpreendido pelo Fortaleza com a abertura do placar, e conseguiu empatar, terminando o jogo com o resultado de 1x1. Excelente para o time cearense, e muito ruim para o baiano.
No último jogo da noite o CSA quase que prega uma peça no seu jogo contra o São Paulo ao abrir o marcador no segundo tempo, levando o tricolor ao desespero que só conseguiu empatar aos 42 minutos.
A equipe alagoana tem uma folha salarial dez vezes menor do que a do adversário, mas suportou a pressão, mas aquele que foi o seu melhor jogador, o goleiro Jordi, falhou quando do empate.
O São Paulo chutou 36 bolas ao gol do CSA, contra apenas 10 desse. O jogo foi muito truncado, e com apenas 49% de bola correndo.
As vaias sonoras que saíram das arquibancadas foi a demonstração da insatisfação dos torcedores do tricolor do Morumbi.
NOTA 6- A DERROTA DO NÁUTICO
* O Náutico foi derrotado de virada pelo Juventude de Caxias-RS, pelo placar de 2x1.
O time gaúcho foi bem melhor durante toda a partida. O alvirrubro retrancou-se na busca de uma única bola.
Enfim a conseguiu, e aos 38 minutos do primeiro tempo, o atacante Alvaro abriu o placar. O Juventude reagiu, e em um ataque colocou uma bola na trave.
No segundo tempo, a equipe gaúcha voltou bem melhor e passou a dominar o jogo, embora o rival pernambucano tenha perdido duas boas chances.
Aos 24 minutos o empate surgiu com o gol de Poveda. Daí em diante só pressão que resultou no gol da vitória, na cobrança de uma falta.
O placar foi justo para quem procurou o gol com mais intensidade, enquanto a equipe da Rosa e Silva teve um bom tempo escondido por trás de um biarticulado.
O Juventude vem para o segundo jogo nos Aflitos com a vantagem de um empate, mas jogando fora de casa a sua performance não é boa.
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