Os clubes de futebol em sua maioria, não se preocupam com as suas gestões. Vivem na "Ilha da Fantasia", onde de tudo pode acontecer, recebendo vultosos recursos e aplicando-os de forma desordenada e que muitas vezes voam impulsionados por um vendaval.
Alguns divulgam os seus orçamentos anuais, e a maioria, apesar das boas receitas tem apresentado sinais de déficits no final do exercício, e com estimativas de serem cobertos através de negociações de jogadores.
O ovo ainda dentro da galinha.
Não entendemos como pode se viver com uma previsão negativa, quando poder-se-ia projetar um superávit e para tal reduzindo os seus custos. A regra da ciência econômica é bem simples, ou seja gastar menos do que se ganha, mas essa não é aplicada por nossas entidades que preferem emoções às ações pela razão.
Em todos os orçamentos, a amortização dos débitos representa um bom peso, e certamente tem que ser tratado de uma forma especial, sempre compatível com o seu poder de receitas.
Os clubes se aproveitam da falta de cobrança do poder público, que cria mecanismos protecionistas para que possam atende-los, de uma forma muito distinta com o que acontece com as nossas empresas, e isso aliado a impunidade reinante no país.
Os cartolas deixam rombos fiscais e trabalhistas, vão embora e o silêncio impera nos corredores dos seus clubes.
O protecionismo como o Profut, ajudou a proliferação da má gestão, visto que receberam esse guarda-chuva protetor, e continuaram a contrair dividas fiscais e trabalhistas, e a APFUT que é a reguladora do sistema vive apenas no papel.
Voltamos às velhas teses da economia que analisam com a devida clareza a presença do protecionismo em um país, transformando-o em ineficiente e sem competitividade, e no clube o reflexo é bem claro, pois sabendo que não será penalizado, continua a proceder da mesma maneira e, com isso a perda de qualidade, que o leva a se apequenar.
É uma tese nova para ser discutida e que poucos tem analisado para que possamos ter conhecimento dos motivos de gestões temerárias, somadas à presença de dirigentes amadores e despreparados, que consideram uma gestão como um brinquedinho de estimação.