Estamos tomando uma overdose de futebol nesses dias. Na verdade é um bom divertimento, mas pelo que estamos assistindo está se tornando um tormento, pela péssima qualidade dos jogos que nos são apresentados.
O Flamengo é um ponto totalmente fora da curva, por conta do que está apresentando em suas partidas.
A nossa maior preocupação é a de que todos tomaram uma anestesia geral e não conseguem repercutir os acontecimentos, principalmente os comentaristas de nossas televisões, que continuam analisando os jogos de uma maneira tal que pensamos algumas vezes que estamos morando em outro planeta.
O que chega ao torcedor é um produto bichado, com raros craques no campo de jogo, e uma falta de qualidade técnica como nunca visto dantes em nosso país.
O futebol nacional adotou como padroeiro São Francisco de Assis, não pela sua santidade, mas pelas pregações sobre a necessidade da pobreza. Certamente o que estamos vivenciando é de uma pobreza franciscana.
Lemos um comentário na coluna do ex-jogador Paulo Cézar Caju, que felizmente é um daqueles politicamente incorreto, e que escreve o que sente, com independência, declarando que o futebol do Brasil caminhava a passos largos para o fundo do poço, porque está ruim em todos os aspectos.
Discordamos do Caju quanto ao "está caminhando", pois esse já caiu nesse poço sem fundo, cujo retrato são os eventos que estamos assistindo.
Não temos mais craques e sim jogadores que tratam a bola como uma bandida, por não saberem acaricia-la. O número de passes errados é constrangedor, com jogos que chegam a mais de 60, o que demonstra a falta de um trabalho correto de formação.
Um outro ponto que vem crescendo e diminuindo o tempo de jogo está relacionado às faltas marcadas. O esporte é de contato, só que está se transformando em uma luta de UFC. A paralização média por conta disso consome 50% dos minutos da partida, e que vem sendo utilizado pela arbitragem como uma arma de salvação.
Os clubes trocam de treinadores como de camisas. É uma zorra total. Quando as derrotas chegam, esses dançam, como se isso fosse resolver o problema. Nesse item, a qualidade também caiu, pois hoje para que os empregos sejam salvaguardados utilizam esquemas de retranca, no sistema de não perder e não ganhar. São os "professores" dos tempos modernos.
Sobre árbitros e dirigentes não vamos falar, pois todos estão vendo o dia a dia de cada um, e nesses segmentos a pobreza franciscana é mais acentuada.
Esse é o teatro real do futebol nacional, que embora com maiores recursos, conseguiu algo de inédito, ou seja, o de não acompanhar o crescimento mundial e passar a viver um tempo de mediocridade, onde até os diversos programas esportivos transformaram-se em antigas chanchadas do cinema nacional.
Comentários
0#1RE: SÃO FRANCISCO DE ASSIS E O FUTEBOL BRASILEIRO —
CARLOS EDUARDO15-10-2019 11:10
JJ: Você focou um tema bem importante, ou seja a mediocridade do futebol brasileiro. O mais interessante nesse processo está com a imprensa. Os comentaristas dos jogos, apesar da pobreza franciscana no gramado, acham sempre que os times jogaram bem.
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