A Copa do Brasil sempre foi considerada a competição mais democrática entre todas as realizadas no país, com tratamento igualitário para os clubes disputantes, criando condições para que os de menor porte pudessem chegar ao título.
Algumas modificações foram realizadas, entre essas o ingresso dos times que disputavam a Libertadores nas oitavas de final. Foi o primeiro passo para o massacre que acabou sendo formatado com o atual modelo que começou nessa temporada.
De democrática, passou para plutocrata, quando os ricos mandam no poder.
A sua primeira fase nos trouxe de volta aos campos de extermínio, quando a metade dos clubes participantes serão executados com apenas um jogo, mesmo que esse tenha terminado empatado.
Os critérios adotados pelos que fazem o Circo do Futebol Brasileiro foram subjetivos. O jogo único afronta a inteligência de quem acompanha o futebol brasileiro, com a obrigação de uma equipe menor de vencê-lo.
O empate dá a vitória ao time maior, que é o visitante, com tradição e mais força nas competições. Um time como o Vitória da Conquista que foi prejudicado pelo apito amigo empatou com o Coritiba (1x1), não terá chances de jogar a segunda partida.
Não conseguimos entender que um jogo com resultado igual possa ter um clube alijado. Só mesmo no Brasil que de tudo tem um pouco, e esse sistema é sem duvida a prova maior da imbecilidade reinante.
Aliás sempre afirmamos que estamos vivenciando a nossa Era da Imbecilidade.
Nos jogos iniciais somente três zebras aconteceram, nos demais os favoritos conseguiram o que desejavam. O ranking servindo como solução é injusto, desde que muitas vezes esse não apresenta a realidade.
Um clube de maior porte quando enfrenta um adversário menor tem todas as chances de sair vencedor, mesmo atuando fora de casa, mas os sábios que fazem o Circo, não entenderam que existem clubes com ranking diferentes, com as mesmas estruturas, e o fator mando de campo torna-se imperativo.
Como pode-se cobrar do Juventude que perdeu para o Murici por 3x1, mas não teve a chance de reverter o placar no segundo jogo. O Ypiranga de Erexim foi derrotado pelo paranaense PSTC por 2x1, fez o seu gol fora que antes tinha a validade na volta, e não terá a chance de fazê-lo.
Os cartolas do Circo afirmaram que o modelo era mais emocionante, os jogos seriam mais disputados, que de fato não aconteceu com as retrancas sendo utilizadas como forma de contenção. O derrotado foi o esporte.
Outra justificativa foi de que a presença dos times maiores como visitantes aumentaria as rendas dos jogos, fato esse bem discutível, desde que essas são divididas em partes iguais, reduzindo assim os seus ganhos.
Os números de 20 jogos realizados (faltam cinco que não foram computados) mostram o contrário. A media de público foi de 4.050 pagantes/jogo. O maior foi o do encontro entre Moto Clube 0x1 São Paulo, com 21.402 pagantes. Mentira tem pernas curtas.
O problema é que os que fazem o futebol brasileiro são elitistas, por conta disso criaram um modelo colocando 40 clubes em um campo de arame farpado, sob a mira das metralhadoras para serem fuzilados.
A Copa do Brasil era disputada com 12 datas, independente do número de participantes, e sempre foi um sucesso com o critério de um segundo jogo quando os resultados fossem iguais, ou a diferença fosse menor do que dois gols da parte dos visitantes.
Funcionava bem, mas em nome da Libertadores e de outros interesses, estão promovendo um extermínio em massa.
O futebol brasileiro necessita da participação de todos, e não de uma minoria privilegiada como acontece nos dias de hoje, e sobretudo de uma faxina geral, que nunca irá acontecer por conta dos exemplos que vem de cima.
Clube menor no Brasil é desprezado, e vive como um urso polar, hibernando. São coisas de um futebol cuja entidade maior vive de pirotecnia, sob os aplausos dos cartolas e de nossas mídias esportivas.
Comentários
0#2Os Fantasmas da Ópera —
Beto Castro11-02-2017 13:38
Estava escrevendo um tratado sobre esta Copa Pseudo-Democrática dos Pixulecos das Placas, do tráfico de influência, da evasão de renda, da aprovação de contas fraudadas, da hegemonia forçada das doze tribos e do monopólio do Camelódromo, quando o quadro de comentários saiu do ar misteriosamente como por encanto. Os Fantasmas da Ópera Bufa estavam monitorando lá do inferno através do fundador da roubalheira, Nabisco I. Fiquei contente porque todos os brasileiros que tem um dedo de testa sabem perfeitamente do objetivo e da finalidade deste antro de marginais da mascataria da bola. Seria estarrecedor se não fosse trágico para o afogamento do pebolim na areia movediça da incúria da falta de vergonha. Estarei marcando uma audiência com um Bispo do Time do São Lourenço para me queixar dos pecadores do Edifício sem Nome e seus centuriões lagartixas com apoio dos clubes sovaqueiras de cabresto em extermínio acelerado.
0#1RE: CAMPO DE EXTERMÍNIO —
ANTONIO CORREIA11-02-2017 10:53
JJ: DOIS ARTIGOS PRIMOROSOS. O AMIGO FOCOU BEM A NOVA REALIDADE DA COPA DO BRASIL, UM VERDADEIRO EXTERMÍNIO. UM TIME SEM PERDER É ELIMINADO. SÓ MESMO NA CABEÇA DE PESSOAS QUE NÃO RACIOCINAM. QUANTO A PRIMEIRA LIGA ASSINO EMBAIXO O QUE FOI ESCRITO.
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