O Flamengo é um ponto fora da curva no atual Brasileiro da Série A, vivendo como um clube europeu, enquanto a maioria vive sem uma perspectiva de um bom futuro.
O futebol brasileiro não tem um comando que possa garantir-lhe um crescimento sustentável, desde que as diferenças financeiras entre os clubes são pornográficas, levando o desequilíbrio às competições.
Há mais de trinta anos um mesmo grupo comanda o Circo do Futebol Brasileiro, e deu no que deu, com três presidentes defenestrados por conta da corrupção.
Continuamos marchando bem abraçados na contramão da história, ao insistirmos em deixar de lado a formação de uma Liga Nacional independente, dirigida profissionalmente, e composta por pessoas sérias e com conhecimento dos assuntos relacionados ao esporte.
A era dos pontos corridos começou em 2003 e somente em 2019 conseguiu obter uma média de público acima dos 21 mil pagantes, graças ao time do Flamengo que tem seis jogos com mais de 60 mil torcedores. Sem tais números tudo seria como dantes.
Enquanto isso, alguns países da Europa superam a casa dos 40 mil.
O Circo do Futebol organiza as competições a sua maneira, sem pensar no futuro, enquanto os clubes que são os artífices do futebol nacional, tornam-se "paus-mandados", sem grandes interferências, ao receberem seus campeonatos como verdadeiros "pratos-feitos" e, pela falta de planejamento de seus dirigentes, acumulam dívidas ano a ano.
A politica do futebol é destrutiva para os clubes, desde que o Circo optou por sua seleção, que se tornou a "vaca-leiteira" de seus dirigentes, inclusive a maior incentivadora da corrupção no tocante aos contratos dos direitos de transmissão.
Mais uma vez o Flamengo deu uma ajuda para que o nosso futebol fizesse a travessia do Atlântico, chegando em Portugal, por conta do seu técnico Jorge Jesus, filho da terra.
Poucos clubes são conhecidos no exterior.
Os clubes brasileiros sofrem com a ausência de projetos de suas entidades, no caso o Circo do Futebol e as Federações estaduais, que se preocupam apenas na realização de diversas competições, sem um planejamento sério para o esporte, e que aceitam tudo, permitem tudo, e fecham os olhos para tudo de errado que acontece.
A resposta para esse processo vem através de 55% dos estádios ociosos na maior competição nacional, que teve uma pequena melhora, que na verdade poderia ser muito mais, e sobretudo na pobreza do futebol, com uma rara e única exceção, o da presença do Flamengo. Os craques sumiram, cujos espaços foram ocupados pelos bonzinhos.
Estamos chegando ao final de mais uma temporada com uma única certeza, de que o futebol brasileiro tem o mesmo problema do Brasil, ou seja tem UM FUTURO SEM FUTURO.