Ontem nos fizeram uma pergunta bem interessante: "Para que servem os empates no futebol". Na verdade algo bem importante e que nos diversos debates sobre esse esporte é um tema que nunca foi abordado.
Na maioria dos esportes que conhecemos, esses não contemplam o empate, e isso os tornam mais atrativos para quem os assistem.
Nada mais chato para o torcedor assistir a um evento em que o gol é o seu melhor momento, e ao findar os noventa e poucos minutos o placar do estádio estampa 0x0.
Nas estatísticas da atual Brasileiro, 26% dos seus jogos terminaram empatados (80 empates). Na Série B os números assustam, com 33% de empates (113). Isso reflete a ausência de gols.
O jogo de futebol em nosso país empobreceu por conta da tática do biarticulado implantado por seus técnicos, com o objetivo de não perderem os seus jogos, com a preferência pelos empates, quando as vitórias se transformam em algo do acaso.
O pragmatismo do sistema ¨O medo de perder tira a vontade de ganhar", é o mais contemplado em nossos gramados, quando as táticas são formuladas para atenderem tal princípio.
O reflexo está na média de gols das competições. O gol é o fato mais importante nesse esporte, mas hoje esse faz parte do irrelevante e secundário.
O futebol pragmático está ganhando uma luta, e com isso tirando público dos estádios. Qual a alegria de um torcedor ao acabar um jogo em que as redes não foram balançadas? Perdeu uma tarde, ou uma noite para o nada.
O modelo de pontuação deveria ser repensado, e um empate sem gols teria 0 ponto, obrigando assim aos clubes a jogarem na busca da meta adversária, e que o gol seja o seu produto final.
Na realidade esses empates empobrecem mais ainda o futebol, que tem nas bolas nas redes o momento mais sublime, e que aos poucos foi sendo substituído pelo sistema de resultados que é pernicioso para esse esporte.
