Já postamos alguns artigos sobre o sistema de Federações que é mantido no Brasil, mostrando que está totalmente superado. Nos países mais importantes, não existem o tipo de entidades estaduais que nós temos, mas apenas uma Federação Nacional e várias ligas que fazem funcionar muito bem esse esporte.
A Alemanha é um bom exemplo, com um campeonato com a maior média de público entre os demais, e os clubes no azul quando do encerramento do calendário.
Nesse país existe a Federação Alemã de Futebol (DFD), que além de administrar as 3ª, 4º e 5ª Ligas, tem um projeto de formação que contempla 356 campos de treinamentos, que são os responsáveis pela evolução do seu futebol.
O esporte é tratado de forma profissional, muito diferente do modelo de esculhambação geral que é adotado no Brasil, sendo cuidado com seriedade, sem as espertezas dos cartolas e, sobretudo, com um universo de bons jogadores e muitos craques, que são contemplados com bons salários, porém, dentro da capacidade de pagamento de cada clube.
As duas maiores divisões são gerenciadas pela Bundesliga (1 e 2), ambas com 18 clubes, com acesso e descenso. As cinco melhores classificadas na Primeira seguem para as Copas Europeias.
A Regionaliga é a Terceira Divisão, com duas ligas distintas, a do Norte e Sul. A primeira com 18 clubes e a segunda com 19. Os campeões e vices ascendem para a Bundesliga 2.
O sucesso dessa Terceira Liga é que os clubes que participam do Campeonato durante o ano todo, são de pequenas cidades, e que contemplam alguns times B dos maiores clubes da Bundesliga 1.
A Oberliga representa a Quarta Divisão, que é municipalizada. É composta por 9 Ligas independentes, parecidas com os estaduais brasileiros, com as presenças de 162 clubes que disputam o acesso para a Regionaliga.
Finalmente, a Quinta Divisão municipalizada, promove competições o ano todo, com mais de mil clubes semiprofissionais.
No Brasil, quando falamos em uma Liga, somos recebidos como um bicho papão, mas na verdade o modelo que mostramos se encaixa em nosso futebol, que certamente iria se perenizar, sem jogadores desempregados, e um grande número de atletas em atividade.
O sistema é muito simples, funcional, cuja meta principal é o aproveitamento de atletas formados nos seus clubes, sobretudo a regionalização, e um calendário completo para todos independente de suas divisões.
Se esse não prestasse, certamente o futebol alemão não seria um dos melhores do mundo, e o nosso, que vive de improvisação, não estaria no fundo do poço.
Será que as Ligas são os lobisomens tão decantados?