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Escrito por José Joaquim

O futebol nordestino definha na maioria de seus estados. Os clubes da região perderam as suas demandas para os do Sudeste, e também estão assimilando os europeus, e esse é sem duvida o maior trabalho a ser efetuado pelos dirigentes da região, através de um projeto que poderia ser chamado da "Nordestinação do Futebol Nordestino".

Para que possamos chegar perto do nível nacional, teremos que passar por um processo de 'Nordestinação', ou seja o de retomar o espaço perdido para a globalização que fincou os clubes de fora da região.

O retorno dessa demanda, e a absorção de uma nova geração é o único caminho que deve ser percorrido por todos os clubes do Nordeste, que tinham na sua Copa uma oportunidade para que a recuperação fosse efetuada, mas que perdeu-se no seu conteúdo ao ser realizada em paralelo aos estaduais quando o vazio tomou conta.

A rivalidade regional, com uma competição mais longa, no lugar dos falidos estaduais, certamente traria um novo ânimo ao torcedor de cada unidade da região, que teria jogos importantes em suas cidades. Em paralelo poderia ser efetuada uma Segunda Divisão com direito ao acesso.

Estivemos analisando todas as pesquisas de torcedores no Brasil, e verificamos que a penetração do eixo Rio-São Paulo no Nordeste é avassaladora, desde que dos 15 times de maiores torcidas, 7 são clubes da própria região, que somados representam um pouco mais de 25%, desde que os torcedores estão localizados nas capitais.

Pernambuco, Bahia e Ceará ainda dominam, e os demais pertencem aos times dos estados do Sudeste. Mais da metade dos torcedores do Nordeste usam as camisas de clubes desse eixo, sendo 32,2% de cariocas e 19,1% de paulistas, e os percentuais irão aumentar por conta do sucesso do Flamengo.

Bahia e Sport são os dois times que tem uma maior ramificação nessa região (4,8% e 4,1%). O próprio estado de Pernambuco que já teve uma proporção bem maior de torcedores locais, hoje enfrenta uma rivalidade com clubes do Sudeste nas cidades do interior. De Caruaru em diante é uma goleada.

No Ceará e Bahia, os clubes locais mantêm a preferência do torcedor na sua área metropolitana, e perdem com uma goleada expressiva no interior.

Nos demais estados, todos os clubes perdem para aqueles de fora, e isso fica comprovado quando atuam na região, e as arquibancadas contemplam suas torcidas em número bem maior do que as locais.

A globalização é uma realidade, mas na verdade os que fazem o futebol do Nordeste não tiveram a competência de observarem o que estava acontecendo, e pudessem formatar um projeto esportivo para recuperar essa demanda tomada por clubes de outros estados.

Essa é a realidade que massacra o futebol regional, que para voltar a crescer, terá que proceder com a 'Nordestinação', trazendo de volta os seus torcedores.

Um Campeonato do Nordeste mais profissional e não o ilusório que temos, é o caminho de abertura para esse processo. 

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