Os dois jogos pelo Brasileirão que foram realizados nesse final de semana, tendo Fluminense e Botafogo como mandantes, receberam 10.353 pagantes, o que mostra de forma bem clara a ausência de público na atual competição, que está sendo salva pelo Palmeiras, Corinthians e Flamengo.
O Brasil era considerado o país do futebol, mas na verdade a ausência de um planejamento, de um calendário racional, e de uma entidade séria, com dirigentes de visão, o torcedor perdeu o estímulo e vem trocando esse esporte por outras atividades. Em dois jogos da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino, que foram realizados nos estádios de Curitiba e Brasilia, tivemos um pouco mais de 80 mil pagantes, com ingressos de valores acima dos cobrados no Brasileirão.
A média de público da Série A de 2016 é de 14.402 pagantes por jogo. O número de torcedores nas 220 partidas realizados totalizou 3.168.474, e certamente com as 16 rodadas que restam, dificilmente irá ser alcançada a média de 17.051 pagantes do ano de 2015.
Para que se tenha uma ideia e como efeito comparação, o total do público do Campeonato Alemão, em 306 jogos na temporada de 2015/2016 foi de 13.208.450 pagantes, com uma média de 43.306 por jogo, 4 vezes maior do que a atual do Brasil. A população da Alemanha é de 90,8 milhões de habitantes e a do Brasil é de 206 milhões. Uma disparidade total.
Somando-se as quatro Séries Nacionais que estão com seus campeonatos, A, B, C e D, essas totalizaram em 860 jogos 4.992.317 pagantes. A Segunda Divisão tem uma média de 4.338 pagantes por jogo, a Terceira com 2.867 e a Quarta com 1.400. São números inexpressivos se comparados com os dos maiores centros do futebol mundial.
Não somos o país do futebol. Disso temos a certeza, desde que os números são irrefutáveis, e com o agravante nada se faz para a modificação do sistema, em especial com a implantação de um calendário racional, que possa evitar que uma equipe como o Grêmio participe de 7 partidas em 21 dias no mês de setembro. É algo destruidor.
Horários inconvenientes, overdose de jogos entrelaçados com outras competições, o mando da televisão, são os fatores básicos para a decadência de um esporte que foi importante para o país e que hoje atravessa uma das suas piores crises, com o agravante nada se faz para mudar o sistema.
O brasileiro acostumou-se a viver com o que não presta, e quando se tenta modificar alguns desavisados ou oportunistas vão às ruas protestar, esquecendo da corrupção que tomou conta do Brasil nos últimos anos.