A pesquisa do Datafolha sobre as torcidas dos grandes clubes de São Paulo, ainda rende comentários, em especial o item sobre os que não tem times, com um percentual de 24%, que na realidade está na media nacional que tem uma variação entre 23 a 28%. Nenhuma surprêsa.
Nesse trabalho existe um fato que chama a atenção, com os dados de outras pesquisas, que mostram no período de 1993 a 2017, que esse grupo dos ¨sem clubes¨ dobrou.
Em 1993 o percentual era de 12%, em 2000 subiu para 20%, em 2008 esse permaneceu estável com o os mesmos 20%, e em 2017 subiu para 24%.
Quem acompanha o futebol brasileiro de forma isenta, sem paixão ou clubismo sabe muito bem que um fato como esse não representa nenhuma novidade.
O modelo de gestão desse esporte é alienado, ultrapassado e em alguns casos corrupto, e que vem afastando os torcedores dos estádios e da vida clubística. Esses procuraram outros caminhos.
Por outro lado pesquisas sobre torcidas produz uma sensação enganosa para os clubes, no tocante aos seus projetos de marketing e de captação de novos seguidores.
Existe no futebol o torcedor e o simpatizante. O primeiro é o que participa ativamente da vida do clube, assiste os jogos, acompanha os noticiários, e é um cliente de seus produtos. Na realidade é uma fonte poderosa de receitas.
Quando as pesquisas são realizadas não existe uma pergunta direta sobre o assunto, se o entrevistado é um acompanhante da agremiação e cliente daquilo que emana dessa.
Por outro lado temos o simpatizante, cujo sentido é bem claro no dicionário da língua portuguesa, ou seja simpatiza com a marca, mas não é um cliente dessa. Nesses milhões de torcedores que são apresentados nas diversas pesquisas sobre torcidas, quais os percentuais desses e dos simpatizantes?
Esse é ponto bem importante para o direcionamento dos clubes na busca de novos seguidores, com um projeto de captação.
Um exemplo bem simples do que é um simpatizante. Na década de 60 Botafogo e Santos, por conta dos grandes talentos dos seus elencos, tinham seus simpatizantes, que nunca torceram por esses.
Existia uma Loja de Departamentos famosa no Recife, Sloper, que tinha a simpatia de muitos recifenses que não eram seus clientes por conta dos altos preços dos seus produtos. A sua estrutura e vitrines chamavam atenção pelo luxo e criava uma simpatia.
Na pesquisa ficou claro que a fuga dos torcedores se deu mais na faixa acima dos 24 anos, em especial nos mais velhos, o que mostra o desencanto com o modelo gerencial do Circo, das Federações estaduais e sobretudo nos clubes coniventes com a avacalhação desse esporte.
Se não acontecer uma revolução no setor, os que fazem parte do item ¨sem clubes¨ terão um grande incremento, recebendo uma geração de 10 a 24 anos, que aos poucos estão passando para os times do Velho Continente, cujo futebol é tratado com profissionalismo e decência.
Falta um projeto nacional, para despertar o antigo sentimento de ser um torcedor de um clube.
O nosso caso é um bom exemplo para comprovar a realidade do que vem acontecendo no futebol nacional.
De um participante e atuante na vida do Sport, o desencanto está quase nos levando para o lado dos simpatizantes, fato esse que lutamos para que não aconteça, desde que ainda somos adeptos da Velhinha de Taubaté, ao acreditarmos que o modelo irá ser varrido do mapa esportivo brasileiro, e o lado bom sairá vitorioso.
Comentários
0#3RE: TORCEDORES E SIMPATIZANTES —
PAULO CORDEIRO04-03-2017 17:43
JJ: Concordo com Beto e Antônio. Trata-se de um dos melhores artigos postados no blog. Uma análise perfeita.
0#2RE: TORCEDORES E SIMPATIZANTES —
ANTONIO CORREIA04-03-2017 17:34
JJ: BETO TEM RAZÃO. ESSE É UM ARTIGO DOS MAIS IMPORTANTE QUE O AMIGO POSTOU. ANALISOU UM TEMA QUE PASSA DESPERCEBIDO E MOSTRANDO A REALIDADE. PARABÉNS.
0#1Um dos mais importantes —
Beto Castro04-03-2017 13:43
Considero este artigo um dos mais importantes já publicados neste Blog com "B" maiúsculo. Pelo andar da carruagem sucateada, os meliantes somente sairão de seus sarcófagos de múmias paralíticas quando esta taxa atingir 90% ou mais. A atual taxa de 24%, como você nos chama a atenção, se incluídos os simpatizantes já se encontra acima de 60%. Já fui torcedor apaixonado e até assessor de um dos melhores presidentes do meu ex-clube do coração que me deu todo o respaldo para a criação da Copa do Nordeste salvadora. Hoje, este clube é no máximo meu clube do intestino e apenas o acompanho ao longe sem ir mais ao estádio. Na minha família eram cerca de 10 torcedores que compareciam ao estádio, incluindo os meus pais nonagenários que já haviam assistido um jogo do clube contra o Palmeira no Pacaembu pela Série A e hoje, lógico, não comparecem, nem compareceriam se jovens fossem. Naquela época o clube fazia parte da Série A quase todos os anos pelo cartel de campeonatos conquistados. O Califa Nabisco o rebaixou na base canetada para série B no seu primeiro ano de golpe (1986) juntamente com os seus sultões e paxás (Que Fura, Pixu, Tubico, Bode Rouco, Contursionista, Zé das Placas e outros mascates da 25 de Março). Nos anos seguintes foi rebaixado para a série C e em seguida fizeram torneios suicidas para expulsar os clubes de mais 15 Estados que tinham restados na Série B. A própria Série C foi rebaixada de 64 para 20 clubes tendo 44 clubes decapitados sem julgamento e direito de defesa. Os dois maiores, mais antigos e mais tradicionais clubes do Amapá - Amapá Clube e Esporte Clube Macapá - que juntos possuem cerca de 50 campeonatos conquistados e tinham as maiores torcidas do Estado na época do golpe e no período do marginal das propinas, hoje se resumem a dois buracos gigantescos no centro nobre da Capital amapaense e a duas motos de torcedores cada. Os clubes médios São José, Ypiranga, Trem Desportivo, Santana, Independente e Mazagão fizeram um esforço descomunal e assumiram o lugar dos assassinados, mas logo os primos do coronel e do governador, asseclas de Zé das Vacas contrataram pistoleiros para a efetivação de uma chacina coletiva. Os pequenos Cristal, Aliança (desaparecido), Oratório, MV13, São Paulo, etc foram mortos em sessões de tortura medievais no matadouro da Avenida FAB. Enfim, sobrou o Sovaqueira que não tem sede, nem estádio, nem CT e se resume apenas uma pasta fétida no sovaco de um cearense imigrante, conhecido como piaba morta da Amazônia Engessada. Já a Rainha de Hollywood assassinou barbaramente dezenas de clubes promissores da Paraíba por encomenda da quadrilha da Baia dos Porcos - Estrela do Mar - Íbis - Oitizeiro - Red Cross, etc e mais de 50 clubes amadores tradicionais de todos os bairros da Capital Paraibana foram varridos do mapa, mesmo votando na família vitalícia. Na região norte, nordeste e centro-oeste, a pistolagem encomendada destruiu clubes seculares como Tuna Luso, Rio Negro, vários Ferroviários, São Raimundo, Fast Club, Ji-Paraná, Alecrim, Galícia, Botafogo-BA, Goiânia, Operário-MS, Dom Bosco e centenas de outros. Se esses marginais não forem expulsos e banidos da província do nada com urgência, nada sobrará do nosso outrora glorioso futebol. Os gloriosos Náutico, Santa Cruz e Sport encontram-se ameaçados de extinção juntamente com o Central de Vitalino e o Porto do rio seco. As transmissões do YouTube e a Liga do Sultão Calígula serão o golpe de misericórdia nas rendas, empregos e arrecadações do cemitério árabe e até os coveiros escribas de papiro do Livro dos Mortos do Egito das sete pragas serão demitidos por falta de cadáveres para enterrar. Os cemitérios de todas as cidades serão invadidos e suas catacumbas serão transformadas em residências putrefatas por milhares de refugiados do ditador ASSADO, a exemplo do que ocorre na capital do Cairo e no gigantesco túmulo aquático dos botes infláveis naufragados do Mar Mediterrâneo. Só restarão as brigas de gangues nas ruas e os assassinatos encomendados chocantes pelos traficantes e filhotes uniformizados das quadrilhas árabes, como este da Mancha Verde ocorrido recentemente. Tenho a esperança que os tupiniquins das nações litorâneas dizimadas reajam em tempo, antes do holocausto final do Apocalipse causado pelos seguidores da Rede Monopolista dos Camelos Importados.
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