Separamos algumas frases que servirão para ilustrar esse artigo, sobre o silêncio dos cartolas brasileiros com relação ao pontapé no traseiro que levaram do Circo com a mudança dos seus Estatutos.
Na verdade não ficamos surpresos pela falta de uma reação maior, e para tal basta observar uma foto dos dirigentes de clubes à frente do Projac da Rede Globo com os seus familiares após a reunião para que pudessem conhecer a nova fórmula de distribuição das cotas à partir de 2019, com tudo pago pela emissora.
Sem duvida a cara do Brasil dos bonbonzinhos e pixulecos.
Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, um dos maiores de sua história afirmou: ¨Pecar em silêncio, quando se deve protestar, transforma os homens em covardes¨.
Um dos mais importantes escritores da história, William Shakespeare, nos deixou uma outra frase marcante sobre a covardia: ¨Os covardes morrem várias vezes antes de sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez¨.
Um terceiro personagem que deixou também a sua marca na história do mundo, Mahatma Gandhi, disse que: ¨O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não¨.
O que estamos assistindo no futebol brasileiro é a repetição de fatos anteriores conhecidos no ano 2000, quando as denúncias de corrupção contra o Circo não foram investigadas, sem as devidas punições para os seus autores. Escaparam de duas CPIs. O silêncio dos não inocentes cartolas foi constrangedor.
Em 2015 com o escândalo da FIFA, com o indiciamento de Ricardo Teixeira, a prisão de Marin, e com o atual presidente Del Nero sem poder sair do país, o silêncio continuou, com o agravante o apoio que é dado a essa cartolagem nefasta.
O silêncio sepulcral que observamos nos dirigentes dos clubes brasileiros, com raras e tímidas exceções, é de uma covardia que extrapola tudo que possa ser de racional.
Como uma Federação do Amapá que não tem clubes nas maiores divisões nacionais, pode ter 3 votos, enquanto agremiações de tradição, com títulos tem apenas dois ou um? Nem Freud poderia explicar.
Quem dirige os clubes afetados por essa mudança indecente, certamente por conveniência fazem que não entenderam.
O buraco é profundo e todos desviam os seus olhos, alguns por motivos óbvios, outros por covardia que extrapola tudo que possa ser racional.
Del Nero está utilizando o bom momento de sua seleção para uma cooptação geral e está tendo um ótimo retorno. A única coisa que está faltando é a distribuição de títulos pelas Assembleias Estaduais, como faziam com Teixeira.
O nosso Brasil é um país doente, onde os bons são execrados, e os que não prestam exaltados.
O bonde da história está passando, e a hora de participar de sua viagem é essa, mas está trafegando nas portas dos diversos clubes do país, sem que nenhum personagem faça o sinal para que motorneiro possa parar para recebe-lo.
Será que os nossos dirigentes ainda não entenderam o mar de lama em que estão dando as suas braçadas, com o esporte perdendo a sua credibilidade, quando a sua entidade maior tornou-se um foco de corrupção?
Uma das maiores virtudes do ser humano é a coragem, e esta está faltando aos que fazem o futebol brasileiro, que já deveriam ter se pronunciado contra o que aconteceu na Assembleia tipo Diretório Estudantil, em que até a energia era cortada e as atas desapareciam pelas ruas.
Todos preferem o silêncio, na certeza de que esse é dos não inocentes.
Como está acontecendo na Lava Jato, não temos duvida que serão tragados pelo vendaval que se aproxima, e cedo ou mais tarde, Federações, clubes, agentes serão arrastados, e no final não restará pedra sobre pedra. Apesar de estarmos no Brasil, isso irá acontecer.
A atuação dos responsáveis pela existência do futebol, que são os clubes, é fundamental para que o processo de restauração do futebol enfim seja implantado, deixando de lado o medo e a covardia para que isso possa acontecer.
Comentários
0#4RE: O SILÊNCIO DOS NÃO INOCENTES —
ANTONIO CORREIA27-03-2017 16:28
JJ: O ARTIGO É A REALIDADE NUA E CRUA DE NOSSO FUTEBOL QUE A CADA DIA SE REDUZ. OS DIRIGENTES DOS CLUBES SÃO SUBSERVIENTES AO PODER, E INCAPAZES DE UMA REAÇÃO. NO CASO DESSA MANOBRA INDECENTE DA CBF AS REAÇÕES COMO VOCÊ AFIRMOU FORAM TÍMIDAS.
0#3RE: O SILÊNCIO DOS NÃO INOCENTES —
CRISTOVÃO ALMEIDA27-03-2017 15:18
ANDRE ESCREVEU O QUE GOSTARIA DE DIZER. CONCORDO. O SEU ARTIGO É MAIS UM QUE DEVE SER REPERCUTIDO EM TODO O PAÍS. REAL, E QUE MOSTRA O FUTEBOL QUE VIVEMOS.
Fico impressionado como o nobre jornalista inverte qualquer ordem lógica dos acontecimentos. Porque citou a Federação Amapaense de Futebol que não tem qualquer diferença das demais, a não ser o seu presidente pusilânime como a maioria dos centuriões lagartixas. A entidade citada pertence a um Estado da Federação que tem cultura e história magníficas pela luta de conquista do território nacional. Muitos dos seus filhos deram a vida para defender esta Nação de covardes numa guerra contra a França. Me lembro dos Grandes Rubem Moreira e Carlos Alberto de Oliveira que eram recebidos na Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe, quase como chefes de Estado. Eram líderes carismáticos que uniam a região em termos de princípios, a ponto de conseguirem unir estes estados no melhor torneio do Brasil e no caso do primeiro ter a Seleção Pernambucana respeitada no mundo e representando o país. Clubes não podem mandar em Estados, mas apenas exigirem os seus direitos fundamentais e não se subjugarem a dois coronéis da Bahia e do Ceará com os seus clubes gananciosos. Como podemos entender que cidades e capitais portentosas e importantes tenham os seus clubes arrancados da Copa do Nordeste pela truculência, balançando a cabeça, como São Luiz, Teresina, Natal, Jampa, Maceió e Aracaju. Somente Recife protestou em nome de seus clubes queridos, por um presidente que os defende com todas as suas forças. O medo de perder as suas propinas e mordomias cala os covardes. Mas, isto não significa que tenhamos que tolerar o fim da República Federativa do Brasil pela ditadura já brutal de uma Rede de TV associada ao crime organizado e a vários golpes de Estado com os seus clubes favorecidos em detrimento de 80% da população, do território e da economia. Estados como o Amapá, Paraíba, Espírito Santo mutilado, e todos os outros excluídos ainda se rebelarão contra a atual ditadura. Se os turcos que comandam a CBF e o Brasil já impõem as suas heresias aos brasileiros, discriminando-os acintosamente, o que dizer do país sem os seus Estados e a sua organização federativa? Se os centuriões não dão conta de seus recados que seja banidos e não fechar as entidades representativas. Não existe Nação sem os seus Estados Unidos. Neste caso da anulação de seis estados do Nordeste da organização nacional, a intervenção tem que ser de seus governadores, parlamentares dos três entes federados e dirigentes de clubes que suportam calados a humilhação de seus povos vendidos por 30 dinheiros. Estamos diante de uma vergonha em que um Estado poderoso como Pernambuco se submete com os seus liderados a imposições da Bahia e Ceará sem dá um murro na mesa. Concordo com a covardia dos clubes, jornalistas e torcedores que não partem para um ataque frontal contra os seus detratores e traidores. Não, defender a destruição dos clubes de seis Estados em silêncio sepulcral é que é algo inconcebível. Há de aparecer um líder do Nordeste como Antônio Carlos Soares Laje para defender os humilhados como aconteceu na fatídica reunião da Granja Comari em que simplesmente o ditador abjeto extinguiu as Ligas Regionais legítimas em troca de um depósito imoral nas contas dos centuriões venais. Os clubes não deveriam ter um único voto, pois já são representados pelos seus líderes estaduais. A câmara alta dos Estados que defende a República tem que ser hierarquicamente superior à câmara baixa que representam os clubes e seus torcedores, no caso da existência de duas câmaras. Se os Presidentes de Federações fossem qualificados, fortes e honestos já teriam varrido as influências nefastas de doze clubes e de uma Rede de Televisão reconhecidamente golpista através da história do Brasil e com sócios procurados pela polícia. Esta é a questão! Seu raciocínio é confuso e contraditório quando ataca o seu próprio estado e seus clubes e faz apologia aos clubes do Rio e São Paulo e de outros países estrangeiros, quando deveria os defender em todas e quaisquer circunstâncias, não importa quem seja o Presidente da Federação. Sempre fui contrário à anterior presidente paraibana pela sua continuidade no poder, mas agora entrou um novo que aprova a exclusão de seus clubes sem dá um pio. Saiu o cinismo e entrou a falta de vergonha. A única saída era os clubes dilapidados se rebelarem e exigirem os seus direitos e o incremento da representatividade. No seu raciocínio, os clubes deveriam assinar as suas próprias penas de morte numa rebelião contra si próprios, o que é inaceitável. Tudo que uma geração inteira de dirigentes e jornalistas conquistaram foi simplesmente trucidado numa canetada ditatorial, mudando as regras do jogo em pleno andamento dos campeonatos estaduais que começaram com um regra e terminarão com outra, com elogios rasgados do nobre escriba. Apesar dos pesares, todo o poder as federações que representam Estados constituídos e milhões de cidadãos.
0#1RE: O SILÊNCIO DOS NÃO INOCENTES —
Andre Angelo27-03-2017 09:48
As nossas federações e clubes são a melhor representação do Congresso Nacional: uma maioria corrupta e uma minoria que tenta mudar o "sistema", mas que não tem forças para isso. E, a Rede Globo, por trás, dando suporte àquela maioria, visando preservar seus privilégios em detrimento do povo.
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