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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A DEMISSÃO DE DANIEL PAULISTA

* Daniel Paulista pressionado escolheu o lado errado, ao escalar o time titular do Sport contra o reserva do Santa Cruz.

A necessidade de ganhar um clássico e a esperança de continuar no cargo, o que não aconteceu, motivou o treinador a jogar com a sorte, e terminou dando um tiro pela culatra. 

No pós-jogo foi demitido pela diretoria do clube, fato esse que tínhamos previsto que iria acontecer há um bom tempo.

Se o rubro-negro tivesse ganho a partida, nada somaria no contexto geral, pois o time derrotado não era o titular. No caso de uma derrota ou empate, resultado esse que aconteceu (1x1) seria uma debacle.

Na verdade o Sport teve um domínio ilusório, mas com o mesmo futebol medíocre que vinha apresentando em seus jogos. Rogerio perdeu alguns gols e terminou marcando, enquanto André mais uma vez desfilou nas passarelas da Ilha do Retiro.

O jogo foi fraco tecnicamente, o Santa Cruz fez o que deveria fazer por conta de uma suposta diferença de qualidade, arrancou um bom resultado como incentivo para o jogo pela Copa do Nordeste, fato esse que será ao contrário para o time da Ilha do Retiro que joga contra um adversário perigoso, e com a desconfiança do seu torcedor que o vaiou no final da partida, e em especial o treinador demitido.

O número de faltas foi exagerado, mas a atuação da árbitra Deborah Cecilia foi boa, muito embora os atletas machistas tenham tentado intimida-la.

O público de quase 10 mil pagantes foi o melhor da competição.

Enquanto isso o Salgueiro ao derrotar o Central pelo placar de 1x0, conseguiu antecipadamente a primeira colocação do Hexagonal, e com isso irá disputar o segundo jogo da semifinal em seu estádio, o que será bem importante se conseguir um bom resultado no primeiro jogo na casa do adversário.

Um outro jogo importante aconteceu no Morumbi, com mais de 50 mil torcedores únicos, desde que em São Paulo os clássicos não recebem as duas torcidas.

O primeiro tempo foi trágico com o tricolor com a posse bola, tentando atacar, mas sem chutar ao gol, e o alvinegro se defendendo. O placar de 0x0 retrata o que aconteceu.

Na segunda fase houve uma melhora dos dois times. Aos cinco minutos o São Paulo abriu o marcador, e as 18 o Corinthians empatou, fazendo resultado final de 1x1. O resultado foi justo para os dois times.

A arbitragem de Vinicius Furlan não agradou nem aos gregos nem aos troianos.

No período noturno, mais um clássico do futebol brasileiro que foi realizado no Mané Garrincha em Brasília, envolvendo o Flamengo e Vasco da Gama, que terminou empatado em 2x2, graças ao apito amigo de Luiz Antônio que marcou um pênalti contra o rubro-negro no final da partida, com a bola batendo claramente na barriga de Rene, e considerada por esse como mão, e atestada pelos auxiliares.

Foi um jogo bem disputado, com o time vascaíno saindo á frente do placar, e com Luiz Fabiano sendo expulso por agressão ao árbitro, prejudicando o seu time que teve o marcador virado para o time da Gávea.

No final Luiz Antônio resolveu usar a camisa vascaína concedendo-lhe o empate.

São coisas do apito amigo.

NOTA 2- A CRISE NO FUTEBOL BRASILEIRO 

* Poucos clubes no Brasil estão em boa situação financeira. Contamos nos dedos aqueles que vivem bons momentos.

Palmeirase e Flamengo são exceções. O primeiro por conta de um patrocínio estranho que foge de todos os padrões, acima dos limites reais do setor, e o segundo por conta da sua boa gestão e do equilíbrio financeiro que foi implantado.

Temos exemplos bem claros, inclusive em nosso estado, com Náutico e Santa Cruz com problemas salariais, não apenas dos profissionais, com nas áreas administrativas.

No Sudeste o presidente do São Paulo apresentou alguns números que constam do seu balanço financeiro, e esses são trágicos, além de necessitarem de explicações.

O tricolor do Morumbi tem R$ 88,3 milhões de débitos com diversos bancos, R$ 78,2 milhões para clubes, R$ 33,3 milhões de dividas com pessoas físicas, R$ 83,7 milhões em impostos diversos e R$ 7,6 milhões para a reposição do caixa. A soma total é de R$ 212,9 milhões de débitos, sem contarmos com os juros.

Por outro lado, o Fluminense mesmo com a fase boa que atravessa. Campeão da Taça Guanabara, vindo de uma virada no seu jogo contra o Botafogo, e da vitória de contra o Macaé, vem enfrentando dificuldades. 

Dentro de campo tudo correndo bem, mas fora desse o clube está com três meses de atraso no direito de imagem dos seus atletas, que ainda não repercutiu, mas certamente as cobranças irão acontecer, desde que essa parte do contrato de trabalho é a de maior valor.

O tricolor rescindiu o contrato com a sua fornecedora de material, a Dryworld , e assinou um outro com a Under Armour que só começa a vigorar em julho.

Por conta disso está fabricando os seus uniformes na Rocamp do Paraná por conta própria, e está fazendo uma economia com os jogadores que só tem direito a dois uniformes. Quando um é usado, o outro vai para a lavanderia. 

Isso demonstra de forma clara que a vida não está florida mesmo para quem vai bem dentro de campo.

NOTA 3- A VOLTA DOS UFANISTAS

* Devagar que o santo é de barro.

Isso é um conselho para os ufanistas de plantão que já começam a gritar que a seleção do Circo será campeã em 2018 na Rússia.

Quantos exemplos já tivemos em anos anteriores, inclusive com Dunga que ficou um bom tempo invicto no comando do time, e o resultado nós conhecemos.

A seleção melhorou, mas não teve ainda um enfrentamento com uma  da Europa. Sabemos que o Velho Continente abriga o melhor futebol do planeta.

Por outro lado o esporte da chuteira é tão dinâmico, e essa melhora precoce com mais de um ano para a realização da Copa poderá ser prejudicial.

Quem garante que essa estará jogando no mesmo nível em 2018?

Quem irá garantir que os seus atletas terão os mesmos procedimentos daqui há um pouco mais de um ano?

O futebol nos dá muitas lições, e entre essas o sobe e desce dos clubes, que não permanecem o tempo todo numa linha ascendente.

Lemos e ouvimos as frases dos ufanistas, sobretudo pelos números de pontos conquistados nas 13 rodadas, que é o maior entre todas as eliminatórias.

Tal fato está acontecendo por conta da decadência de algumas seleções, em especial as do Chile e Argentina, que estão realizando campanhas fracas, muito embora o time portenho esteja na 3ª colocação.

No ano de 2002, em que o Circo foi campeão mundial, a seleção sob o comando de Scolari terminava essa mesma rodada na 4ª colocação.

Em 2006, a de Carlos Alberto Parreira estava na segunda colocação, e deu no que deu, eliminada. Em 2010 a equipe comandada por Dunga era a líder com 24 pontos, também deu no que deu.

O futebol é composto por detalhes.

A seleção do Circo melhorou, mas não é a favorita para a conquista em 2018, e sim uma entre várias.

Os ufanistas representam junto com o Circo, o lado ruim de nosso futebol.

NOTA 4- UM ELEFANTE BRANCO APÓS 86 ANOS

* O único estádio do mundo a ser declarado pela FIFA como monumento do futebol mundial, o Centenário, que abrigou na última quinta-feira o jogo da seleção do Circo e do Uruguai, passa por um período de quase esquecimento.

Construído em 1930 para a primeira Copa do Mundo, está se tornando um elefante branco e tornando-se irmão gêmeo de algumas arenas que foram edificadas no Brasil para a Copa do de 2014.

Nesse ano só tinha realizado antes do jogo da seleção apenas três encontros, dois pela Libertadores e um pelo Nacional.

O período de grande dificuldade começou em março do ano passado, quando o Peñarol seu principal inquilino inaugurou a sua própria arena mudando o local de mando das partidas.

Tem um custo de manutenção mensal de R$ 300 mil, e com a presença desse time recebia pelo menos 50 partidas no ano. A taxa de aluguel cobrada é de R$ 35 mil, sem gastos extras com segurança, luz e pessoal. 

Os clubes locais tem estádios próprios e realizam as suas partidas nesses, criando assim um belo trombudo albino.

São coisas das arenas e do futebol. 

NOTA 5- A FALTA DE CRIATIVIDADE

* Os clubes brasileiros sabem muito bem que atravessam uma grande seca na captação de novos torcedores.

Há dez anos que todas as pesquisas efetuadas mostram uma estagnação nesse segmento. Não existiu avanço, e sim queda para alguns.

Não existe um bom trabalho do setor de marketing para a aproximação com novos torcedores, que é muito importante para o futuro.

Aliás o marketing é bem incipiente e com ações que não repercutem nesse chamamento de jovens para os clubes.

Esses estão jogando com apenas 9% das capacidades dos estádios ocupadas, e poderiam utilizar uma parte para alunos das escolas publicas quando dos seus jogos à tarde como o de ontem, distribuindo pelo menos 2 mil ingressos, para que esses pudessem assistir um clássico local, inclusive educando o sistema de torcidas juntas.

Seriam jovens no máximo com 12 anos, que já começaram a descobrir a opção por um esporte.

Não existirá custo extra, desde que o estádio estará aberto, e irá assim receber um novo colorido.

Uma gestão seja ela em qualquer setor é para competentes e criadores de novas opções.

A ideia está posta, agora cabe aos cartolas a sua aplicação.

O problema é esse.

Comentários   

0 #2 Violência HediondaBeto Castro 27-03-2017 11:25
A ideia de agregar os alunos de até 12 anos das redes escolares é excelente. Quantas vezes ficava na porta do estádio esperando um pai adotivo para entrar no estádio nas décadas de cinquenta e sessenta? Depois me tornei jogador, dirigente e engajado político. Esta ideia de favorecer crianças e mulheres é mais velha do que tomar banho nu. Quanto ao besteirol dos marqueteiros só existem placas de patrocinadores para bostejação vazia e cachorras rebolando no gramado. A verdadeira mercadologia são a qualidade dos clubes, um futebol impecável e uma organização criativa e inovadora, ou seja, produtos de qualidade inquestionáveis. Mas, os gênios só sabem praticar a exclusão de milhões de torcedores, a redução de clubes de dezenas de cidades maravilhosas e miniaturizar a roubalheira, como fizeram agora com a Copa do Nordeste. Paraibanos, potiguares, alagoanos, sergipanos e pernambucanos já quase não assistem jogos de clubes baianos e cearenses. Com a exclusão de seus clubes queridos, pode acreditar no último suspiro do torneio Bahia-Ceará, cujos clubes deveriam ser expulsos do torneio por atentarem contra a melhor competição do país. O velho turco Fares deve está se revirando no túmulo pela traição do sobrinho. Minha esperança é que os clubes de Sobral, Joazeiro do Norte e outros municípios reajam contra a ditadura de Ceará e Fortaleza. Já no caso da Bahia, os clubes do interior de Feira, Vitória da Conquista, Jequié, Juazeiro, Camaçari, Alagoinhas, Barreiras, Ilhéus e Itabuna nunca existirão e serão sempre excluídos pela ditadura de Vitória e Bahia. Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe acabam de ser varridos do mapa brasileiro por Bahia e Ceará. Ainda espero reação dos cidadãos excluídos de quinta categoria destes estados e algum sussurro dos governadores, prefeitos, deputados estaduais e vereadores. Excluir os clubes de seis Estado do Mapa do Brasil é de uma violência hedionda. Valeu o heroísmo de Soares Laje, a visão holística de Carlos Alberto, os 7 anos de luta na justiça e 13 anos de campeonatos memoráveis. Este torneio Bahia-Ceará está com os dias contados e os clubes destes estados golpistas serão odiados pelos torcedores nordestinos juntamente com a Esporte Interativo que aprovou a falcatrua. Eliminar os clubes de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e até dos intrusos do Maranhão e Piauí e alguns de Pernambuco é o fim da picada.
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0 #1 Nota 1Andre Angelo 27-03-2017 10:07
A demissão de Daniel Paulista foi acertada. O risco de fracassar nas competições que o time disputa seria maior com ele do que com outro treinador. Estava desgastado com a torcida.
Embora o aproveitamento de pontos dele fosse bom, mas é fato que o time só jogava bem com clubes de divisões menores. Toda vez que jogava com clube de Série B se complicava. Isso é um termômetro para se jogar uma Série A ou mesmo uma Sulamericana.
Além disso, o time estagnou. Não se via mais evolução tática ou técnica e, sobretudo, não se vê garra dos jogadores em campo. Desonrando suas tradições, o Sport sempre jogava de forma apática no 1º tempo dos jogos. Só mostrava alguma raça quando estava perdendo o jogo ou quando o empate se mostrava próximo.
Também apresenta um grave defeito que vem desde o ano passado, com Falcão: é um time que tem dificuldades de sair jogando quando o adversário adianta a marcação e passa a pressionar no campo do Sport. Isso precisa ser corrigido urgentemente. O sucesso do Sport em 2014 e 2015 decorre justamente porque o time de Eduardo Batista sabia fugir da marcação adiantada, por meio de toques rápidos e triangulações. Não se via isso no time de 2016 e no time atual.
Se Daniel Paulista for inteligente - e acredito que é -, irá aceitar o convite para ser auxiliar técnico e homem de confiança do clube, como o foi Milton Cruz por cerca de 17 anos no São Paulo.
Ele só tem a ganhar em permanecendo como auxiliar.
Primeiro, pela estabilidade que o cargo oferece.
Segundo, porque poderá aprender muito com os treinadores que passarem pelo clube.
Acho que daqui as uns 05 anos, ele estará com bagagem para assumir um clube de futebol e, talvez, um clube da grandeza do Sport.
Por outro lado, se ele se aventurar no mundo do futebol sem experiência e currículo, poderá ser um erro sem volta.
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