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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A PRIMEIRA DERROTA DE SHAKEASPEARE

* O Leicester estava com uma invencibilidade de cinco jogos sob o comando técnico do ex-assistente Craig Shakeaspeare, que assumiu o time após o golpe que derrubou Claudio Ranieri.

No dia de ontem em jogo pela 32ª rodada da Premier League enfim foi derrotado pelo Everton, com duas viradas no placar, que terminou em 4x2 para o time da casa.

O jogo foi excelente, com muita intensidade e o retrato está no resultado do primeiro tempo, com cinco gols marcados, enquanto o Everton conseguiu a sua sétima vitória seguida como mandante.

Em toda a temporada só perdeu um jogo no seu estádio.

Enquanto isso o Manchester United sofreu para ganhar do lanterna Sunderland, embora o placar de 3x0 não tenha refletido a realidade. O jogo estava emperrado com o time do técnico mais caro do mundo José Mourinho, mostrando uma falta de qualidade técnica e tática.

Um belo gol de Ibrahimovic abriu o marcador, e no final do primeiro tempo a expulsão de Larssas atleta do lanterna, abriu espaço na segunda fase para a vitória do time vermelho.

Na realidade apesar das vultosas contratações, o técnico ainda não conseguiu colocar o time nos trilhos, e a cada jogo o futebol apresentado não passa do nível da mediocridade. É o quinto colocado na tabela de classificação com 15 pontos a menos do que o líder Chelsea.

Tanto dinheiro torrado para nada.

NOTA 2- UMA TARDE DE PENITÊNCIA

* O domingo do futebol brasileiro foi na realidade uma tarde de penitência, com os torcedores de joelhos sobre grãos de milho, rezado pela alma desse esporte.

Não conseguimos nos fixar em nenhum dos jogos que estavam sendo transmitidos. Suportamos o do Sport por 37 minutos, e desistimos. Nunca vimos dois times tão ruins, futebol sem qualidade, e um estádio vazio, entregue às moscas, com 616 testemunhas, e uma renda milionária de R$ 2.290,00. 

Assistir um jogo como esse, ouvindo as análises do comentarista empolgado, além do diálogo do narrador com o analista de arbitragem, provocam um estresse que faz mal ao organismo. Desistimos.

Descobrimos o resultado no pós jogo, que foi de 3x1 para o Sport. O rubro-negro escapou do Salgueiro, mas independente do resultado do ex-clássico das emoções não decidirá o segundo jogo da semifinal em casa.

Ficará no terceiro lugar.

Ficamos mudando de canal, e nos deparamos com o jogo Botafogo contra os reservas dos reservas do Fluminense. Não foi pior do que o do Arruda, mas também foi deprimente.

Também desistimos. Soubemos que o tricolor ganhou por 3x1, com a ajuda do árbitro amigo.

Mais um canal e nos deparamos com um jogo que teve exatamente 97 passes errados, 59 do Corinthians e 38 do Botafogo-SP. Não sabemos se foi pior do que os outros, mas o alvinegro paulista penou para ganhar de 1x0 para o adversário do interior. O público foi excelente, com o Itaquerão lotado, recebendo um péssimo futebol.

Desistimos, e fomos para a França, em Paris, com o Saint Germain dando uma goleada de 4x0 contra um time medíocre chamado de Guingamp.

Não aguentamos, e recorremos a um bom livro para terminar um domingo de penitência por conta de um futebol mequetrefe que está sendo jogado no Brasil.

Na verdade todos nós merecemos o que temos.

NOTA 3- O PALMEIRAS NÃO É UM BOM MODELO DE CLUBE

* O Palmeiras é o queridinho das mídias. A Crefisa é a heroína dos desenhos da Marvel.

Tem um famoso jornalista, torcedor fanático do alviverde que todos os dias escreve sobre o clube, e o seu grandioso elenco, considerando-o como favorito à conquista de tudo que disputar. Tem controvérsias.

Na realidade o Palmeiras está com um bom plantel para enfrentar as diversas competições, mas trata-se de uma situação provisória sem um futuro mais longo.

Com o apoio da patrocinadora que na verdade é quem manda em tudo, realizou vultosas contratações, mas vem desprezando as suas bases, que representa um bom futuro.

O interesse da dona da Crefisa é politico eleitoral, e caso não seja atendida nessa pretensão irá dar o adeus. Cedo ou tarde isso irá acontecer, repetindo a era da Parmalat, deixando o clube ao relento.

Temos a convicção de que o futuro do futebol voltará a ser ligado ao trabalho de formação, e nesse item, Fluminense, Corinthians e Santos dão um banho no alviverde de São Paulo, inclusive com investimentos altos nas suas bases.

O tricolor do Rio de Janeiro é o clube que vem apresentando o futebol mais moderno entre todos, graças ao número de atletas formados em Xerém, que  garantem uma folha salarial mais leve, possibilidades de negociações futuras, entre outros detalhes.

O Santos gasta por ano R$ 12 milhões na formação, o São Paulo, R$ 20 milhões. O time do Corinthians tem sempre entre quatro e seis jogadores das bases no time principal.

Temos a certeza de que esses não estão errados, e o futuro irá dar a resposta, caso não abandonem esse trabalho.

Enquanto endeusam o Palmeiras, nós ficamos com esses clubes, desde que formam o futuro do futebol.

NOTA 4- AS CASAS DE APOSTAS E O RISCO DE MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS

* O Brasil não conseguiu fiscalizar a roubalheira do Petrolão que envolveu todos os poderes da República, imagine o que poderá acontecer com as Casas de Apostas com partidas de quase todos os campeonatos.

Recebemos por email várias publicidades de tais estabelecimentos, a relação dos jogos, e os valores de premiação por cada real jogado.

O que mais estranhamos são alguns jogos escolhidos, de lugares bem distantes, inclusive com campeonatos de divisões inferiores.

A terceira divisão de São Paulo participa de forma ativa, fazendo parte da relação das apostas. O perigo de manipulação mora nos segmentos menores, desde que não existe a mínima fiscalização.

O Campeonato Catarinense teve recentemente um caso de tentativa de suborno, que foi denunciado pelo goleiro do Internacional de Lages, Neto Vulpi, inclusive com um Boletim de Ocorrência contra Fred Nelson de Oliveira Marques, presidente do Andraus, clube da 2ª Divisão Catarinense.

Segundo o atleta o cartola lhe ofereceu R$ 15 mil para levar dois gols no jogo contra o Joinville, que foi realizado no último sábado.

Tudo gravado em uma conversa pelo WhatsApp.

Embora não tenham ligado o assunto aos jogos esportivos, na realidade o número de gols é uma das apostas mais jogadas, e que paga muito bem.

Em um país corrompido como o nosso, com um futebol sem fiscalização de tudo pode acontecer.

NOTA 5- ESTAGNAÇÃO DO PÚBLICO

* Muito tem se falado sobre os estádios ociosos no futebol brasileiro.

Na verdade não é nenhuma novidade, desde que há anos tal fato vem acontecendo.

No futebol carioca, a maior média de público nos seus clássicos foi no ano de 2015, com 31.907 pagantes. A única exceção.

Em 2011 essa foi de 21.822, 2012 (15.365), 2013 (14.258), 2014 (16.285), 2016 (22.093) e 2017 (15.385).

Sem o ano de 2015, as demais médias fazem parte de uma constante, ou seja os estádios do Rio de Janeiro sempre foram ociosos.

Comentários   

0 #3 Problema de JuntaBeto Castro 10-04-2017 17:17
Depois de ler a dissertação minunciosa das bruxas celtas de Shakespeare, a penitência receitada pelo Papa Bórgia, o conto dos comedores de Xerém, os apostadores em corrida de cavalos, burros e mulas sem cabeça e a estagnação do pântano, entrei em profunda depressão. Tomei 5 comprimidos de valium e quatro de GHB, acompanhado com um suco de burundanga e uma dose cavalar de Rupinol e fui dormir. Antes que estupradores da Casa Mal-Assombrada me encontrassem desmaiado, tive um pesadelo tão FDP que estava numa guerra entre sírios de esquerda e de direita jogando gás sarin um nos outros para ver quem roubava mais e quem matava mais escravos de fome. Gritei, gritei e só me lembro dos mísseis americanos Tomahawk caindo em cima de orfanatos e creches lotadas de bebês incinerados. Só acordei uma semana depois quando me disseram que o representante do Maranhão no Torneio Bahia-Ceará era o Cordino de Barra do Corda. Ainda bem que a mulher chegou com 20 comprimidos de Engov e 30 de Luftal contra enjoo e flatulência para salvar a família. No pesadelo meu bisavô materno aparecia em chamas para me socorrer do monstro Naboteixomarinero, enquanto mais de um milhão de lagartixas, iguanas e tamanduás tentavam comer as formigas espalhadas pelo meu corpo. Minha tia-avó sempre me dizia na década de sessenta, foge deste hospício rapaz maluco, enquanto é tempo.
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0 #2 RE: NOTAS AVULSASblogdejj 10-04-2017 15:43
Citando Andre Angelo:
Há um ditado futebolístico que diz que "é nos grandes jogos que se destacam os grandes jogadores". Mas também há o reverso da moeda, pois é nos jogos ruins que se enxergam os péssimos jogadores.
Como o mandante do jogo era o Central, acho que a diretoria do time caruaruense, por uma questão de honestidade, deveria devolver o dinheiro dos ingressos e apresentar um pedido de desculpas aos torcedores que foram a campo e aos que assistiram pela televisão.
O time do Central entrou em campo buscando apenas uma coisa: não perder. E quem joga assim, todos sabem o que acontece.
A cada cinco minutos um jogador do Central caia em campo e pedia atendimento, no que era prontamente atendido pelo árbitro.
Era tão absurdo o cai-cai, que um jogador do Central, no 2º tempo, caiu na lateral, fora do campo, simulando contusão, e VOLTOU PARA DENTRO DO CAMPO apenas para paralisar o jogo! Foi quando o árbitro e o 4º árbitro IMPLORARAM que retornasse para fora, a fim de ser atendido. É o retrato da pobreza do futebol jogado no Brasil.
Quem assiste a um jogo do campeonato inglês ou do campeonato espanhol pensa que está vendo outro esporte, tal a intensidade do jogo, tal a busca pelo gol, tal o tempo de bola rolando, justamente porque o cai-cai e a cera são abominados na Europa; porque a malandragem é vista (corretamente) como desonra e desonestidade, e não como esperteza.
Se é assim que os jogadores do Central imaginam que irão fazer uma boa campanha na Série D, podem esquecer esse sonho.
Quanto ao Sport, também deu uma boa contribuição para a péssima qualidade do jogo, haja vista o enorme número de passes errados e a mínima falta de criatividade. Não havia um jogador capaz de dar uma assistência em campo.
Mais uma vez, ficou claro que o time não tem um meia de armação. Só temos Diego Souza. E quando ele estiver suspenso, machucado ou servindo à seleção, quem vai armar o time: Everton Felipe? Ronaldo? Rodrigo? Durval? Pensem nisso, Srs. dirigentes!
O jogo também serviu para mostrar que precisamos de zagueiros melhores, pois M. Ferraz e Henriquez estão bem abaixo do nível técnico da zaga titular. Infelizmente, ambos têm contrato longo com o Sport e sabemos como é caro dispensar um jogador ruim antes do final do contrato.
O lateral esquerdo Evandro não está pronto para jogar uma Série A. Além de não apoiar bem, tem uma enorme PREGUIÇA para marcar. A maioria das jogadas do Central no 1º tempo ocorriam pelo lado dele porque ele não acompanhava as jogadas até a linha de fundo. E ele falha claramente no gol sofrido, pois deixou de tomar a frente do jogador que fez o gol do Central. Tem de aprender ao menos a marcar para jogar uma Série A.
Quanto ao ataque, mostrou que Leandro Pereira é muito limitado e que Paulo Henrique está mais para piada do que para aposta.
O Sport precisará de um atacante goleador e de velocidade para ser reserva de Rogério, pois não temos ninguém com essas características no elenco.
Enfim, num jogo que só um time tinha pretensão de vitória, e em que ambos não jogaram nada que fosse parecido com futebol profissional, a única coisa positiva foi deixar mais claro que o Sport precisa qualificar o elenco, sobretudo na lateral esquerda, na "cabeça de área", de um meia de armação e no ataque, pois não temos banco de reservas para enfrentar a maratona da Série A.


Prezado Andre:
Um texto muito bom. Parabéns.
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0 #1 Nota 2Andre Angelo 10-04-2017 10:25
Há um ditado futebolístico que diz que "é nos grandes jogos que se destacam os grandes jogadores". Mas também há o reverso da moeda, pois é nos jogos ruins que se enxergam os péssimos jogadores.
Como o mandante do jogo era o Central, acho que a diretoria do time caruaruense, por uma questão de honestidade, deveria devolver o dinheiro dos ingressos e apresentar um pedido de desculpas aos torcedores que foram a campo e aos que assistiram pela televisão.
O time do Central entrou em campo buscando apenas uma coisa: não perder. E quem joga assim, todos sabem o que acontece.
A cada cinco minutos um jogador do Central caia em campo e pedia atendimento, no que era prontamente atendido pelo árbitro.
Era tão absurdo o cai-cai, que um jogador do Central, no 2º tempo, caiu na lateral, fora do campo, simulando contusão, e VOLTOU PARA DENTRO DO CAMPO apenas para paralisar o jogo! Foi quando o árbitro e o 4º árbitro IMPLORARAM que retornasse para fora, a fim de ser atendido. É o retrato da pobreza do futebol jogado no Brasil.
Quem assiste a um jogo do campeonato inglês ou do campeonato espanhol pensa que está vendo outro esporte, tal a intensidade do jogo, tal a busca pelo gol, tal o tempo de bola rolando, justamente porque o cai-cai e a cera são abominados na Europa; porque a malandragem é vista (corretamente) como desonra e desonestidade, e não como esperteza.
Se é assim que os jogadores do Central imaginam que irão fazer uma boa campanha na Série D, podem esquecer esse sonho.
Quanto ao Sport, também deu uma boa contribuição para a péssima qualidade do jogo, haja vista o enorme número de passes errados e a mínima falta de criatividade. Não havia um jogador capaz de dar uma assistência em campo.
Mais uma vez, ficou claro que o time não tem um meia de armação. Só temos Diego Souza. E quando ele estiver suspenso, machucado ou servindo à seleção, quem vai armar o time: Everton Felipe? Ronaldo? Rodrigo? Durval? Pensem nisso, Srs. dirigentes!
O jogo também serviu para mostrar que precisamos de zagueiros melhores, pois M. Ferraz e Henriquez estão bem abaixo do nível técnico da zaga titular. Infelizmente, ambos têm contrato longo com o Sport e sabemos como é caro dispensar um jogador ruim antes do final do contrato.
O lateral esquerdo Evandro não está pronto para jogar uma Série A. Além de não apoiar bem, tem uma enorme PREGUIÇA para marcar. A maioria das jogadas do Central no 1º tempo ocorriam pelo lado dele porque ele não acompanhava as jogadas até a linha de fundo. E ele falha claramente no gol sofrido, pois deixou de tomar a frente do jogador que fez o gol do Central. Tem de aprender ao menos a marcar para jogar uma Série A.
Quanto ao ataque, mostrou que Leandro Pereira é muito limitado e que Paulo Henrique está mais para piada do que para aposta.
O Sport precisará de um atacante goleador e de velocidade para ser reserva de Rogério, pois não temos ninguém com essas características no elenco.
Enfim, num jogo que só um time tinha pretensão de vitória, e em que ambos não jogaram nada que fosse parecido com futebol profissional, a única coisa positiva foi deixar mais claro que o Sport precisa qualificar o elenco, sobretudo na lateral esquerda, na "cabeça de área", de um meia de armação e no ataque, pois não temos banco de reservas para enfrentar a maratona da Série A.
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