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Escrito por José Joaquim

O escritor e apresentador da TV Jô Soares em uma entrevista ao Bate Bola da Espn-Brasil, afirmou que o futebol brasileiro perdeu a qualidade e para quem gosta desse esporte como ele, a salvação vem da Europa com seus bons campeonatos. 

Na verdade nenhuma novidade, desde que há muito tempo nós escrevemos sobre o tema, por conta da decadência que tomou conta de nossos estádios.

Existe uma acomodação dos nossos torcedores, que não reagem contra o status quo dominante, e responsável pela frase desse intelectual que pensa, bem diferente de muitos que andam pelo Brasil afora assinando manifestos.

Pedir uma reação aos cartolas é algo totalmente sem nexo, desde que esses fazem parte do modelo existente e se contentam com a miséria.

Pensam como o povo Nordestino, que apoia aqueles que destruíram o país, por conta da corrupção.

Os clubes brasileiros tem que ter a consciência e tomar a iniciativa para que possa ser modificado esse sistema arcaico e apodrecido.

Sem eles certamente não haveria campeonato, não teria seleção, não teria nada. Competição sem o Circo, sem Federações poderia acontecer, mas sem clubes tal fato seria impossível.

O sistema está centrado na entidade maior, de forma invertida, desde que a sua base é formada pelas agremiações, que foram enfraquecidas, enquanto esse órgão que comanda o futebol fica cada vez mais rico.

Estamos vivendo um período de longa seca, maior do que a do Nordeste, refletindo nos clubes, que enfraqueceram, levando de roldão as suas competições que se tornaram medíocres.

Os patrocínios são carreados para a seleção do Circo, enquanto os clubes penam e são sustentados pelas cotas da televisão e o apoio da Caixa Econômica. Não existe um flexibilização de receitas, que são da maior valia para os seus desenvolvimentos.

Segundo o balanço da entidade maior encerrado em dezembro de 2016, o seu faturamento foi de R$ 647 milhões, com um aumento de 16% em relação ao ano anterior.

Os patrocínios somaram R$ 411 milhões. Na realidade não é o Circo que está sendo patrocinado, e sim a seleção que é formada por jogadores dos clubes que não tem uma única contrapartida. Algo está errado.

Existe um debate que persiste até hoje, sobre quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Transportando-o para o futebol, poderíamos perguntar se a CBF nasceu antes dos clubes, ou o contrário.

Obvio que a resposta seria mais simples, desde que sem a presença dessas agremiações, não teriamos as Federações e como consequência o Circo.

Segundo o especialista em gestão esportiva, Amir Somoggi, no período de uma década, os lucros da mentora do futebol brasileiro somaram R$ 549 milhões.

Uma entidade milionária, e os clubes continuam pendurados em empréstimos, receitas antecipadas para que possam sobreviver. Se não tivessem a ajuda governamental com o refinanciamento dos seus débitos já estavam falidos.

Somoggi fez uma excelente comparação com relação aos patrocínios, quando o Palmeiras que tem a maior receita desse segmento, com um contrato estranho, faturou R$ 91 milhões, enquanto o Flamengo R$ 65 milhões. Os outros estão em um patamar mais abaixo.

O mais afrontoso é o Caixa do Circo. É sem dúvidas imoral, com R$ 245 milhões, enquanto aqueles que fazem o futebol de verdade não tem dinheiro para pagamento dos salários de seus profissionais.

Na realidade os clubes são culpados pelo descaso que o futebol brasileiro é tratado por sua entidade maior, quando concordam com a realização dos falidos estaduais, um presente que é concedido por essa as suas Federações, afundando-se em débitos.

Um outro número do balanço é constrangedor, quando a entidade apresenta gastos de R$ 67 milhões com as Divisões Nacionais, e joga pela janela R$ 175 milhões com a despesas administrativas e pessoal, sem falar nos R$ 26 milhões em mesadas para as entidades estaduais.

Para que tanto dinheiro em caixa, enquanto o futebol agoniza. Poderiam ser aplicados na melhora da arbitragem, em projetos de base, e sobretudo na perenização dos clubes com uma nova Série Nacional.

Sem uma revolução nada irá se modificar, os clubes continuarão pobres, enquanto a madastra da Barra da Tijuca enche as suas burras com os recursos que lhes pertencem, pois são esses responsáveis por tudo que acontece em nosso futebol.

Lamentável, e mais um quadro do real Brasil, que hoje já tem 34% dos seus habitantes com vergonha de ser brasileiro, fato esse que nunca tinha sido visto em nossa história.

Somos de uma geração que sempre teve orgulho do país, e hoje assistimos a sua degradação graças aos bandidos que o assaltaram.

Comentários   

0 #4 RE: SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOLguilardo 03-05-2017 12:36
Caro JJ- Parabenizo o Beto pelas suas perfeitas colocações, ideias que deveriam ser levadas em consideração. Aprendessem com os artigos do editor, como por exemplo, este que termina com a frase emblemática : " HOJE ASSISTIMOS A DEGRADAÇÃO GRAÇAS AOS BANDIDOS QUE O ASSALTARAM" . O Brasil acordou perplexo, mas tão somente aqueles que não conhecem as entranhas do poder. Explico. Como poderiam votar a favor do povo, da moralidade e da honestidade, ministros que são devedores do sistema espúrio. Veja o Toffoli, que foi empregado de Zé Dirceu e menino de recado de Lula; Lewandovski, que assumiu a vaga no STF a partir de um amigo, dono de restaurante onde almoçava, que por sua vez era muito amigo de Lula, e um dia lhe disse, "que faria dele, o cliente, ministro do STF". Falou com Lula e fez. E Gilmar, cuja mulher trabalha no escritório dos advogados que defenderam , neste recente julgamento, o milionário falido Eike Batista. Pois bem, se o STF atua contra a nação, o que esperar do restante dos segmentos ? É triste aceitar que já não temos esperanças. O exemplo da Venezuela não fez cair a ficha desses bandidos. O Foro de São Paulo, que propunha levar o Brasil ao " Bolivarianismo", tal qual a venezuela, certamente voltará quando todos esses bandidos forem soltos pelo STF. Vitória para Lula, Dilma, Zé Dirceu, vaccari, Palocci e o resto da corja, que devem estar a dar risadas do povo brasileiro. Voltarão com mais ímpeto para roubar, mentir e levar o resto da economia ao patamar do que acontece na Venezuela, onde o povo da classe média, que paga os impostos, divide os restos das latas de lixo com os cães. É isso que caberá a nós todos, num futuro não longínquo. Triste país que gerou das suas entranhas " filhos" dessa espécie, rebotalhos humanos, cuja risada teatral de Zé Dirceu, hoje na imprensa( foto antiga) representa a realidade dessa nação. Temos ainda, em última análise, o que a Venezuela não teve. Forças Armadas que não comungam com essa situação. Infelizmente iremos regredir décadas, à procura de novos culpados pelo iminente regime de força, que por certo se implantará no País. Não falo hoje sobre futebol, porque estou amargurado, sem poder ver os focinhos desse beócios ministros de faz de conta.
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0 #3 RE: SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOLPLINIO ANDRADE 03-05-2017 11:03
JJ: Concordo com tudo que está escrito, e estou entre aqueles que estão sendo salvos pelos campeonatos europeus. O de ontem entre o Real Madrid e Atlético Madrid foi sensacional. Quanto a CBF a culpa é dos clubes cujos dirigentes são covardes e não tem coragem de enfrentar uma entidade apodrecida em suas raízes. Parabéns pelo artigo, o que aliás é uma das poucas coisas boas que temos em nosso estado.
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0 #2 RE: SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOLANTONIO CORREIA 03-05-2017 10:58
JJ: UM ARTIGO QUE MOSTRA AS DIFERENÇAS EXISTENTES NO BRASIL. OS CLUBES VIVEM DE PIRES NAS MÃOS, PERNAMBUCO É UM EXEMPLO, E A ENTIDADE MAIOR GASTA QUASE R$ 200 MILHÕES COM ADMINISTRAÇÃO E FEDERAÇÕES. E COM O AGRAVANTE TODOS FICAM CALADOS.
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0 #1 Inovar sim, macaquear nãoBeto Castro 03-05-2017 09:33
Falar em copiar os sistemas europeus pelos cotovelos e de modo reflexo como um mico leão dourado, de nada serve, sem que se forneça como isto seria realizado. Temos que inovar respeitando a nossa cultura futebolística e nosso potencial econômico, demográfico e territorial, pois as diferenças entre a Comunidade Europeia e o Brasil são imensas. Apresento a seguir a solução científica para que se resgate o nosso futebol da pasmaceira das doze tribos:
"Por mais recursos para os nossos clubes e federações."

Por Roberto C. Limeira de Castro*

Fico pasmo e atônito em perceber que os nossos dirigentes de clubes e entidades diretivas são avessos em receber preciosos recursos de R$ bilhões a partir de suas estruturas básicas.

Somos um país continental com as mesmas características da Comunidade Europeia de Nacões com 27 federações estaduais agregadas a uma Confederação Subcontinental.

Pois bem, para que pudéssemos usufruir de todas as nossas potencialidades econômico-financeiras no futebol, tínhamos que organizar o nosso calendário seguindo o modelo europeu.

E como seria isto?

Simples e comezinho como uma receita de bolo.

O Calendário Nacional de Futebol começaria com os nossos 8 torneios regionais, como forma de nos igualarmos a 8 países europeus de grande porte ou de quaisquer continentes, Sul-Americano, Europeu, Africano, Asiático ou da Oceania.

Seriam os seguintes os nossos países imaginários potenciais, evidentemente, mantendo a nossa unidade nacional.
1. Copa Sul (exclusiva) - RS-SC-PR
2. Copa São Paulo - SP
3. Copa Leste - RJ-ES
4. Copa Minas Gerais - MG
5. Copa do Nordeste Oriental - CE-RN-PB-PE-AL-SE-BA
6. Copa do Meio Norte - MA-PI-PA-AP
7. Copa da Amazônia Ocidental - AM-RO-AC-RR
8. Copa do Centro-Oeste - DF-GO-TO-MT-MS

Esta seria a primeira fonte de recursos em grande escala, tanto de TV, quanto de arrecadações nos estádios e publicidade. A atual Copa do Nordeste com 32 clubes de apenas 7 estados serviria de modelo para os demais certames regionais.

Estes torneios já testados e sensacionais iriam de janeiro à maio de cada ano.

Os meses de junho e julho seriam dedicados à nossa Liga dos Campeões do Brasil ao estilo da atual "Champions League", reunindo os 8 primeiros colocados do Brasileirão Série A e os 8 campeões regionais. O modelo de disputa seria o mesmo da antiga Copa dos Campeões no sistema de 2002, ou seja 16 clubes divididos em 4 sedes escolhidas com quatro clubes cada. Acredito que não haja dúvida de que a Copa dos Campeões da Europa é um modelo vitorioso com direito inclusive a um Hino Sinfônico e muitos R$ milhões.
Um segundo torneio subcontinental ao estilo da Copa da Uefa seria jogado no mesmo sistema da Copa dos Campeões em paralelo, com os 8 melhores colocados seguintes do Brasileirão Série A e os 8 vice-campeões regionais. Esse torneio B seria chamado de Copa Sul-Americana Brasil, como sugestão, ou outro nome qualquer como Copa Tiradentes, Copa Dom Pedro I, em referência aos nossos libertadores.

A partir de primeiro de agosto até o final de novembro seriam jogadas as cinco divisões do certame brasileiro, todos negociados num único pacote com um "pool" de redes de TV cujo montante total (carne e osso) seria alocado a um Fundo Único para o Desenvolvimento do Futebol - Fundebol e distribuído com base no ranqueamento das Federações, que é o sistema mais justo de distribuição de recursos. Cada um no seu patamar de desenvolvimento.

Estes certames nacionais seriam organizados em grupos expandidos (32-48-64-128 e 256), subdivididos em grupos menores ao estilo série C atual, para redução das datas ao longo do ano.

O período de 1 a 20 de dezembro seria reservado às finais dos certames estaduais de centenárias tradições no intuito de reforçar e solidificar as rivalidades estaduais. Estes torneio seriam de tiro curtíssimo, de preferência em sistema de mata-matas eliminatórios de um, dois ou playoffs de 3 jogos, reunindo os clubes âncoras de massa dos torneios regionais Série A com os campeões e vice-campeões das Séries B regionais. Seria uma fonte rápida e fulminante de recursos com estádios cheios, TV e verbas de fomento dos Estados e Prefeituras.

Teria que se arranjar datas de 45 dias no calendário nacional para a realização do torneio correspondente à Eurocopa, reunindo as nossas seleções estaduais nativas como fonte de R$ bilhões em recursos de TV, arrecadações e publicidade. Este torneio poderia ser jogado numa das 8 regiões futebolísticas acima citadas. O objetivo seria o de capitalizar ainda mais os clubes e federações estaduais, valorizar vertiginosamente os 594 atletas convocados e atrair milhões de torcedores em velhas e novas arenas que ficariam completamente lotadas.

Pronto! o calendário está pronto com o triplo de recursos atuais para todos os clubes e federações do Brasil.

Ainda nos restam as Copas Libertadores da América e Sul-Americana, cujas disputas ainda mais intensas seriam jogada com apenas 4 ou 8 melhores colocados de nossos torneios Subcontinentais e outro mesmo tanto de clubes paritários da América Espanhola.

Estes torneios sul-americanos seriam jogados em paralelo com os torneios regionais em datas alternativas especiais nos meios de semana, como é atualmente ou no segundo semestre no mesmo esquema.

A exemplo de nossas Copas Regionais no primeiro semestre, os países sul-americanos de língua espanhola realizariam os seus torneios nacionais de janeiro a maio no mesmo estilo dos nossos regionais. Em junho e julho também realizariam a sua Liga dos Campeões e Copa da Conmebol para a escolha de 4 ou 8 finalistas.

O Brasil não é um país comum, mas uma Confederação portentosa com 27 federações e metade do PIB, do território e da população continental e como tal tem que ser tratada pela Conbmebol e pela Fifa, em termos econômicos, demográficos e territoriais.

A distribuição dos R$ bilhões arrecadados das taxas televisivas seria feita com base no ranqueamento das federações conforme já mencionado, as quais repassariam aos seus clubes filiados com base, também, nas suas pontuações do ranqueamento nacional, ficando com 10% do total para financiar as suas atividades operacionais, inclusive dispensando as tradicionais taxas sobre arrecadações, arbitragens e outras cobranças. Isto seria uma grande desoneração dos clubes.

Por outro lado, a CBF teria direito a 10% do montante global arrecadado em seu calendário nacional em todos certames, torneios, copas, campeonatos de clubes e seleções.

Todos os valores arrecadados pela Seleção Brasileira em termos de TV, publicidade, jogos e copas seguiriam o mesmo sistema dos recursos alocados ao Fundebol, sempre 10% para a CBF, 10% para as Federações estaduais e 80% para os clubes que são a essência da instituição.

Parem de ser ingênuos e atoleimados e vão ganhar dinheiro magote de vaidosos e não científicos. Nosso caso é o único na orbe terrestre em que humanos desumanos odeiam ganhar dinheiro, porque preferem métodos transversais e nãos transparentes.

* O autor é pesquisador do sistema federal de futebol como ex-atleta e ex-dirigente de vários clubes profissionais e entidades diretivas.
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