* Dos quatro jogos iniciais pela Série B, dois foram realizados de portões fechados, o do Guarani x Brasil de Pelotas, e Náutico x América-MG, por conta de punições aplicadas pela Justiça Desportiva.
Trata-se de algo que deveria ser repensado, desde que um jogo sem torcedor nas arquibancadas é como uma missa sem fiéis.
Com relação as partidas realizadas, os torcedores terão que se acostumar com o baixo nível da qualidade técnica, mas essa é a realidade do nosso futebol. Por outro lado essas foram bem disputadas.
O único jogo que terminou empatado foi o realizado na Arena Pernambuco (0x0) entre o Náutico x América MG, onde o time mineiro foi bem melhor, mas os dois goleiros que atuaram pelo alvirrubro não tiveram o menor trabalho, já que a bola ficava na troca de passes e nenhum chute ao gol.
O empate para o Náutico foi um presente do céu.
Em Campinas, o Guarani em seu retorno a Série B teve uma boa vitória por 2x0 sobre o Brasil de Pelotas.
O CRB venceu de forma justa o Ceará por 1x0, e o Juventude de virada ganhou do Luverdense por 2x1.
O time do interior gaúcho contratou 12 jogadores com o sonho de voltar a Série A de onde saiu em 2007, após 13 anos seguidos de participação.
Um começo bem razoável, com 3 vitórias e apenas um empate, numa demonstração que a competição será bem equilibrada.
NOTA 2- A GEOGRAFIA DA SÉRIE B
* Desde o ano de 2001 que o Sudeste não tinha 7 clubes na Série B Nacional, fato esse que irá ajudar o Internacional em suas locomoções pelas proximidades com os adversários, e sacrificar em especial os clubes Nordestinos.
Essa região terá o maior número de participantes. Serão três gaúchos (Internacional, Brasil de Pelotas e Juventude), dois de Santa Catarina (Figueirense e Criciúma), e dois do Paraná (Londrina e Paraná).
A segunda região mais representada é a do Nordeste, com cinco clubes (Náutico, ABC, Ceará, Santa Cruz e CRB).
No Sudeste serão quatro representantes (América-MG, BOA, Guarani e Oeste), enquanto o Centro Oeste terá três equipes na competição (Goiás, Vila Nova e Luverdense).
O cavaleiro solitário vem da Região Norte, com a presença do Paysandu.
Somando-se os clubes do Sul e Sudeste, essas regiões terão uma representação de 55%, (35% do Sul e 20% do Sudeste), contra 25% do Nordeste, 15% do Centro-Oeste, e 5% do Norte.
O Mapa está bem desenhado, e nunca na história dos pontos corridos tivemos uma Série B com a cara de Série B como essa, com a exceção do Internacional.
NOTA 3- A ESTREIA DO SANTA CRUZ
* Nesse sábado teremos a continuidade da primeira rodada do Brasileiro da Série B, com a realização de seis partidas, entre essas a do Criciúma x Santa Cruz.
O tricolor terá um jogo difícil em sua estreia, desde que o time catarinense é um dos cotados ao retorno a Série A Nacional, e jogando em casa as condições para uma vitória são bem maiores.
O time do Arruda ainda não mostrou algo que possa dar a confiança ao seu torcedor, e por conta disso fica bem difícil um prognóstico sobre a sua atuação.
Como o fator mando é importante, o Criciúma tem 50% de chances de vitória, o tricolor do Arruda, 25%, e o empate 25%.
Agora só nos resta esperar.
NOTA 4- O MOMENTO IDEAL PARA A RESTAURAÇÃO DO NÁUTICO
* Embora não tenhamos sido convocado para tal, mas como gostamos do futebol de Pernambuco, apesar de sua entidade, iremos ousar dando um recado para os dirigentes alvirrubros.
A fuga dos jogadores como vem acontecendo será salutar para o clube, caso a sua diretoria queira enfrentar um programa para a sua restauração.
Não existe a menor saída para o clube da Rosa e Silva se não estiver atrelada a uma contenção de despesas e o aproveitamento dos jogadores de suas bases no time titular. Não se pode gastar mais do que o orçamento apresenta.
Se o clube tiver uma receita de ¨x¨ não pode gastar ¨xx¨. Um fato obvio no sistema econômico.
Um projeto de longo prazo, com a conscientização dos associados e torcedores, poderá resolver o problema financeiro do clube. Uma folha salarial dentro da realidade, com o pagamento em dia transforma um elenco, desde que com exceção do Internacional, não existe nenhum bicho papão na Série B. Todos os participantes tem a mesma cara.
Lembramos que existem hoje pelo menos seis mil atletas desempregados, e entre esses alguns com qualidade que não estão sendo aproveitados por conta de um mercado reduzido de 128 clubes.
Com uma lupa o Náutico poderá trazer alguns desses para compor o elenco, com um custo baixo, e com a possibilidade de um bom retorno.
O clube não pode e não deve assumir encargos além da capacidade de suas pernas, e se for implantado um limite para os seus gastos, aos poucos as dividas irão sendo reduzidas, a atuação no campo irá melhorar.
Não se deve fazer promessas para os torcedores que o acesso no final do ano irá chegar, e sim falar a verdade de que o trabalho que está sendo realizado visa o futuro e que necessita o apoio de todos.
Salários em dia é a mola propulsora de um caminho bem melhor. Essa história de ¨queremos jogador¨ é coisa de um passado remoto, que ajudou o clube a ingressar nessa rota tortuosa.
Pelo que estamos sentindo a diretoria alvirrubra está com tal pensamento, e deve seguir em frente, com a certeza de que o futuro será mais promissor.
O Náutico está no momento do tudo ou nada, e deve optar pelo bom senso.
Um conselho de quem viveu momentos difíceis em um clube esportivo e que ajudou-o com um projeto de transformação que o sustenta até hoje.
Coragem e bolsos fechados são palavras chaves.
NOTA 5- CENAS COSNTRANGEDORAS
* Não foi a primeira vez, e certamente não será a última, um fato que aconteceu no pós jogo após a eliminação do São Paulo da Copa Sul-Americana, com um bate boca grotesco entre Edmundo e Paulo Vinicius Coelho.
O ex-jogador não gostou de ter a sua opinião contestada pelo jornalista, e de forma grosseira afirmou que todos estavam contra ele e à favor desse.
Edmundo deu uma interpretação sobre uma resposta dada pelo diretor do São Paulo em uma entrevista coletiva sobre Rogerio Ceni, enquanto o jornalista dava uma outra.
O ex-jogador não gostou e só faltou chegar a uma agressão física. Tudo isso ao vivo e a cores.
Paulo Vinicius foi educado ao pedir desculpas, mas o seu desafeto continuou esperneando.
Quem paga para assistir um jogo pela TV fechada não pode aprovar procedimentos como esse, e se a Fox tiver pelo menos um mínimo de respeito deveria demitir Edmundo, na certeza de que não perderia nada.
Esse como comentarista além de ofender o português, é um desastre total.
Não existe saída isolada para nenhum clube do Brasil. O futebol brasileiro é um navio que soçobra no naufrágio do egocentrismo e na cultura do engessamento. Nem para os clubes açambarcadores haverá saída fora do coletivo da comunidade. Não existe o todo sem as partes. A filosofia da exclusão leva todos à bancarrota minguante. O desenvolvimento pressupõe a contínua expansão participativa. Há 23 anos quando a Copa do Nordeste foi criada o número de participantes já era pequeno com 16 clubes. Já naquela época o certo era ter iniciado com 24 clubes que era a proposta inicial da FPF-PE. Cidades como Sobral, Juazeiro do Norte, Mossoró, Ceará Mirim, Campina Grande, Souza, Cajazeiras, Caruaru, Salgueiro, Arapiraca, Itabaiana, Vitória da Conquista, Feira de Santana e outras se tornaram verdadeiras metrópoles e as Capitais explodiram em crescimento. Foram ainda acrescidos clubes de mais dois estados em desenvolvimento acelerado. E o que os cegos de guia fizeram? Mantiveram o mesmo número de participantes em 16 reduzindo o mercado de torcedores de 50 para pouco mais de 20 milhões de um universo de 50 milhões. Ora, isto é um verdadeiro suicídio coletivo que esvaziará a cada ano a motivação e o entusiasmo da maioria dos torcedores da região. A exemplo da organização do Enfadonhão, do Bancarrotão e do Carcomidão, com apenas 20 clubes cada, a Copa do Nordeste tende ao desaparecimento. Não haverá qualquer futuro para o Brasil e para o futebol com o aproveitamento de apenas 10 ou 15% de suas potencialidades econômicas. A manutenção do atual modelo de concentração de renda levará o nosso país ao esgarçamento do tecido social e a um conflito fratricida apocalíptico, porquanto vai na contra corrente do crescimento populacional e do nosso colosso territorial. Não precisamos da volta da escravidão, da retirada de direitos, da desesperança de gerações sem o estado do bem-estar social, da destruição da democracia, da república, do pacto federativo e do favorecimento do centralismo desagregador. Nossa sorte é que a ideologia do capitalismo selvagem, colonial, tardio e proxeneta dos senhores de escravos logo passará com os passamentos dos mortos caminhantes. As conquistas da sociedade não caminham de ré em direção ao tempo passado, mas na direção do progresso e do desenvolvimento.
JJ: Sou alvirrubro antigo. O que você escreveu é a pura realidade. Os dirigentes do Náutico poderiam deixar a vaidade de lado e convida-lo para uma conversa sobre o tema. Em Pernambuco não existe alguém que conheça de gestão esportiva como o amigo, e que apesar de rubro-negro definido é respeitado por todos os clubes.
0#2RE: NOTAS AVULSAS —
ANTONIO CORREIA13-05-2017 09:46
JJ: SOBRE O NÁUTICO, CONCORDO COM A SUA SUGESTÃO. SE O CLUBE INSISTIR EM VIVER FORA DOS SEUS PADRÕES IRÁ APROFUNDAR O POÇO EM QUE ESTÁ METIDO. PARECE QUE A DIRETORIA ABRIU OS OLHOS E PELO QUE ESTOU ASSISTINDO ESTÁ COM OS PÉS NO CHÃO.
Comentários
Prezado Guilardo: O amigo complementou o artigo.
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