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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A MÃO QUE AFAGA É A MESMA QUE APEDREJA

* ¨A mão que afaga é a mesma que apedreja¨, é um dos ditados mais antigos entre os milhares que existem em nosso Brasil, e que tem no futebol o maior exemplo.

O torcedor é volátil, um dia aplaude, no outro vaia. Festeja a vitória do seu time, e um tropeço mais adiante torna-se um crítico ferrenho.

Tivemos um exemplo no dia de ontem no retorno do Flamengo após a sua eliminação da Copa Libertadores, quando os seus torcedores foram ao aeroporto protestar, o fizeram de forma agressiva, e tendo como vitima maior o treinador Zé Ricardo.

Esses mesmos personagens no embarque da equipe para a Argentina, lá estavam fazendo uma festa, da mesma forma quando da conquista do titulo carioca. 

O técnico era um herói, o melhor do mundo, o presidente Bandeira que foi agredido verbalmente era o melhor gestor do nosso futebol.

O jornalismo esportivo que considerava o rubro-negro favorito, esquecendo que esse iria enfrentar uma equipe tradicional que vinha de evolução e que pela lógica do futebol poderia sair vencedor, no outro dia estava tecendo criticas fortes, inclusive achando que houve covardia na maneira de jogar, culpando o treinador.

O futebol é passional ao extremo, e um dia tudo são flores, no outro espinhos.

Respeitamos o torcedor do futebol que é a parte principal do sistema, mas no contexto o seu comportamental não representa muito, desde que é  movido pela paixão, deixando sempre a razão em casa.

Acreditamos que os dirigentes do clube da Gávea não irão cair no conto da sereia e demitir o seu treinador.

Seria um retrocesso.

NOTA 2- O FRACASSO DE PÚBLICO DA COPA VERDE

* O Luverdense ao derrotar o Paysandu sagrou-se pela primeira vez Campeão da Copa Verde. Com méritos desde que foi o de melhor campanha.

Apesar dessa novidade, a competição teve uma queda de público anormal, quando os seus 34 jogos fecharam com 86.925 torcedores presentes aos estádios, com uma média por jogo de 2.716.

Entre as 34 partidas realizadas na competição, dez dessas não conseguiram superar a casa dos 100 pagantes. O encontro entre o Rio Branco e Luverdense, teve a presença de 70 testemunhas.

O maior público, e isso sempre acontece, foi o do primeiro jogo da final, entre o campeão e o Paysandu realizado no Mangueirão, que recebeu 26.653 torcedores. 

No jogo da volta na Arena Pantanal, o público pagante foi de 1.859 torcedores.

A queda de público nessa competição vem se acentuando ano após ano, como um recado do torcedor de que não está abraçando-a como deveria.

Em 2014 a média de 5.427 pagantes, em 2015, a Copa Verde recebeu 4.351 torcedores por jogo, e em 2016, 4.178 e nessa temporada caiu de forma vertiginosa para 2.716.

Para que se tenha uma ideia exata do problema, o campeão Luverdense teve uma média em seus jogos de 888 gatos pingados.

Trata-se de uma boa competição que serve para movimentar duas regiões sacrificadas no futebol brasileiro e que necessita de um maior incentivo.

NOTA 3- A SÍNDROME DO REBAIXADO

* O Internacional é um clube privilegiado. Foi rebaixado e continua recebendo a mesma cota como estivesse na Série A.

Isso cria uma disparidade entre os competidores.

Por outro lado o Goiás, que estará mais uma vez na Série B, tem direito aos mesmos valores de um clube da maior divisão.

Poderia ser justo mas não é, e quando sentimos a situação do Santa Cruz, Figueirense e América-MG que irão receber apenas 6,4 milhões no ano de 2017, graças a um pedido que foi atendido pela Rede Globo, ficamos certos que o sistema é falho. 

Os demais participantes receberão R$ 5 milhões.

Na competição anterior os três clubes receberam da televisão um pouco mais de R$ 25 milhões, que fizeram parte dos seus orçamentos.

De repente no ano seguinte por conta da gangorra irão receber apenas 1/4 do valor anterior.

O balanço do Figueirense mostra contas à  pagar de curto prazo no valor de R$ 22 milhões, o que torna a sua situação insustentável.

Os rebaixados tem que reduzir os custos dos seus elencos para que possam competir, e se por acaso voltarem a subir não terão a devida estrutura para a permanência, iniciando o processo da gangorra.

No futebol inglês os clubes que são degolados tem uma salvaguarda financeira, para que possa ser reduzido a debacle financeira.

Tal modelo poderia ser estudado pelo futebol nacional, desde que vem dando certo em um país onde o futebol é tratado como um produto da maior valia.

NOTA 4- A DURA VIDA DO PARANÁ

* O Paraná vem mostrando sinais de recuperação, mas continua com dificuldades financeiras.

Com o cancelamento do leilão da Sub-Sede do Boqueirão cujo comprador passou dois cheques sem fundos, a situação do clube agravou-se, e por conta disso vendeu o seu jogo pela Copa do Brasil contra o Atlético-MG para um empresário, que o levará para o Couto Pereira.

O clube paranista tem R$ 8,3 milhões penhorados por conta de cobranças judiciais, sendo R$ 3,3 milhões  das cotas da Copa do Brasil, e R$ 5 milhões daa cota dos direitos de transmissão da Série B.

O que manteve os salários em dia foram as receitas provenientes do televisionamento do campeonato estadual, as cotas da Primeira Liga, bilheteria e arrecadação social.

A fonte secou e a partir de junho a situação tende a piorar. A de maio será paga com o dinheiro da venda do jogo.

Na verdade trata-se da vida dura de um clube que já foi dono do maior patrimônio do Brasil, inclusive com três estádios de futebol.

São coisas de gestões desastradas e do modelo autofágico do futebol brasileiro.

Comentários   

0 #1 Galinheiro Reservado para as RaposasBeto Castro 19-05-2017 10:21
Sem ajuda dos governos estaduais e das prefeituras locais, os clubes das série C e D não sobreviveriam à iniquidade do futebol nacional. Os campeonatos estaduais dos estados esmagados não existiriam sem os subsídios governamentais. Em resumo, o poder público financia a existência das doze quadrilhas organizadas e as suas ramificações do poleiro debaixo das galinhas devoradas pelas raposas gulosas. Os grandes clubes de Pernambuco não apadrinhados, bem como, o Paraná Clube e todos que sancionam esta roubalheira vergonhosa são apenas vítimas dos assaltantes institucionais.
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