No Brasil alguns clubes tem bons centros para a formação de jogadores, embora na maior parte o trabalho não apresenta qualidade, fato esse que observamos nos gramados.

Na maioria, fazem a deformação dos jovens, tratando-os como gado confinado em currais que são chamados de alojamentos, sem orientação programada e formação escolar.

Pesquisamos em vários países do mundo, em especial naqueles que estão na parte de cima do futebol, e verificamos que na Alemanha e Holanda são realizados os melhores trabalhos.

Escolhemos o futebol alemão para mostrarmos uma realidade bem desconhecida em nosso país e que serve de referência para um aprendizado.

Na Alemanha o início do trabalho é feito de maneira similar ao que Cuba fazia com os seus atletas olímpicos.

Com quatro anos, a criança começa a participação em algum clube (na Ilha de Fidel era na escola) com o sentido de praticar algum esporte e, com dez anos, essa começa a se definir por algum segmento, quando é encaminhado para o local que poderá recebe-la.

Em todas as cidades os clubes  tem um Centro de Treinamento. Um fato que observamos é que aos 16 anos, mais de US$ 1,2 bilhões foram investidos no desenvolvimento de jovens talentos no país.

A Federação Alemã reestruturou o futebol para os clubes, que passaram a ser obrigados a ter um Centro de Treinamento para que possam disputar as duas principais divisões.

Hoje são 366 centros para as categorias de base espalhados em todo o país, empregando mais de mil treinadores, e acolhendo 25 mil aspirantes ao futebol.

Sem dúvidas um número expressivo se comparado ao Brasil, que tem poucos equipamentos com qualidade, com uma longa distancia.

Na verdade ainda estamos na idade da pedra, e tudo arranjado precariamente, e com o famoso jeitinho nacional.

Cada time tem 12 jogadores. Para atende-los estão disponíveis três treinadores fixos, um cuidador, responsável para assuntos extracampo e bem estar das crianças, e um preparador físico.

Esses profissionais precisam fazer um curso técnico e tirar licença para atuar. Em nosso país pega-se nas ruas, no antigo sistema do pega laço.

A escola é primordial e obrigatória para todos. Os jovens estudam em um colégio publico que tem um convenio com o seu clube. O que mais nos chamou a atenção foi o currículo escolar, que conta com aulas praticas e teóricas de futebol.

Trata-se de primeiro mundo, bem longe do que somos e insistimos em continuar sendo, uma sociedade que se contenta com muito pouco, e com o futebol de formação entregue aos empresários.

Quando iremos chegar a tal patamar?

Achamos que no dia do São Nunca.