A segunda rodada do Brasileirão foi encerrada na última segunda-feira com o jogo do São Paulo x Avaí, com pouco futebol e redução do público com relação a anterior.
Nos 10 jogos realizados os pagantes somaram 115.967, com uma média de 11.597, se comparada com o da primeira rodada apresentou uma queda vertiginosa, com uma redução por jogo de 5.263 pagantes. O maior público aconteceu entre Vasco da Gama x Bahia (17.720), e o menor foi anotado na Ilha do Retiro, no jogo do Sport x Cruzeiro (3.484) . O Leão está adormecido, desde que foi anestesiado pela diretoria do clube.
Trata-se do efeito da ausência das Arenas de Itaquera e Allianz Parque, respectivamente do Corinthians e Palmeiras que são os dois clubes que conseguem equilibrar a presença de torcedores nos estádios e que irão sustentar a balança da competição.
O próprio Morumbi que se apresentava como a esperança do São Paulo, no seu primeiro jogo o torcedor abandonou o time, e as arquibancadas receberam apenas 12.247 testemunhas, para quem esperava mais de 30 mil. Uma ociosidade de 78%.
Nos vinte jogos realizados foram vendidos 284.566 ingressos, com uma média de 14.228 pagantes, o que é a continuidade de anos anteriores, demonstrando que o futebol brasileiro não evoluiu nesse segmento, como também nos outros, como o da qualidade técnica que não motiva a ida de torcedores aos estádios.
Na verdade os fãs do esporte da chuteira no Brasil há algum tempo que vem mostrando que não estão gostando do material que está sendo apresentado pelos clubes, e isso fica comprovado nas ociosidades dos estádios nas competições que estão sendo realizadas, que provam o seu atual panorama.
Fizemos um levantamento através do site sr.goool sobre os públicos nos estádios e os relacionamos com as capacidades, e verificamos que apenas uma competição envolvendo times brasileiros apresenta uma boa média, a Copa Libertadores, com 28.220 pagantes/jogo, e uma taxa de ocupação de 63%.
A segunda melhor taxa é a da Copa Sul-Americana, mas bem inferior ao da outra competição Continental, com 34% de suas arquibancadas ocupadas.
São dois eventos que agregam clubes de fora, e com a garantia no caso da Copa Libertadores, da participação do campeão no Mundial de Clubes.
Quando passamos para as três maiores divisões brasileiras, a situação é constrangedora, desde que as ociosidades são altas, bem longe do padrão mundial.
No Brasileirão a taxa de ocupação é de 32%, ou seja 68% da capacidade dos estádios está entregue às moscas.
Na Série B, nossa Segunda Divisão, o buraco é bem maior, do tamanho do Grand Canyon, com 17% dos assentos ocupados, e 83% com fantasmas assistindo as partidas.
O mais grotesco é que a ocupação da Série C (Terceira Divisão) está próxima dos números da anterior, com 14% de ocupação e 86% de ociosidade.
Na Copa do Nordeste a situação é igual, os estádios que abrigaram os jogos dessa competição tiveram uma ociosidade de 79%.
Na realidade para nós que há anos estudamos o futebol e sempre mostramos que falta aos clubes um projeto para levar torcedores aos estádios, através de várias medidas, de promoções e em especial o do Match Day, que no Brasil só é realizado na Arena do Palmeiras.
Os dirigentes se acomodaram com as cotas da televisão, que sustentam as suas folhas, e esqueceram o primordial, as suas bilheterias que sempre foram os seus sustentáculos.
De uma coisa temos a certeza, nada irá mudar enquanto o comando do Circo permanecer, e a Rede Globo continuar sendo a dona dessas competições, com seus horários pornográficos e distribuindo cotas altas para alguns, e miseráveis para outros.
Estádios ociosos é como uma missa sem fiéis, quando o padre dorme.
Comentários
0#3Hegemonia de Conluio —
Beto Castro24-05-2017 12:19
O modelo atual de organização do futebol brasileiro já estava falido e esgotado em 2002 quando havia sido criado o Calendário Quadrienal 2002-2005. O país havia sido dividido em 5 ligas regionais e uma liga nacional que culminava com uma Copa Subcontinental dos Campeões aos moldes da Eurocopa. Mesmo ainda com muitos defeitos, aquele era um embrião de um modelo que tendia para uma representatividade continental mais condizente com uma integração participativa. Mas, Zé das Vacas se sentiu ameaçado em seu império ilegal e ditatorial pelo crescimento do Presidente da Liga Rio-São Paulo, Eduardo Farah e reuniu os seus centuriões lagartixas na granja Comary e extinguiu uma organização que poderia ter evoluído para 8 certames regionais afunilando para duas copas subcontinentais, só pensando na sua permanência no cargo. Então, criou este modelo falido com predominância de apenas 60 clubes em pontos corridos que engessa o nosso futebol em 17% de suas potencialidades. Este percentual dá apenas 17% da média, em torno de 15 mil, perdendo 33% que elevaria a média para cerca de 45 mil. Com uma loteria instantânea de eventos implantada seria necessário construir novas arenas, pois a média duplicaria para 90 mil. Os atuais administradores não estão interessados em ganhar rios de dinheiro para os clubes e federações, mas apenas em seus pixulecos pessoais mixurucas, mas certos. O aparelhamento hegemônico forçado das doze tribos e o monopólio do Camelódromo exigem este modelo vergonhoso e decadente. Sem uma reestruturação geral no modelo e democracia, a tendência será a falência de todos. A modernização do nosso futebol passa compulsoriamente por uma distribuição científica dos recursos televisivos com base num fundo nacional de desenvolvimento calcado no ranqueamento das Federações e Clubes, acoplado a campeonatos e certames inclusivos e bem elaborados em todos os quadrantes do país. Enquanto a CBF for uma entidade subserviente aos interesses dos nossos adversários da Conmebol e da Uefa, nosso futuro é o buraco negro. Sem Federações fortes e ricas, não haverá clubes fortes e ricos. A organização técnica bem sucedida passa por um Conselho com técnicos competentes e com profundos conhecimentos de mercados, economia e administração e uma visão holística da Nação em seu conjunto.
0#2RE: OS TORCEDORES SUMIRAM —
ANTONIO CORREIA24-05-2017 10:15
JJ: SÓMENTE NO SEU BLOG TOMAMOS CONHECIMENTO DESSAS ESTATÍSTICAS. AS NOSSAS MIDIAS SÃO FRACAS, NÃO EXISTEM ANALISTAS QUE TRATEM O ESPORTE NO SEU GERAL. O AMOGO COLOCOU O TEMA MUITO BEM, INCLUSIVE QUANDO MOSTRA QUE DIFICILMENTE IRÁ MUDAR ENQUANTO A CBF CONTINUAR COM O ATUAL COMANDO, E A GLOBO SENDO DONA DO FUTEBOL COM SEUS HORÁRIOS COMO VOCE BEM DIZ SÃO PORNOGRÁFICOS.
0#1O sumiço dos torcedores —
Andre Angelo24-05-2017 09:49
Você resumiu muito bem a realidade do futebol brasileiro, quando elaborou a seguinte frase: "nada irá mudar enquanto o comando do Circo permanecer, e a Rede Globo continuar sendo a dona dessas competições, com seus horários pornográficos e distribuindo cotas altas para alguns, e miseráveis para outros" (sic). Esse é o tripé do desmoronamento do futebol brasileiro. Uma entidade corrupta e incompetente; uma emissora parceira dessa entidade corrupta e que faz o que quer com o futebol brasileiro, desde a formulação de tabelas até a imposição de horário indecente dos jogos; e um "apartheid" financeiro pelo qual ela elege quem vai brigar por títulos ou por vaga na Libertadores e quem vai entrar apenas para lutar para não ser rebaixado ou, no máximo, para participar como figurante do Campeonato Brasileiro. Isso explica a fuga dos torcedores dos estádios brasileiros. Eles não são bobos; percebem o que está acontecendo com o futebol brasileiro. Mas temos esperança que um dia isso mude, principalmente pela entrada das grandes emissoras norte-americanas com sua filosofia de ver o esporte como um negócio que precisa de ligas independentes, de campeonatos bem formatados e, principalmente, de campeonatos com muito equilíbrio e competitividade, para atrair torcedores e patrocinadores. Os dias da Globo como "dona do futebol brasileiro "estão contados.
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Esse é o tripé do desmoronamento do futebol brasileiro.
Uma entidade corrupta e incompetente; uma emissora parceira dessa entidade corrupta e que faz o que quer com o futebol brasileiro, desde a formulação de tabelas até a imposição de horário indecente dos jogos; e um "apartheid" financeiro pelo qual ela elege quem vai brigar por títulos ou por vaga na Libertadores e quem vai entrar apenas para lutar para não ser rebaixado ou, no máximo, para participar como figurante do Campeonato Brasileiro.
Isso explica a fuga dos torcedores dos estádios brasileiros. Eles não são bobos; percebem o que está acontecendo com o futebol brasileiro.
Mas temos esperança que um dia isso mude, principalmente pela entrada das grandes emissoras norte-americanas com sua filosofia de ver o esporte como um negócio que precisa de ligas independentes, de campeonatos bem formatados e, principalmente, de campeonatos com muito equilíbrio e competitividade, para atrair torcedores e patrocinadores.
Os dias da Globo como "dona do futebol brasileiro "estão contados.
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